Bolsonaro diz que Brasil vai vencer a crise econômica mundial; "estamos fazendo o dever de casa"

Publicado em 16/08/2019 14:09

O presidente Jair Bolsonaro disse ter convicção de que o Brasil vai superar os eventuais problemas que possam surgir se houver uma crise econômica mundial. Nesta semana, houve pânico nos mercados financeiros de todo o planeta em meio a temores de uma nova recessão na economia global após a divulgação de dados econômicos ruins na China e na Alemanha e a escalada das tensões comerciais entre Estados Unidos e China. Com isso o dólar superou a barreira dos R$ 4, com alta de 1,57% na semana, e a bolsa acumulou queda de 4,03%. 

Bolsonaro citou recentes medidas que o Brasil vem adotando e disse que o governo está fazendo o dever de casa. “Pode ter certeza, se não tivéssemos tomado as medidas que tomamos, o Brasil estaria em uma situação bastante complicada. Estamos fazendo o dever de casa. O Brasil estava arrebentado economicamente. Eu tenho esperança, o povo pode acreditar, nós vamos vencer”, disse o presidente, que está no município de Resende, no sul fluminense, desde a noite desta sexta-feira (16), onde participará da entrega de espadins aos cadetes da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), na manhã deste sábado (17).

Perguntado sobre o projeto de abuso de autoridade, o presidente disse que ainda não havia lido a matéria, mas confirmou que haverá veto. “Não li ainda o projeto. Segunda-feira (19) eu leio, mas que vai ter veto, vai”.

Bolsonaro falou rapidamente com a imprensa após cumprir uma de suas tradições quando vem a Resende, que abriga a academia militar onde ele se formou oficial. Ele parou para comer um cachorro-quente no mesmo local que frequenta desde quando era deputado federal.

O presidente da República, Jair Bolsonaro, come cachorro-quente no food truck Hot Dog do Senhor, em visita à cidade de Resende - Fernando Frazão/Agência Brasil

Soberania da Amazônia é destacada por Bolsonaro em discurso na Aman

O compromisso com a democracia e a liberdade e a defesa da soberania da Amazônia foram destacados pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, ao discursar hoje (17) para os cadetes da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), durante a cerimônia de entrega de espadins, em Resende, na região sul do estado do Rio de Janeiro.

“As Forças Armadas, em todo o momento em que a pátria assim as requereu, não faltaram com o compromisso de lealdade ao seu povo, de cumprir a missão em defesa da democracia e da liberdade. Vocês, daqui sairão para os quatro cantos deste nosso querido Brasil, levar sangue novo a este povo. Em especial aqueles que irão para a nossa rica e cobiçada Amazônia. Nós temos compromisso com este pedaço de terra mais rico e sagrado do mundo. Não é à toa que outros países cada vez mais tentam ganhar a guerra da informação para que nós venhamos a perder a soberania sobre essa área”, disse.

O presidente da República, Jair Bolsonaro, participa da entrega do espadim aos cadetes da Academia Militar dos Agulhas Negras (Aman). - Fernando Frazão/Agência Brasil

Argentina

O presidente abordou ainda, em seu discurso, a questão política na Argentina, que passa por um processo eleitoral para escolher o ocupante da presidência do país, em outubro. “A nossa missão é não deixar o Brasil se aproximar de políticas outras que não deram certo em nenhum lugar do mundo. Peçamos a Deus, neste momento, que a nossa querida Argentina, mais ao Sul, saiba como proceder, através do seu povo, para não retroceder. A liberdade não tem preço”, disse Bolsonaro.

A entrega de espadins marca o primeiro ano dos cadetes da Aman. Este ano, são 411 alunos, sendo 397 brasileiros e 14 de outros países: três da Arábia Saudita, três de Camarões, dois do Panamá, dois do Vietnã, um da Guiana, um da Guiné-Bissau, um de Honduras e um do Peru. A Região Sudeste representa 56% da turma, seguida pelas regiões Sul, 18%, Centro-Oeste, 13%, Nordeste, 10%, e Norte, 3%. Entre os integrantes da turma, estão 40 mulheres.

