China e EUA têm novo atrito envolvendo Taiwan. Tensão cresce no Mar do Sul da China

Publicado em 02/06/2019 18:13

CINGAPURA (Reuters) - A China e os Estados Unidos tiveram um novo atrito neste fim de semana relacionado a comércio e segurança, acusando um ao outro de desestabilizar a região e potencialmente o mundo.

Falando no Diálogo Shangri-La, a principal cúpula de defesa da Ásia, em Cingapura, o ministro da Defesa chinês, Wei Fenghe, alertou os EUA para que não interfiram em disputas de segurança ligadas a Taiwan e ao Mar do Sul da China.

No sábado, o secretário interino de Defesa dos EUA, Patrick Shanahan, disse à reunião que os norte-americanos não irão mais "andar na ponta dos pés" quanto ao comportamento chinês na Ásia.

"Talvez a maior ameaça de longo prazo aos interesses vitais de Estados ao nesta região venha dos atores que buscam enfraquecer, em vez de preservar, a ordem internacional baseada em leis", disse Shanahan.

Foi a mais recente troca de comentários amargos entre os dois lados no momento em que as relações ficam cada vez mais estremecidas devido a uma intensa guerra comercial, ao apoio dos EUA a Taiwan, e à postura militar ostensiva da China no Mar do Sul da China, onde os norte-americanos também conduzem patrulhas livres de navegação.

A China tem se irritado particularmente com recentes decisões do governo do presidente Donald Trump de intensificar o apoio a Taiwan, democrático e auto-governado, incluindo navegações da Marinha dos EUA pelo Estreito de Taiwan, que separa a ilha da China.

Wei, trajando seu uniforme de general do Exército de Libertação Popular, disse que a China irá "lutar até o fim" se qualquer um tentar interferir em sua relação com Taiwan, considerado por Pequim um território sagrado que poderá ser tomado à força caso necessário.

"Se qualquer um ousar separar Taiwan da China, o Exército chinês não tem outra opção senão lutar a todo custo... os EUA são indivisíveis e a China também. A China deve ser, e será, reunificada".

Ele, no entanto, disse que ambos os lados percebem que qualquer guerra entre os dois "traria desastre aos dois países e ao mundo".

Os EUA, como a maioria dos países, não têm relações formais com Taiwan, mas são seu maior apoiador e principal fonte de armas.

Embora o tom de Shanahan tenha sido crítico à China, seu tom foi frequentemente conciliatório. Wei adotou uma postura mais combativa.

O governo de Taiwan condenou os comentários de Wei, dizendo que Taiwan nunca pertenceu à China, que Taiwan nunca aceitará as ameaças de Pequim e que a declaração da China de seu "desenvolvimento pacífico" é a "mentira do século".

Taiwan "continuará a fortalecer suas capacidades de auto-defesa, defender a soberania e o sistema democrático do país e proteger o direito das 23 milhões de pessoas de Taiwan de livremente escolherem seu futuro", disse o Conselho de Assuntos do Continente, em nota.

China diz que EUA não podem usar pressão para forçar acordo comercial

PEQUIM (Reuters) - Os Estados Unidos não podem usar pressão para forçar um acordo comercial com a China, afirmou uma autoridade sênior chinesa neste domingo, recusando-se a falar sobre se os líderes dos dois países vão se encontrar na cúpula do G20 para falar de um acordo.

A tensão comercial se intensificou com força no mês passado depois que o governo dos EUA acusou a China de ter "renegado" promessas anteriores para fazer mudanças estruturais em suas práticas econômicas.

Os EUA depois adotaram tarifas adicionais de até 25% sobre 200 bilhões em produtos chineses, levando a China a retaliar.

Falando em entrevista à imprensa, o vice-ministro de Comércio chinês, Wang Shouwen, disse que é irresponsável da parte dos EUA acusar a China de voltar atrás.

