Parlamento irlandês pede que governo frustre acordo UE-Mercosul

Publicado em 11/07/2019 15:42

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DUBLIN (Reuters) - O Parlamento irlandês votou nesta quinta-feira para pressionar o governo a liderar a oposição dentro da União Europeia a um rascunho de acordo comercial que Bruxelas selou com o Mercosul.

Há duas semanas, a UE se tornou o primeiro grande parceiro com o qual o Mercosul fechou acordo. O bloco dos países sul-americanos se comprometeu com mercados mais abertos em face de uma crescente onda de protecionismo e ofereceu a empresas da UE uma possível vantagem.

A Irlanda, como um dos menores países do bloco de 28 membros, precisaria da ajuda de outros Estados-membros para formar uma minoria de impedimento caso busque rejeitar o acordo, já que a ratificação irá eventualmente passar por um voto de maioria qualificada.

Até agora o acordo do Mercosul, que tem o potencial para impulsionar as exportações de carne bovina da América do Sul para a UE, também teve resistência da França, que abriga o maior setor agrícola da UE.

Parlamentares irlandeses derrotaram uma emenda proposta pelo governo por uma margem de quase dois para um que previa que o governo deveria completar uma avaliação independente do rascunho do acordo antes de decidir apoiá-lo.

A emenda foi apresentada para contrariar uma moção da oposição que pedia ao governo que usasse de "todos meios legais e políticos disponíveis para frustrar e impedir" o acordo que gerou reações negativas de produtores e políticos irlandeses.

O governo de minoria do primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, perde rotineiramente essas votações não-vinculantes, mas essa derrota enfatiza a pressão sobre o governo, um dia depois de centenas de produtores de carne marcharem no Parlamento em oposição ao acordo que, afirmam, vai dizimar o setor na Irlanda.

Os organizadores do protesto, que já sofrem problemas com o Brexit, afirmam que políticos ligados ao setor rural que não apoiarem suas demandas na serão alvos de críticas nas próximas eleições parlamentares da Irlanda, marcadas para o começo de 2021.

Varadkar disse que o governo votará contra o acordo com o Mercosul se uma avaliação sobre o pacto mostrar que os riscos superam os benefícios.

(Por Padraic Halpin)

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Fonte:
Reuters

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