A revolução das pessoas comuns, por Paulo Briguet

Publicado em 27/05/2019 13:03
O Brasil mostrou ontem que não está disposto a retroceder um centímetro no caminho da redenção

Eu vi a revolução com os meus próprios olhos — e ela é pacífica, ordeira, bem-humorada, corajosa, bela como uma tarde de sol. Não é uma revolução do ódio, do ranger de dentes, da destruição; mas também não é a da malandragem, da esperteza e da hipocrisia. É a revolução conservadora brasileira. Uma revolução feita por pessoas comuns, filhos de Deus que amam a vida, o trabalho, a família, a democracia, a liberdade, o país.

Estive na Avenida Paulista em pessoa, mas meus pensamentos estavam também no Rio, em Curitiba, em Salvador, em Belém, em Belo Horizonte, em Porto Alegre, em todos os lugares deste país em que um garoto chamado Antônio Costa, meu bisavô, foi deixado sozinho há 120 anos. Mas, sobretudo, meu coração estava na minha amada Londrina, que mais uma vez deu uma lição de civismo e civilidade — sinto orgulho da nossa cidade! Como se não bastasse, o orador mais aplaudido na Paulista foi um londrinense: o meu amigo Bernardo Pires Küster. Sei disso porque estava ao lado dele.

Dias atrás, quando disse que não era conveniente subestimar Jair Bolsonaro, eu estava falando sério. Ontem, o nosso atual presidente, eleito contra a vontade de todas as máfias que controlam o país, mostrou que não apenas está vivo, mas vai implantar todo o seu programa de reformar para nos salvar do caos e recolocar a nação no caminho da prosperidade, paz e justiça. Os traidores choraram no banho.

Muitos diziam que as manifestações seriam um fiasco, um tiro no pé: erraram, e devem ter a humildade de admitir o erro. As unidades se uniram em dezenas, as dezenas de uniram em centenas, as centenas se uniram em milhares, os milhares se uniram em milhões. O Brasil mostrou que não está disposto a retroceder um centímetro no caminho da redenção. A célebre fórmula do escritor Paulo Mercadante — “Não parar, não precipitar, não retroceder” — mostrou-se mais precisa do que nunca.

Por falar em escritor, o dia de ontem foi também a redenção de um homem chamado Olavo de Carvalho. O nome do maior intelectual brasileiro foi repetido inúmeras vezes pela multidão: “Olavo tem razão! Olavo tem razão!” Milhares de cartazes, em todo o país, repetiram o refrão sobre o líder da revolução brasileira (quem o definiu assim não fui eu; foi o ministro Paulo Guedes).

E foi exatamente na Avenida Paulista, durante uma palestra no MASP, em maio de 1990, que Olavo teve o impulso inicial para escrever “O Jardim das Aflições”, sua obra-prima. No livro, Olavo fala sobre a luta contra um império — o império da malícia, do egoísmo e da mentira — que é justamente a guerra travada pelo povo brasileiro para salvar a si mesmo e às futuras gerações.  

Foi um domingo histórico, um domingo de ressurreição. Na tarde de ontem, voltei a acreditar na possibilidade do país sonhado por José Bonifácio, nosso fundador.

Para mais informações, acompanhe o site Folha de Londrina

Manifestações de domingo demonstram anseio por mudanças concretas

Em entrevista à Record TV, Jair Bolsonaro afirmou que irá conversar com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e com o presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, para propor um pacto com os poderes Legislativo e Judiciário por reformas. 

Apoiadores do governo foram às ruas de várias cidades do país defender a reforma da Previdência, o pacote anticrime, o porte e posse de armas, além de ministros do governo como o da Justiça, Sergio Moro, e o da Economia, Paulo Guedes.

Bolsonaro destacou o caráter pacífico das manifestações deste domingo em apoio ao governo. "O caráter pacífico dos atos de hoje traduz a esperança e a confiança do povo no compromisso que nós políticos temos com o futuro do país", disse o presidente em publicação na rede social Twitter.

Acredito que o Brasil caminha cada vez mais para o amadurecimento de sua democracia, com representantes sensíveis aos anseios da sociedade. O caráter pacífico dos atos de hoje traduz a esperança e a confiança do povo no compromisso que nós políticos temos com o futuro do país.

Em outro post, Bolsonaro disse que os atos em várias cidades são uma forma de cobrança da população. "Sinal que a sociedade não perdeu as esperanças de que nós políticos escutemos sua voz. Não podemos ignorar isso. É hora de retribuirmos esse sentimento", escreveu.

-- "Os brasileiros foram pacificamente às ruas para nos cobrar. Sinal que a sociedade não perdeu as esperanças de que nós políticos escutemos sua voz. Não podemos ignorar isso. É hora de retribuirmos esse sentimento. Estamos todos no mesmo barco e juntos podemos mudar o Brasil! "

Mais cedo, ainda no Twitter, o presidente destacou que a maior parte dos manifestantes "foi às ruas com pautas legítimas e democráticas, mas há quem ainda insista em distorcer os fatos", referindo-se a pessoas que pediram o fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal.

  

Folha diz que manifestações superaram expectativas (FSP)

Ao levar milhares de pessoas às ruas em ao menos 140 cidades, as manifestações superaram a expectativa de aliados do governo em meio ao racha de grupos de direita e ao temor de fracasso devido ao desgaste popular de Bolsonaro nos primeiros meses de mandato.

De modo geral, porém, o alcance dos atos não foi muito diferente dos protestos do último dia 15 contra bloqueios de recursos da educação pelo governo Bolsonaro, quando houve mobilizações em ao menos 170 cidades. 

Em Brasília, congressistas destacaram que Bolsonaro deu demonstração de força em algumas cidades de Sudeste e Sul, mas que, em uma análise mais ampla, as mobilizações foram aquém dos protestos anti-governo.

As aglomerações deste domingo também não chegaram perto dos principais atos políticos dos últimos anos, como os que antecederam o impeachment de Dilma Rousseff (PT). Principalmente em São Paulo, a mobilização pró-reformas teve mais destaque do que a defesa do presidente Bolsonaro. (Folha de S. Paulo) 

O significado das manifestações de hoje (O Antagonista)

As manifestações de hoje, apesar de uma minoria que vociferava contra as instituições democráticas, mostraram que o governo conta do seu lado — apesar da queda de popularidade do presidente, a crer nas pesquisas — com um grande número de cidadãos que anseiam por mudanças concretas.

As ruas relembraram não apenas ao Centrão, mas ao próprio Jair Bolsonaro, o que a maioria dos brasileiros espera da política: iniciativas fortes que tirem o país da estagnação econômica e do pesadelo da criminalidade sem freios, principalmente. O presidente da República sai, assim, também pressionado para cumprir, sem ambiguidades, o projeto para o qual foi eleito. Nada de “reforminhas”, portanto. Para isso, terá de encontrar uma forma eficaz de atuar dentro dos marcos da democracia.

Que se comece a fazer política, sem toma lá dá cá, a quem foi eleito para isso. (O Antagonista)

O assunto mais comentado

“Brasil nas ruas” foi o assunto mais comentado no Twitter neste domingo.

A mesma hashtag chegou a aparecer em segundo lugar no ranking mundial.

Segundo levantamento do G1, pelo menos 156 cidades tiveram manifestações em defesa do governo Jair Bolsonaro neste domingo.

Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Por: Paulo Briguet
Fonte: FolhadeLondrina/NA

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