Em mês de resgate líquido, dívida pública cresce 0,31% em maio

Publicado em 26/06/2019 11:51

BRASÍLIA (Reuters) - A dívida pública federal do Brasil cresceu 0,31% em maio sobre abril, para 3,891 trilhões de reais, ainda bem abaixo da meta estabelecida para o ano, mostraram dados divulgados pelo Tesouro Nacional nesta quarta-feira.

O Plano Anual de Financiamento (PAF) prevê que o estoque da dívida chegue ao final de 2019 entre 4,1 trilhões e 4,3 trilhões de reais.

Em maio, a dívida pública mobiliária interna avançou 0,32%, a 3,735 trilhões de reais. No mês, houve um resgate líquido de 16,03 bilhões de reais e apropriação positiva de juros de 27,94 bilhões de reais.

No ano, a dívida pública federal acumula um resgate líquido de 127,7 bilhões de reais. O coordenador-geral de operações da dívida pública, Luiz Felipe Vital, disse que o dado reflete uma concentração de vencimentos de papéis no primeiro semestre e que, ao longo de 2019, a perspectiva é que as emissões passem a superar os resgates.

Em maio apenas, os vencimentos somaram 86,65 bilhões de reais.

Vital destacou que as condições de mercado estão bastante favoráveis para os leilões de dívida pública, com o otimismo dos investidores com a aprovação da reforma da Previdência se somando ao impacto positivo para os emergentes da perspectiva de redução das taxas de juros nas principais economias.

Já a dívida externa teve alta de 0,16%, encerrando o mês em 155,54 bilhões de reais.

COMPOSIÇÃO

Em maio, os títulos que variam com a Selic, representados pelas LFTs, continuaram com maior peso na dívida, a 37,88% do total. Para o ano, a meta é de 38% a 42%.

Já os títulos prefixados avançaram a 31,27% da dívida, ante 30,16% no mês anterior, e uma meta de 29% a 33% para 2019.

Os papéis indexados à inflação, por sua vez, reduziram sua representatividade a 26,67% da dívida total, ante 28,7% em abril, sendo que a referência para este ano é de 24% a 28%.

A parcela da dívida interna detida por não-residentes aumentou de 12,50% para 12,74%, somando 476,04 bilhões.

No ano, esse estoque aumentou em 57,6 bilhões de reais.

"Isso indica maior confiança do investidor estrangeiro com relação ao cenário do Brasil", afirmou Vital. "Esperamos ver fluxos consistentes após a aprovação de reformas, em especial a da Previdência."

(Por Isabel Versiani)

Fonte: Reuters

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