Petrobras, Caixa e BB poderão ser privatizados se a sociedade desejar, diz Salim Mattar

Publicado em 04/10/2019 05:36

BRASÍLIA (Reuters) - O governo incluirá mais estatais no grupo das que poderão ser vendidas em nova reunião do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) que será feita ainda neste ano, afirmou o secretário Especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia, Salim Mattar.

Em coletiva de imprensa, ele destacou nesta quinta-feira que não estão no mandato as privatizações de Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e Petrobras, mas ponderou que, no futuro, há valor potencial a ser atingido com operações envolvendo essas empresas se sociedade, Congresso e presidente da República assim entenderem.

Questionado sobre o possível impacto para os ativos do governo de falência do conglomerado Odebrecht, após a Caixa ter feito pedido nesse sentido, Mattar avaliou que o episódio ilustra por que o Estado não é eficiente gestor de negócios.

"O Estado brasileiro está se metendo a ser empresário, então ele tem bancos, e os bancos emprestaram para Odebrecht 27 bilhões de reais e Odebrecht está com dificuldade de pagar, está em recuperação judicial e não tem como pagar isso", afirmou.

"Aí pergunto novamente para vocês: deve o Estado ter banco para tomar o cano de 27 bilhões?", completou.

Segundo Mattar, o valor das estatais federais no início do ano foi calculado em 490 bilhões de reais, mas está hoje em "700 e poucos bilhões" em função de valorização sofrida por empresas que são listadas na bolsa.

Ele frisou que é necessário que o governo vá adiante com o processo de privatização uma vez que "empresas estatais têm sempre benefícios e nem sempre são competidoras muito leais".

Após o governo ter informado mais cedo que já bateu a meta de 20 bilhões de dólares em privatizações e vendas de ativos em 2019, com 23,5 bilhões de dólares até setembro, Mattar evitou estimar o quanto poderia ser alcançado até o fim do ano, limitando-se a indicar que a cifra será certamente aumentada.

ELETROBRAS

Falando sobre a privatização da Eletrobras, o secretário afirmou que há arcabouço legal a ser respeitado, e que a aprovação do projeto de lei para que a empresa volte ao programa de desestatização pode "tomar algum tempo".

"Temos conversado com congressistas de forma a buscar o melhor caminho no caso da Eletrobras. Então preferimos gastar mais tempo em conversa, para depois ter celeridade no processo", disse.

Perguntado sobre o lento andamento da privatização de empresas públicas, com a venda de ativos sendo dominada até o momento por fatias societárias negociadas por estatais, ele reconheceu alguma frustração inicial.

"No primeiro momento, até pela minha ansiedade, está sim mais lento do que eu esperava, mas o Estado brasileiro é tão gigante, é tão lento e burocrático, que nada é fácil de fazer aqui", disse.

Fonte: Reuters

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