Cerimônia de Entrega de Espadins aos Cadetes Academia Militar dos Agulhas Negras (Aman). - Fernando Frazão/Agência Brasil

É a primeira vez que Bolsonaro participa da cerimônia como presidente da República. Ele estava acompanhado de integrantes do primeiro escalão do governo, governadores e autoridades de outros Poderes.

Quem não gostou da frase do cocô deve votar em outro em 2022, diz Bolsonaro

‘Respondi a jornalista idiota em Brasília’; Falou sobre cuidar do meio ambiente; ‘É só você cagar menos’ que resolve

‘Quando falei a questão do cocô, foi uma resposta para um jornalista idiota', disse Bolsonaro em Pelotas (RS)

Em viagem a Pelotas (RS) nessa 2ª feira (12.ago.2019), Jair Bolsonarodefendeu seu modo de se expressar. O presidente usou como exemplo a sua frase a respeito de “fazer cocô dia sim, dia não”, chamou 1 jornalista de “idiota” e disse que não mudará seu discurso. “Vote num outro em 2022. É muito simples”, afirmou.

Bolsonaro havia sido questionado se frases com “tom irônico” contribuem com o clima de polarização política do país. Respondeu:

“Você quer que eu seja o quê? Um vaselina? Um politicamente correto? Ou, desculpe aqui, 1 isentão? ‘Ah… salvo melhor juízo… biribinha…’? Não. É resposta direta. Fui eleito assim. Não vou fugir à minha característica, com todo respeito que eu tenho a todos mundo, tá?
E quando falei a questão do cocô, foi uma resposta —não é você não, tá?— para 1 jornalista idiota lá em Brasília. O idiota perguntou para mim depois de eu ter explicado que o mundo cresce 70 milhões de habitantes por ano, o Brasil cresce um pouco mais de 2 milhões de habitantes por ano… Não dá para plantar na Lua nem em Marte, né? Assim como não dá para ensacar vento. E eu respondi o seguinte: é só você cagar menos que, com toda certeza, a questão ambiental vai ser resolvida. É isso que eu respondi para ele. Agora… Não é compatível com o presidente? Vote num outro em 2022. É muito simples”.

Eis o vídeo com a fala do presidente Jair Bolsonaro (1min20seg):

COCÔ DIA SIM, DIA NÃO

A 1ª referência escatológica do presidente foi na entrada do Palácio da Alvorada em 9 de agosto. Bolsonaro respondeu a uma pergunta sobre como cuidar do meio ambiente com a sugestão de que se faça cocô dia sim, dia não.

“É só você deixar de comer menos um pouquinho. Você fala para mim em poluição ambiental. É só você fazer cocô dia sim, dia não, que melhora bastante a nossa vida também. Agora, o mundo, quando eu falei que cresce mais de 70 milhões por ano, precisa de uma política de planejamento familiar. Não é controle não, você vai ler na capa da Folha amanhã que eu tô dizendo que tem que ter controle de natalidade. Hoje as pessoas que têm mais cultura têm menos filhos. Eu sou uma exceção à regra, tenho 5, tá certo? Mas como regra é isso”,afirmou Bolsonaro. Assista ao vídeo cedido pela Band News:

Governo não tem mais dinheiro e está tentando sobreviver a este ano, diz Bolsonaro (por Reuters)

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira que o governo não tem mais dinheiro e seus ministros estão fazendo "milagres" para tentar sobreviver a este ano.

Bolsonaro foi questionado sobre o corte de 4,5 mil bolsas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) por falta de orçamento.

"O Brasil todo está sem dinheiro. Em casa que falta pão, todos brigam e ninguém tem razão. Os ministros estão apavorados, estamos aqui tentando sobreviver no corrente ano. Não tem dinheiro. Eu sabia disso, estamos fazendo milagre, conversando com a equipe econômica para ver o que a gente pode fazer", disse o presidente. "Não é maldade da minha parte. Não tem dinheiro, só isso."

