Citando tensões comerciais, FMI corta previsão de crescimento da China em 2019 a 6,2%

Publicado em 05/06/2019 08:54

PEQUIM (Reuters) - O Fundo Monetário Internacional (FMI) cortou sua estimativa de crescimento econômico da China em 2019 a 6,2% nesta quarta-feira, diante da elevada incerteza em torno dos atritos comerciais, dizendo que mais afrouxamento monetário será justificado se a guerra comercial com os Estados Unidos se intensificar.

A revisão aconteceu apenas dois meses depois de o FMI ter elevado sua previsão para a China a 6,3% de 6,2%, em parte devido à melhora na época das perspectivas para um acordo comercial com os EUA. O Fundo também cortou sua estimativa de expansão para 2020 a 6%, de 6,1%.

Uma repentina piora na disputa comercial no mês passado destacou os riscos para a segunda maior economia do mundo das tarifas mais altas dos EUA sobre bilhões de dólares em produtos chineses.

"O crescimento deve se moderar para 6,2% e 6,0% em 2019 e 2020, respectivamente", disse o vice-diretor gerente do FMI, David Lipton, em comunicado. "A perspectiva de curto prazo permanece particularmente incerta dado o potencial de mais intensificação das tensões comerciais."

O presidente dos EUA tem ameaçado adotar tarifas de até 25% sobre uma lista adicional de importações chinesas no valor de cerca de 300 bilhões de dólares.

A guerra comercial já afetou as cadeias globais de oferta e o crescimento mundial. Economistas dizem que as tarifas vão reduzir o crescimento nos EUA e na China, e os mercados financeiros estão preocupados que uma disputa prolongada possa levar a economia mundial a uma recessão.

O banco central da China cortou a quantia de dinheiro que os bancos comerciais precisam manter como reserva seis vezes desde o início de 2018 para alimentar o empréstimo e a economia.

Pequim também está acelerando os gastos em infraestrutura e adotando cortes de impostos para ajudar as empresas.

"O estímulo anunciado até agora é suficiente para estabilizar o crescimento em 2019/20 apesar do recente aumento das tarifas dos EUA", disse Lipton, após se encontrar com autoridades na China.

"Nenhum afrouxamento adicional é necessário, já que não há mais aumentos de tarifas ou desaceleração significativa de crescimento."

Em março, Pequim determinou uma meta de crescimento econômico em 2019 de 6% a 6,5%. A expansão diminuiu no ano passado para 6,6%, ritmo mais lento em quase 30 anos.

(Reportagem de Yawen Chen e Ryan Woo)

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Ibovespa avança com blue chips em começo de semana com bateria de balanços
Wall Street abre em alta com expectativas de cortes na taxa de juros
Dólar tem alta frente ao real após queda recente em meio a expectativa por Copom
Ibovespa hesita na abertura de semana com decisão do BC e bateria de balanços no Brasil
Confiança dos investidores da zona do euro aumenta em maio pelo 7º mês consecutivo