Chefe de gabinete argentino diz a jornal que março é prazo limite para renegociação da dívida

Publicado em 15/12/2019 14:33

BUENOS AIRES (Reuters) - A Argentina tem até março para renegociar cerca de 100 bilhões de dólares em dívida com detentores de bônus e outros credores, incluindo o Fundo Monetário Internacional (FMI), afirmou o chefe de gabinete do presidente Alberto Fernández em entrevista ao jornal La Nación.

"O time econômico está negociando", afirmou Santiago Cafiero na entrevista publicada neste domingo.

"Temos que tentar resolver as questões da dívida para que, fundamentalmente, se encaixem dentro de um programa macroeconômico sustentável", disse Cafiero, acrescentando que está previsto que o novo ministro da Economia, Martín Guzmán, viaje aos Estados Unidos para reuniões com credores antes do final do ano.

Cafiero disse ao jornal argentino que o governo pretende impor, na segunda-feira, uma taxação de 20% sobre bens e serviços comprados em dólares americanos.

A iniciativa visaria estabilizar o peso, que perdeu mais de 80% do seu valor ao longo dos últimos quatro anos, ajudando a levar a inflação para mais de 50% ao ano.

Para arrecadar recursos para o pagamento da dívida e para as despesas correntes, incluindo programas para aliviar a taxa de pobreza crescente, a Argentina anunciou no sábado um aumento da taxação das exportações de grãos.

"Entendemos as dificuldades que o campo teve por questões climáticas, entendemos que há muitos insumos que são em dólares, mas também temos que ser conscientes de que o governo de Macri teve uma desvalorização de mais de 500% e isso gera uma rentabilidade extraordinária", disse Cafiero sobre a decisão de elevar as tarifas sobre exportações.

Argentina permitirá que Evo Morales faça declarações políticas

BUENOS AIRES (Reuters) - A Argentina permitirá que o ex-presidente da Bolívia Evo Morales, que chegou na quinta-feira e recebeu status de refugiado, faça declarações políticas durante sua estada no país, afirmou uma autoridade do novo governo em entrevista publicada neste domingo.

A declaração do chefe de gabinete Santiago Cafiero contradiz o ministro das Relações Exteriores Felipe Sola, que disse na quinta-feira que ele tinha pedido a Morales que se abstivesse de fazer declarações políticas.

O presidente argentino Alberto Fernández, que assumiu o cargo na quinta-feira, disse antes de ser eleito que o esquerdista Morales seria bem-vindo no país. Morales deixou a Bolívia depois de eleições controversas em outubro que geraram uma crise política no país andino.

"O refugiado tem os mesmos direitos que um cidadão argentino, como a liberdade de se expressar, de declarar, de pensar e decidir o que quiser. Nós não vamos restringir suas liberdades", afirmou Cafiero ao jornal La Nación.

Mais tarde, Morales escreveu no Twitter que estava ajudando a planejar a estratégia de campanha do seu partido para as próximas eleições.

Argentina dobra valor de indenização por demissão (Ag. Estado)

O novo presidente da Argentina, Alberto Fernández, anunciou suas primeiras medidas econômicas: elevou os custos para demissão sem justa causa e o imposto sobre exportação de produtos agrícolas.

Por meio de um decreto de necessidade e urgência publicado ontem, 14, o peronista determinou que trabalhadores demitidos sem justa causa nos próximos 180 dias receberão o dobro do valor da rescisão de contrato.

De acordo com o jornal argentino Clarín, o texto do decreto justifica a decisão devido à gravidade da crise no mercado de trabalho, cuja taxa de desemprego cresceu para 10,6% no segundo trimestre de 2019, um ponto a mais do que mesmo período de 2018. A medida surpreendeu, uma vez que o próprio Fernández havia relativizado seu impacto durante a campanha.

O Decreto de Necessidade e Urgência (DNU) diz que "os trabalhadores afetados terão o direito de receber o dobro da remuneração correspondente de acordo com a legislação vigente".

Ainda não se sabe como as empresas receberão a notícia. Dias atrás, a União Industrial Argentina (UIA) disse considerar um erro o retorno do pagamento de indenização dupla.

Exportações

No Diário Oficial de ontem, o governo de Fernández também publicou um decreto que estipula que o imposto de exportação para grãos passe a ter alíquota de 9% em substituição aos 4 pesos por dólar exportado que estavam em vigor até agora. A soja, porém, mantém sua base de 18%, que somada aos 9% de todos os outros produtos, ficará com uma taxa de exportação de 27%, de acordo com o Clarín. A medida está valendo desde ontem.

Esse valor aumenta os valores pagos: 30% a mais para a maioria dos grãos e 15% para a soja. Até sexta-feira, 13, com o mecanismo de 4 pesos por dólar, as retenções eram pagas a uma taxa de 6,5% para todos os grãos e esse porcentual mais 18% fixos para a soja, totalizando 24,5% para oleaginosas.

Embora o anúncio seja de aumento, ele está em linha com a previsão de especialistas do agronegócio, uma vez que o novo governo já vinha antecipando a medida. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Fonte:
Reuters/Agencia Estado

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