S&P eleva perspectiva para nota de crédito do Brasil, cita melhora de posição fiscal

Publicado em 11/12/2019 20:32

SÃO PAULO/BRASÍLIA (Reuters) - A agência de classificação de risco de crédito S&P elevou nesta quarta-feira, de estável para positiva, a perspectiva para o rating de longo prazo em moeda estrangeira do Brasil, hoje em BB-.

Embora preveja que a relação dívida/PIB do país deva continuar a crescer nos próximos três anos, a agência citou a perspectiva de melhora da posição fiscal do país, após a aprovação da reforma da Previdência e com a perspectiva de continuidade da agenda fiscal em 2020.

"O viés positivo reflete perspectivas para uma elevação da nota em dois anos se progressos adicionais -sejam em priorização, aprovação ou execução-- da ampla agenda fiscal e de crescimento do governo permitirem uma redução mais rápida dos déficits fiscais do Brasil e uma estabilização da dinâmica de dívida", afirmou a S&P em comunicado.

A nota do país está três graus abaixo da categoria "grau de investimento", selo concedido a economias cujas dívidas soberanas são consideradas de baixo risco de calote.

O Brasil perdeu o grau de investimento em 2015 em meio à deterioração fiscal e à retração da economia. Desde então, a S&P foi a primeira das três grandes agências de risco a promover uma melhora na perspectiva da nota do país.

Citando as reformas econômicas já implementadas e o cenário de juros baixos e inflação controlada, o secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, havia dito na semana passada que esperava que a nota de crédito brasileira ganhasse viés positivo por pelo duas agências de classificação de risco nos próximos meses.

A S&P destacou que as medidas de consolidação fiscal promovidas pelo governo, aliadas à redução da taxa de juros e à agenda de reformas, devem contribuir para um crescimento mais forte e para perspectivas de investimentos ao longo dos próximos três anos.

Segundo a agência, a nota do país também pode ser elevada se a dinâmica de crescimento do PIB começar a se comparar mais favoravelmente com países de nível de desenvolvimento econômico semelhante. Uma melhora do rating também pode advir de um fortalecimento do perfil externo do país, a despeito da volatilidade global, disse a S&P.

"Alternativamente, desenvolvimentos econômicos ou de política que prejudiquem a aprovação e execução de reformas corretivas adicionais nos próximos dois anos, abalando as perspectivas para a redução dos déficits públicos e estabilização das tendências de dívida, assim como limitando as perspectivas de crescimento de médio prazo, nos levariam a revisar a perspectiva para estável", afirmou a agência.

País não corre risco de calote

A perspectiva positiva significa que a agência pode elevar a nota do país nos próximos dois anos. Atualmente, a S&P concede nota BB- para o Brasil, três níveis abaixo do grau de investimento, garantia de que o país não corre risco de dar calote na dívida pública.

Em comunicado, a S&P informou que o Brasil está adotando reformas para reduzir o déficit nas contas públicas. Além disso, a queda dos juros básicos, que estão nos menores níveis da história, ajuda a controlar o endividamento do governo.

“Isso, juntamente com taxas de juros mais baixas e implementação gradual da agenda de reformas, deve contribuir para perspectivas de crescimento e investimento mais fortes nos próximos três anos, além de uma melhoria gradual nos resultados fiscais”, destacou a agência.

A S&P informou, no comunicado, que a nota do país pode ser elevada nos próximos dois anos caso as reformas avancem. Segundo a agência, a classificação pode subir “se houver mais progresso — seja priorização, aprovação ou execução — na ampla agenda fiscal e de crescimento do governo, permitindo uma redução mais rápida dos déficits fiscais do Brasil e uma estabilização da dinâmica da dívida.”

Desde janeiro de 2018, a S&P enquadra o Brasil três níveis abaixo do grau de investimento, mesma nota concedida pela Fitch, outra das principais agências de classificação de risco. A Moody’s classifica o país dois níveis abaixo do grau de investimento.

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Fonte:
Reuters/Agência Brasil

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