"Se o lado dos EUA quer usar pressão extrema, intensificar o atrito comercial, forçar a China a se entregar e fazer concessões, isso é absolutamente impossível", disse Wang, que faz parte da equipe de negociação da China.

Passando a falar em inglês, ele disse: "Nada está fechado até que tudo esteja fechado."

"Durante as consultas, a China superou muitas dificuldades e apresentou soluções pragmáticas. Entretanto, os EUA voltaram atrás, e quando se dá a eles um centímetro, eles querem um metro", disse ele.

Wang afirmou que os EUA fizeram exigências "exageradamente altas" e insistiram em acrescentar "exigências relacionadas a direitos soberanos da China" para o acordo dos países. O aumento das tarifas intensificou as tensões e frustrou as negociações, completou.

Chefe do Pentágono diz não haver necessidade de restaurar exercícios militares dos EUA e Coreia do Sul

SEUL (Reuters) - O secretário interino de Defesa dos Estados Unidos, Patrick Shanahan, disse neste domingo que, por enquanto, não é necessário retomar os exercícios militares conjuntos com a Coreia do Sul, que foram suspensos no último ano para dar suporte aos esforços diplomáticos com a Coreia do Norte.

Os Estados Unidos e a Coreia do Sul suspenderam uma série de exercícios militares combinados no ano passado depois de conversas entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong Un.

Entretanto, desde então as negociações entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte estão paralisadas.

"Não acho que seja necessário", disse Shanahan a repórteres que viajavam com ele para Seul quando questionado sobre como restaurar os exercícios.

Shanahan disse ter sido informado por altos líderes militares de que as tropas na península coreana tinham a prontidão militar necessária, apesar da suspensão dos exercícios.

"Eu quero ter certeza de que o plano que estabelecemos é suficiente", disse Shanahan.

Ele acrescentou que teria mais a dizer depois de discussões na Coreia do Sul na segunda-feira. Ele se encontrará com seu colega sul-coreano e com o chefe das forças dos EUA na Coreia do Sul.

Trump pegou muitas autoridades dos EUA desprevenidas quando anunciou, após seu primeiro encontro com Kim no ano passado, que os Estados Unidos estavam suspendendo os exercícios militares conjuntos do verão com a Coreia do Sul.

EUA estão preparados para se envolverem com o Irã sem condições prévias, diz Pompeo

BELLINZONA, Suíça (Reuters) - Os Estados Unidos estão preparados para se envolverem com o Irã sem condições prévias sobre seu programa nuclear, mas precisam ver o país se comportar como uma "nação normal", disse o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, neste domingo.

O presidente iraniano, Hassan Rouhani, sugeriu no sábado que o Irã pode estar disposto a negociar se Washington mostrar respeito, mas disse que Teerã não será pressionado a conversar.

Pompeo, em uma aparente moderação de sua postura anterior, disse quando questionado sobre os comentários de Rouhani: "Estamos preparados para nos envolvermos em uma conversa sem condições prévias, estamos prontos para nos sentar."

No entanto, ele disse que Washington continuará a trabalhar para "reverter a atividade maligna" do Irã no Oriente Médio, citando o apoio de Teerã ao Hezbollah e ao governo sírio.

Pompeo disse que o presidente norte-americano, Donald Trump, tem dito há um longo tempo que está disposto a conversar com o Irã.

"Estamos certamente preparados para ter aquela conversa quando os iranianos puderem provar que querem se comportar como uma nação normal", disse Pompeo durante uma coletiva de imprensa conjunta com seu equivalente suíço, Ignazio Cassis, na cidade de Bellinzona, no sul da Suíça.

Trump disse na última segunda-feira estar esperançoso de que o Irã vá à mesa de negociação. Mas o líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, disse na quarta-feira que Teerã não negociará com Washington, mesmo depois de Rouhani ter sinalizado que conversas seriam possíveis caso as sanções fossem retiradas. 

(Reportagem adicional por Stephanie Nebehay em Genebra)

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Fonte:
Reuters

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