Ibovespa fecha em nova máxima e atinge 30% de valorização em 2019; Otimismo em Wall Street

Publicado em 18/12/2019 18:43

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Por Peter Frontini e Aluisio Alves

SÃO PAULO (Reuters) - Ações de bancos e da Petrobras lideraram o avanço do Ibovespa nesta quarta-feira, conduzindo o índice para mais um fechamento recorde e acumulando alta de 30% em 2019.

O Ibovespa subiu 1,51%, a 114.314,65 pontos. O giro financeiro da sessão somou volume recorde de 79,6 bilhões reais, impulsionado pelo vencimento de opções sobre o índice e o índice futuro. O recorde anterior havia sido de 47 bilhões de reais registrado em fevereiro deste ano.

O mercado acompanhou o início do que pode ser o rali da reforma tributária, com o anúncio da instalação de uma comissão mista com deputados e senadores para produzir um texto de consenso sobre o projeto em até 90 dias.

Após encontro com os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, o ministro da Economia, Paulo Guedes, fez projeções otimistas, prevendo que o PIB brasileiro crescerá "muito mais" do que 2% em 2020.

O secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, afirmou que continuando o ciclo de reformas, o país deverá ter um crescimento mais forte nos próximos anos.

Fábio Galdino, chefe de renda variável da Vero Investimentos, disse que é provável que as agências de classificação de risco elevem a nota no Brasil no ano que vem diante desse cenário, após a S&P elevar a perspectiva para o rating de longo prazo do Brasil na semana passada.

"No contexto de hoje, já percebemos uma melhora no humor do investidor estrangeiro, que vem reduzindo o volume de vendas no mercado. Acho que ainda não veremos uma inversão deste fluxo, mas com certeza vai diminuir", afirmou.

Agentes do mercado também acompanham a votação da Câmara dos Deputados dos EUA para aprovar o impeachment do presidente Donald Trump em resultado das acusações de abuso de poder e obstrução de um inquérito do Congresso.

Apesar da provável aprovação na Câmara, o processo não deve passar no Senado, segundo analistas.

DESTAQUES

- PETROBRAS ON e PETROBRAS PN subiram 2,6% e 2,3%, respectivamente. O BNDES deve definir até semana que vem o banco que ajudará na venda de ações da petrolífera detidas pela instituição por meio da BNDESPar, disse o presidente do banco de fomento, Gustavo Montezano.

- MARFRIG ON despencou 4,2%, após a empresa precificar em 10 reais sua oferta pública de ações primária e secundária. Na véspera, os papéis da companhia fecharam a 10,70 reais. No setor, JBS ON ganhou 3,56% e BRF FOODS subiu 2,1%.

- ELETROBRAS PNB recuou 2,95%, após notícia de que o projeto de lei da privatização da empresa está travado no Congresso devido à resistência do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em colocá-lo em votação caso não existam sinais de que a matéria pode ter apoio mínimo no Senado, de acordo com reportagem do jornal Valor econômico.

- ITAÚ UNIBANCO PN avançou 1,28% e BRADESCO PN subiu 2,8%.

- HYPERA PHARMA ON ganhou 3,8%, liderando as altas da sessão. A farmacêutica anunciou a compra das populares marcas de medicamentos Buscopan da europeia Boehringer Ingelheim, em uma transação que inclui outros ativos e que foi acertada por 1,3 bilhão de reais.

- VIA VAREJO ON avançou 2,5%, seguindo a forte tendência de alta das últimas semanas. No setor varejista, MAGAZINE LUIZA ON ganhou 1,4%, enquanto B2W GLOBAL ON desvalorizou-se 0,6%.

- Fora do índice, RANDON PN avançou 3%, após sua controlada Fras-Le anunciar na véspera a aquisição da Nakata por 457 milhões de reais. FRAS-LE ON saltou 15,1%.

- NATURA ON caiu 0,27%, na primeira sessão após a mudança do nome corporativo da empresa, na esteira da reestruturação societária que se sucedeu à aquisição da Avon.

Wall Street fecha quase estável com otimismo econômico; FedEx pressiona

NOVA YORK (Reuters) - O índice S&P 500 encerrou nesta quarta-feira uma sequência de cinco dias de ganhos, à medida que o otimismo dos investidores quanto ao crescimento econômico global foi compensado por uma forte queda nas ações da FedEx , mas ainda assim conseguiu se manter próximo às recentes máximas recordes.