Perguntado sobre o que se pode fazer para recuperar o Orçamento, Bolsonaro afirmou que o governo está trabalhando com privatizações, está cortando consultorias e "programas absurdos" para tentar economizar.

(Reportagem de Lisandra Paraguassu)

Bolsonaro chama Bolsa Família de "condução coercitiva" e diz que programa era usado para angariar votos

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro comparou o programa Bolsa Família a uma espécie de "condução coercitiva" do PT para as pessoas mais pobres e que o programa serve para angariar votos.

"Eu lembro que, num debate de 2014, uma candidata bateu no peito e disse que ‘em nosso governo 50 milhões de pessoas vivem do Bolsa-Família’. Obviamente, muita gente humilde necessitava até disso daí. Mas, outra parte, não. Porque não era também estimulada a sair desse tipo de condução coercitiva, vamos por assim dizer", afirmou.

Depois, questionado sobre sua afirmação, disse que "em parte, o Bolsa Família foi usado para angariar votos".

Crítico do programa quando era deputado federal, Bolsonaro durante a eleição prometeu que não iria acabar com o Bolsa Família e, ao assumir, disse que criaria um 13º para o programa. A proposta, no entanto, ainda não foi implementada.

Em mais uma série de críticas ao PT, disse que o importante para o partido era que pessoas sem estudo tivessem "o título de eleitor em uma mão e o cartão de um programa social na outra".

"Em alguns casos são necessários até pela idade e pela condição da pessoa, mas não podemos crescer pensando nisso", afirmou.

Em meio a um discurso pelo dia nacional da juventude, Bolsonaro ainda voltou a suas falas de campanha em que acusava o partido adversário de incentivar o homossexualismo.

"Se fosse quatro anos atrás talvez tivesse dois homens se beijando aqui na frente, desconstruindo a heteronormatividade", disse. "Nada contra, mas não podemos impor isso aí."

(Reportagem de Lisandra Paraguassu)

Bolsonaro acusa PT de criar células de guerrilha com médicos cubanos e diz que não precisa ter provas

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro voltou a acusar os médicos cubanos que estavam no Brasil dentro do programa Mais Médicos de terem sido enviados, a pedido do PT para criarem "células terroristas" no país, mas disse que não precisa apresentar provas da sua acusação.

"O PT botou no Brasil cerca de 10 mil fantasiados de médicos aqui dentro, em locais pobres para fazer células de guerrilhas e doutrinação. Tanto é que quando eu cheguei eles foram embora porque eu ia pegá-los", acusou Bolsonaro.

O presidente voltou às acusações contra Cuba e o PT --partido que estava no governo quando o Mais Médicos foi criado--, ao ser questionado sobre propostas para resolver problemas sociais do Brasil, depois de reclamar de reportagens que mostravam a situação difícil que vive a família da primeira-dama, Michele, em uma cidade-satélite de Brasília.

Ao ser perguntado diretamente sobre provas das acusações que faz aos médicos cubanos, Bolsonaro evitou responder.

"Precisa ter prova disso daí? Tu acha que está escrito isso aí em algum lugar?", disse.

Diante da insistência dos repórteres, afirmou que Cuba exportava guerrilheiros na década de 70 para Angola e que estava difícil apurar a ação dos cubanos no Brasil porque "o PT sumiu com muita coisa".

O presidente também foi questionado se sabia de alguma ação guerrilheira dos cubanos durante os anos que estiveram no Brasil e respondeu que estavam aqui em "preparação".

"É preparação, é preparação. Você não faz as coisas de uma hora para outra, fazendo a cabeça do povo", afirmou.

Bolsonaro usou ainda como justificativa o que diz ser falta de qualidade da medicina em Cuba. Mais uma vez, lembrou que o ex-presidente venezuelano Hugo Chávez foi para o país para ser tratado e morreu.

"Alguém já viu um médico cubano andando pelo mundo defendendo teses? Não. Nem tem internet em Cuba. Eles nem conseguem ter acesso a outras fontes de informação. Não tem nada lá, meu Deus", afirmou.

(Reportagem de Lisandra Paraguassu)

Fonte: Agencia Brazil/Reuters

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