China pode investir em capacidade de frigoríficos brasileiros, diz cônsul

Publicado em 13/12/2019 14:29

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RIO DE JANEIRO (Reuters) - O cônsul da China no Rio de Janeiro, Li Yang, afirmou que o governo chinês estuda com o governo brasileiro uma parceria bilateral para ampliar a capacidade de frigoríficos brasileiros para potencial aumento nas vendas externas de carne para o país asiático.

Segundo ele, essa capacidade dos frigoríficos brasileiros é uma limitação para a ampliação das exportações nacionais para a China. Li afirmou que as conversas entre os dois países já iniciaram, mas não há um montante definido de quanto poderá ser investido na expansão do setor no país.

Dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), o Brasil caminha para quebrar seu próprio recorde de exportações de carne bovina em 2020. Embarques brasileiros de carne bovina devem terminar 2019 com um recorde de 1,828 milhão de toneladas, uma alta de 11,3% em relação à máxima anterior, registrada em 2018. No próximo ano, porém, a marca deve voltar a ser batida, com um avanço de 13% no volume de exportações do produto, para 2,067 milhões de toneladas, segundo estimativas da entidade.

Já a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) estima que as processadoras de alimentos do Brasil deverão aumentar as exportações de carne de porco e frango em 2020, puxadas pela forte demanda da China. A entidade prevê que as exportações brasileiras de carne suína possam crescer ao menos 15% no próximo ano, para 850 mil toneladas, e os embarques de carne de frango deverão aumentar para 4,5 milhões de toneladas, alta de 7% em relação à previsão para 2019.

"O Brasil não exporta mais para China por conta de sua logística e de sua capacidade de refrigeração", disse Li à jornalistas em evento na FGV.

"O Brasil tem grande volume de produção de carnes, mas não tem capacidade para levar as carnes para China. Estamos pensando em resolver isso; será um próximo passo a ser dado na nossa cooperação bilateral", disse o cônsul chinês. "Podemos investir para melhorar a condição de frigoríficos aqui no Brasil", acrescentou sem dar detalhes.

"A China está fazendo todo esforço para equilibrar os laços com todos os países. Mas a cooperação é bilateral e tem que ser baseada na vontade das duas partes", finalizou.

Acordo entre EUA e China não vai afetar relação com Brasil, diz cônsul chinês (Agência Brasil)

O cônsul-geral da China no Rio de Janeiro, Li Yang, disse hoje (13) que o acordo comercial entre China e Estados Unidos anunciado pelo presidente americano, Donald Trump, não vai afetar a relação bilateral sino-brasileira.

“Pessoalmente, eu não acho que a negociação entre a China e os Estados Unidos vai ter uma relação com o Brasil. Tenho toda a confiança no relacionamento entre Brasil e China em todas as áreas”, disse o cônsul, após participar do seminário O Futuro da Parceria Estratégica Global China-Brasil, na Fundação Getulio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro.

O acordo entre China e Estados Unidos prevê que Pequim compre grandes quantidades de produtos agropecuários americanos. Para Li Yang, o pacto comercial entre americanos e chineses não vai afetar a importação de soja e carne brasileiros pelo país asiático.

Na avaliação do diplomata, no caso da indústria de carne, as exportações brasileiras para a China não são maiores por questões ligadas à logística e ao sistema de refrigeração do produto: “Podemos investir para melhorar a condição dos frigoríficos”.

PSA: plantéis chineses devem crescer até 8% ano que vem; importações continuarão aquecidas

A China deve continuar sofrendo as consequências do surto de Peste Suína Africana em 2020, de acordo com relatório do Rabobank sobre as perspectivas da Peste Suína Africana, divulgado esta semana. Entretanto, apesar da previsão de continuidade na redução dos planteis, a expectativa é que no segundo semestre o país asiático comece a se recuperar lentamente da crise, aumentando em cerca de 8% dos rebanhos, mas ainda assim, o ritmo das importações de proteínas animais deve seguir aquecido.

Em 2020 deve haver concorrência mais intensa pelas importações de suínos por outros países da Ásia, como Vietnã e Filipinas, já que os surtos da doença vão continuar. Na Europa, o relatório aponta que a doença saltou grandes distâncias na Polônia e na Sérvia, podendo ser causa de ação humana. Novas descobertas de carcaças contaminadas impedem o processo de recuperação na Bélgica

Como muitas matrizes são mantidas para reabastecimento, a escassez de porcos para abate piorará nos próximos meses na China, mas devido à atual tendência de elevar os porcos a pesos mais pesados, esperamos a queda na carne oferta em cerca de 15% em 2020, em comparação com 2019.

Sendo assim, as importações feitas pelo país devem aumentar, o que pode beneficiar o Brasil, que teve mais plantas da agroindústria habilitadas este ano para exportar produtos para a China. A expectativa para o ano que vem é que o Brasil continue liderando as exportações de aves para a China.

ALIMENTAÇÃO

As negociações comerciais em andamento entre Estados Unidos e China impactarão significativamente a farinha de soja e direcionar para o uso de milho. Se os dois países ratificarem um acordo comercial de "primeira fase", o uso de farelo de soja na China pode se recuperar, enquanto o milho para alimentação seria parcialmente substituído por sorgo importado dos EUA. Mas, se um acordo comercial não for alcançado, as fábricas chinesas de alimentos para animais poderão cortar a farinha usar o milho de ração local para alimentar os animais.

 

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Fonte:
Reuters/Agencia Brasil

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