Saída de dólares do país supera entrada em US$ 1,6 bilhão em abril (Agência Brasil)

Publicado em 09/05/2019 00:53

O saldo de entrada e saída de dólares do país ficou negativo pelo segundo mês seguido. Em abril, as saídas superaram as entradas em US$ 1,625 bilhão, informou hoje (8) o Banco Central (BC). Em março, o saldo negativo ficou em US$ 4,237 bilhões.

No mês passado, o fluxo financeiro (investimentos em títulos, remessas de lucros e dividendos ao exterior e investimentos estrangeiros diretos, entre outras operações) registrou saldo negativo de US$ 5,751 bilhões e o comercial (operações de câmbio relacionadas a exportações e importações) teve saldo positivo de US$ 4,126 bilhões.

De janeiro a 3 de maio, o saldo está positivo em US$ 3,690 bilhões. O fluxo financeiro registra saldo negativo de US$ 5,496 bilhões e o comercial está positivo em US$ 9,187 bilhões.

BC vê economia mais fraca, mas ressalta que precisa de tempo para análise ao manter Selic em 6,5%

BRASÍLIA (Reuters) - O Banco Central reconheceu mais sinais de fraqueza econômica, mas manteve o discurso de que precisa analisar com tempo suficiente o comportamento da atividade antes de eventual mudança na rota dos juros ao manter a Selic inalterada, nesta quarta-feira, na mínima histórica de 6,5 por cento.

Em sua decisão, o BC ressaltou que, "embora o risco associado à ociosidade dos fatores de produção tenha se elevado na margem, o balanço de riscos para a inflação mostra-se simétrico".

Sob o comando de Roberto Campos Neto, o BC já tinha indicado que precisava de tempo para avaliar o cenário antes de eventual alteração na condução da política monetária após apontar que seu balanço de riscos para a inflação havia ficado equilibrado --antes, ele pendia para maior risco inflacionário.

Nesta quarta-feira, o BC deu mais detalhes do processo, ao assinalar, em trecho inédito, que precisa ver uma diminuição da incerteza a que economia brasileira segue submetida.

"O Comitê julga importante observar o comportamento da economia brasileira ao longo do tempo, com menor grau de incerteza e livre dos efeitos remanescentes dos diversos choques a que foi submetida no ano passado e, em especial, com redução do grau de incerteza a que a economia brasileira continua exposta", afirmou.

Especificamente sobre o ritmo da economia, o BC avaliou, em outro trecho novo, que "indicadores recentes da atividade econômica sugerem que o arrefecimento observado no final de 2018 teve continuidade no início de 2019".

"O cenário do Copom contempla retomada do processo de recuperação gradual da atividade econômica", complementou.

A mensagem tem como pano de fundo uma lenta retomada da economia, com agentes sucessivamente revisando para baixo suas expectativas para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. Na pesquisa Focus mais recente, essa estimativa passou a apenas 1,49 por cento, após ter iniciado o ano por volta de 2,5 por cento.

Para o time da Rosenberg Associados, a manutenção da Selic em 6,5 por cento continua sendo o cenário mais provável daqui em diante.

"Porém, se a frustração com o ritmo de atividade permanecer, passados os choques aos quais a economia foi submetida, e não forem notados sinais de recuperação, poderemos ver uma alteração do balanço para assimétrico e, posteriormente, um movimento de corte de juros", escreveu em nota a clientes.

No front doméstico, a reforma da Previdência --considerada crucial para recolocar as contas públicas em ordem-- também segue em seus estágios iniciais de tramitação e, diante da ausência de uma base política constituída no Congresso, há incertezas quanto à capacidade do governo de assegurar, com a proposta, a almejada economia de pelo menos 1 trilhão de reais em uma década.

"Acredito que qualquer perspectiva de mudança do comunicado só vai ocorrer dentro de um contexto em que a reforma passe", afirmou o economista-chefe da Infinity, Jason Vieira, que também prevê a Selic em 6,5 por cento no restante do ano.

Já o economista Rafael Cardoso, do Daycoval Asset Management, avaliou que, no geral, o BC foi mais "dovish" (inclinado a um eventual afrouxamento nos juros).

"Continuo vendo cortes de juros este ano, dado que acredito que a reforma deva andar, e Selic em 5,5 por cento em dezembro", disse.

INFLAÇÃO APROPRIADA

No comunicado, o BC também afirmou que as diversas medidas de inflação subjacente encontram-se em níveis apropriados, contra "apropriados ou confortáveis" anteriormente.

O BC já tinha dito antes que a inflação acumulada em 12 meses atingiria um pico em torno de abril ou maio, para depois recuar para patamar abaixo do centro da meta deste ano.

Embalado por uma alta nos preços de transportes, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) acumulou avanço de 4,71 por cento nos 12 meses até abril. Para 2019, a meta oficial é de um IPCA em 4,25 por cento, com margem de 1,5 ponto para mais ou para menos.

Em suas contas divulgadas nesta quarta-feira, o BC elevou a projeção de inflação para 2019 pelo cenário de mercado a 4,1 por cento, sobre 3,9 por cento em sua última projeção, feita no Relatório Trimestral de Inflação, no fim de março. Para 2020, a estimativa foi mantida em 3,8 por cento.

O IBGE divulga na sexta-feira o IPCA de abril.

CENÁRIO EXTERNO

Quanto ao cenário externo, marcado nos últimos dias por renovadas tensões acerca de uma guerra comercial entre Estados Unidos e China, o BC apontou a permanência de um quadro desafiador.

"Por um lado, os riscos associados à normalização das taxas de juros em algumas economias avançadas mostram-se reduzidos no curto e médio prazos. Por outro lado, os riscos associados a uma desaceleração da economia global permanecem", disse.

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Fonte:
Agencia Brasil/Reuters

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