O Dow Jones teve queda de 0,1%, para 28.239,28 pontos, enquanto o S&P 500 registrou variação negativa de 0,04%, a 3.191,14 pontos, e o Nasdaq Composto avançou 0,05%, a 8.827,74 pontos.

As ações da FedEx despencaram 10% após a empresa de entregas norte-americana reduzir sua estimativa de lucros para o ano-fiscal de 2020, citando grandes despesas, desaceleração do comércio global e consequências de seu rompimento com a Amazon.

O declínio nos papéis da FedEx pressionou também o índice industrial Dow Jones, muito influenciado por "blue-chips". As ações da United Postal Service, sua rival no setor de entregas, recuaram 1,9%. Dessa forma, as perdas de FedEx e da UPS levaram o setor de transportes do Dow a uma queda de 0,9%.

Por outro lado, o índice tecnológico Nasdaq registrou uma máxima recorde de fechamento pela quinta sessão consecutiva.

Mesmo com as perdas nominais desta quarta-feira no S&P 500, analistas disseram que o mercado permanece bastante otimista após o anúncio de um acordo comercial inicial entre EUA e China na semana passada. Tanto que, no início do dia, o S&P 500 chegou a bater sua quinta máxima recorde seguida.

"Os investidores ficaram muito mais confortáveis com os caminhos que as coisas tomaram. Foram dias obscuros no mercado", disse Wayne Wicker, diretor de investimentos da Vantagepoint Investment Advisers. "Isso é apenas uma pausa depois de uma alta tão forte."

O mercado, em sua maior parte, ignorou a possibilidade de aprovação do impeachment do presidente norte-americano, Donald Trump, à medida que a Câmara dos Deputados dos EUA caminhava para uma votação histórica ainda nesta quarta-feira. Trump é acusado de abuso de poder e obstrução dos trabalhos do Congresso.

Bolsas de NY fecham sem direção única, após recordes recentes (Estadão)

As bolsas de Nova York fecharam sem direção única, com investidores em compasso de espera por notícias sobre a assinatura do acordo comercial "fase 1" entre Estados Unidos, previsto para janeiro. O Nasdaq terminou o dia na contramão dos demais índices acionários, renovando recorde de alta no fechamento.

O índice Dow Jones fechou em queda de 0,10%, em 28.239,28 pontos O Nasdaq avançou 0,05%, a 8.827,73 pontos e o S&P 500 finalizou o pregão com leve queda de 0,04%, a 3.191,14 pontos. O Dow Jones e o S&P 500 encerraram nas mínimas do dia, perdendo fôlego nos minutos finais.

Contribuiu para alta na bolsa tecnológica Nasdaq as ações do Facebook, que tiveram valorização de 2,07%, e os papéis do Twitter, que subiram 3,19%. Na S&P, destaque para as ações do setor financeiro. Well Fargo caiu 1,23% e Morgan Stanley recuou 0,10%.

As bolsas de Nova York abriram em território positivo, com investidores ainda mantendo o otimismo com o anúncio da conclusão do acordo comercial "fase 1" entre os governos americano e chinês. Mas a falta de notícias sobre detalhes do pacto abriram espaço para incertezas, contendo os ganhos.

A LPL Financial afirmou em relatório que as ações estavam buscando orientação nesta manhã, com o ano de 2019 terminando e as manchetes comerciais se dissipando. "As ações poderiam continuar flutuando mais alto, já que a segunda quinzena de dezembro foi historicamente um dos períodos mais fortes do índice S&P 500", avaliou a corretora.

No mercado americano, os investidores também acompanharam nesta quarta-feira as falas do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de Chicago, Charles Evans (que vota) afirmando que a inflação continua preocupantemente baixa, apesar de ressaltar que a economia americana está se saindo "notavelmente bem", com um mercado de trabalho vibrante e força no consumo.

Quanto à política monetária, Evans disse que ela está "em um bom lugar", mas acrescentou que está "pessoalmente preocupado" com o fato de que a inflação continue a ficar abaixo da meta de 2% do Fed. Para ele, o BC americano deve permitir que a inflação suba acima desse patamar por um tempo, até que a média volte à meta do Fed. A falta de pressa do Fed em elevar os juros tende a ser positiva para as bolsas de Nova York.

 

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Fonte:
Reuters/Estadão

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