Bolsonaro diz que manifestações de domingo foram históricas e significativas

Publicado em 27/05/2019 13:46

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(Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro classificou nesta segunda-feira de "extremamente significativas" e "históricas" as manifestações realizadas no domingo em todo o país a favor de seu governo e de medidas propostas pelo Executivo ao Legislativo, como a reforma da Previdência e o pacote anticrime do ministro da Justiça, Sergio Moro.

"Quando imaginaríamos uma manifestação expressiva a favor de reformas consideradas impopulares? A população mostrou-se extremamente consciente. A peculiaridade deste evento torna injustificável qualquer tentativa de minimizá-lo", escreveu o presidente no Twitter.

Bolsonaro comparou os atos de domingo ao realizado no dia 15 de maio, após convocação da União Nacional dos Estudantes, contra o bloqueio de verbas na educação, afirmando que as manifestações do fim de semana ocorreram de forma espontânea e sem a participação de entidades, que ele disse terem sido tomadas pela esquerda.

"Devemos considerar que não há no país outro movimento com estrutura tão sólida e organizada quanto a esquerda, que por décadas ocupou espaços e aparelhou instituições para chegar onde chegou. Conseguir o mesmo espontaneamente, inspirando-se apenas no bem comum, supera tudo isso", escreveu.

"Dentro desse contexto, somando a desinformação e a falta de apoio de diversos setores às peculiaridades já citadas anteriormente, o que vimos ontem foi extremamente significativo e histórico. Não podemos ignorar."

Além da defesa do governo Bolsonaro e de medidas legislativas encampadas pela gestão do capitão da reserva do Exército, manifestantes também fizeram críticas ao Congresso, aos parlamentares do chamado centrão, ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Na próxima quinta-feira a UNE convocou um novo protesto contra o bloqueio de verbas na educação e, assim como nos atos do dia 15, as manifestações tendem a novamente ganhar contornos de oposição a Bolsonaro.

(Por Eduardo Simões, em São Paulo)

Bolsonaro admite falta de diálogo e propõe pacto com Legislativo e Judiciário

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro reconheceu em entrevista no domingo que precisa conversar mais com as lideranças do Congresso, afirmando ter parte da culpa pela falta de diálogo, e disse que vai propor nesta semana um pacto aos presidentes do Legislativo e do Judiciário para colocar o Brasil no destino que a população quer.

Ao comentar a relação com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), com quem já teve atritos públicos, Bolsonaro disse que deveriam conversar mais, e afirmou que irá se encontrar nesta semana com o deputado e também com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), para alinhar a articulação do governo com o Congresso.

"Vou conversar com ele (Maia) durante a semana novamente, bem como com o Davi Alcolumbre, como pretendo conversar novamente com o Dias Toffoli (presidente do Supremo Tribunal Federal), para a gente ter um pacto entre nós para colocar o Brasil realmente no destino que toda a população maravilhosa quer", disse Bolsonaro em entrevista à TV Record, que foi ao ar na noite de domingo.

Bolsonaro disse que os Poderes estão em harmonia e descartou um "litígio", mas reconheceu que é preciso melhorar a articulação para que o Congresso vote as pautas de interesse do governo.

"Nós não estamos em litígio, deixando claro, estamos em harmonia, mas acho que falta conversar um pouco mais e a culpa é minha também, para que nós coloquemos na mesa o que nós temos que aprovar, e o que nós temos também que revogar, porque tem muita legislação que atrapalha o crescimento do Brasil", afirmou.

"Falta nós, em Brasília, conversarmos um pouco mais e discutirmos o que nós temos que votar em especial, e juntos fazer aquilo que o povo pediu por ocasião das eleições e pediu também por ocasião das manifestações do dia de hoje", acrescentou, fazendo referência às manifestações de domingo em apoio ao governo.

De acordo com uma alta fonte do governo ouvida pela Reuters, Maia e Alcolumbre têm apoiado a agenda de reformas estruturais, com destaque para a reforma da Previdência, assim como ministros do STF.

O governo está "otimista e confiante" na aprovação das medidas diante dos apoios recebidos, afirmou.

De acordo com a fonte, as manifestações de domingo em apoio ao governo e à reforma da Previdência fortaleceram o governo e colocaram pressão sobre o Congresso para aprová-la.

“O caminho da reabilitação da classe política é aprovar as reformas sem o toma-lá-dá-cá”, afirmou.

ESTUDANTES "INOCENTES"

O presidente também aproveitou a entrevista para se retratar de declaração feita sobre estudantes que foram às ruas de diversas cidades do país em 15 de maio para protestar contra congelamento de recursos para a educação. Na ocasião, o presidente disse que os manifestantes eram "idiotas úteis".

"Eu exagerei, concordo, exagerei. O certo são inocentes úteis. São garotos inocentes, nem sabiam o que estavam fazendo", afirmou.

"A garotada foi para a rua contra corte na educação. Não houve corte, houve contingenciamento. Eu deixei de gastar, não tirei dinheiro... A molecada foi usada por professores inescrupulosos para fazer manifestação política contra o governo", afirmou.

(Por Pedro Fonseca; Reportagem adicional de Rodrigo Viga Gaier)

O assunto mais comentado

“Brasil nas ruas” foi o assunto mais comentado no Twitter neste domingo.

A mesma hashtag chegou a aparecer em segundo lugar no ranking mundial.

Segundo levantamento do G1, pelo menos 156 cidades tiveram manifestações em defesa do governo Jair Bolsonaro neste domingo.

Um boneco inflável de 20 metros, mistura a imagem do ministro Sergio Moro, com o personagem de quadrinhos e cinema, o Super-Homem.Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

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Fonte:
Reuters

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1 comentário

  • Marcos Alessandra Tortato Ponta Grossa - PR

    Fato inédito a população sair as ruas a favor de um governo! Interessante!

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