China comenta acordo com os EUA: "assinatura é apenas um primeiro passo "

Publicado em 18/01/2020 16:43
Agencia estatal chinesa Xinhua divulga comentário com título: "Em nova era, laços China-EUA estão começando bem",.. mas alfineta: "...quanto mais complicada é a situação, maior é a compostura".

Washington, (Xinhua) -- É um momento que atrai a atenção do mundo. Ao meio dia na quarta-feira em Washington, o vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, e o presidente dos EUA, Donald Trump, assinaram formalmente a primeira fase do acordo econômico e comercial China-EUA.

Os dois lados, tendo em mente os interesses gerais, deram um importante passo à frente no caminho certo para resolver as diferenças econômicas e comerciais, que servirão como uma base sólida para lidar adequadamente com os problemas de acompanhamento, trazer benefícios econômicos e comerciais bilaterais de volta ao caminho certo e injetar energia positiva na estabilidade e no desenvolvimento da economia global.

É uma medida que serve os interesses da China, dos Estados Unidos e do mundo como um todo.

A cerimônia de assinatura, realizada na Sala Leste da Casa Branca, ocorreu após quase dois anos de duras negociações comerciais. É um resultado em fases conquistado com dificuldade, mostrando que as duas maiores economias do mundo estão buscando uma maneira mais racional de romper o impasse.

A cooperação também foi provada como a única escolha certa para os dois lados, e os problemas devem ser resolvidos com Beijing e Washington se encontrando no meio do caminho.

A China e os Estados Desatados devem manter o diálogo e a consulta com base nos princípios da igualdade e do respeito mútuo, pois sempre há mais soluções do que dificuldades.

Apesar de suas diferenças no sistema político e na ideologia, entre outros, a China e os Estados Unidos compartilham tremendos interesses comuns. Buscar um terreno comum enquanto se supera as diferenças é vital para a quebra do gelo entre as negociações comerciais China-EUA.

Desde que os dois lados sigam de perto os interesses fundamentais dos dois povos e respeitem a dignidade, a soberania e os interesses fundamentais, não há problemas difíceis de serem superados.

O acordo varia da expansão do comércio bilateral em setores como produtos agrícolas, bens manufaturados, energia e serviços, facilitando ainda mais o acesso ao mercado e aumentando a proteção dos direitos de propriedade intelectual.

Os dois lados também concordam em estabelecer um mecanismo bilateral para avaliação bidirecional e solução de controvérsias, e os Estados Unidos prometem remover parte das tarifas extras impostas aos produtos chineses.

É seguro dizer que o acordo abordou consideravelmente as preocupações de ambos os lados, além de estar em conformidade com a direção geral da China de aprofundar sua reforma e abrir e promover o desenvolvimento de alta qualidade, mas também é propício para atender às crescentes demandas de mercado chinês e manter um balanço de pagamentos internacionais.

Enquanto isso, é um benefício para as comunidades industriais e empresariais e os consumidores de ambas as nações, pois alcançou um resultado de benefício mútuo, que também é bem recebido pela comunidade internacional e pelos mercados financeiros.

O que a China aprendeu com a assinatura do acordo é que, quanto mais complicada é a situação, maior é a compostura. Também é fundamental que a China possa gerenciar bem suas próprias coisas.

Os quase dois anos das negociações comerciais China-EUA coincidiram com um período crítico, enquanto a China trabalha para alcançar seu primeiro "objetivo centenário" de construir plenamente uma sociedade moderadamente próspera em todos os aspectos.

Em meio a uma situação internacional complicada, uma tarefa exigente para reformas e desenvolvimento interno e vários tipos de dúvidas, a economia da China não é esmagada, como alguns previram no início das disputas comerciais. Em vez disso, manteve um crescimento moderado de mais de 6 por cento.

No final do ano passado, a produção econômica da China chegou a 14,49 trilhões de dólares americanos, com um PIB per capita superior a 10.000. Diante da pressão, as empresas e o público chineses se tornaram mais calmos e maduros.

A assinatura do acordo da primeira fase, no entanto, não é de forma alguma uma ação definitiva, nem indica que tudo está bem a partir deste momento. As reviravoltas nos estágios iniciais das negociações comerciais mostram que a assinatura do acordo é apenas um primeiro passo positivo para resolver os problemas econômicos e comerciais entre as duas principais economias do mundo, e a principal prioridade agora é implementar o acordo.

Como diz um velho ditado chinês, todo sucesso depende de bons preparativos. Beijing e Washington devem reconhecer completamente a natureza persistente, intrincada e desafiadora das questões comerciais China-EUA.

Os dois lados seguirão os princípios estabelecidos pelos dois chefes de Estado, manterão a cooperação econômica no caminho dos benefícios e resultados mútuos, farão pleno uso do recém-estabelecido mecanismo de solução de controvérsias e outras plataformas de diálogo, se encontrando cada um na metade do caminho certo para solucionar os problemas e começar bem os laços econômicos e comerciais na nova era China-EUA.

Este ano, a China deve atingir seu objetivo de se tornar uma sociedade moderadamente próspera em todos os aspectos e erradicar a pobreza absoluta para seu povo. Uma China que continuar se abrindo trará maiores contribuições para a economia mundial. Por fim, uma China melhor precisa de um mundo melhor, e uma China melhor ajuda a criar um mundo melhor.

Economia chinesa cresce 6,1% em 2019

Beijing, 17 jan (Xinhua) -- A economia chinesa registrou um crescimento anual de 6,1% em 2019, ficando dentro da meta para o ano estabelecida pelo governo entre 6% e 6,5%, anunciou nesta sexta-feira o Departamento Nacional de Estatísticas (DNE).

A leitura foi menor do que a expansão de 6,6% registrada em 2018.

O crescimento no quarto trimestre ficou em 6%, mesma alta do terceiro, mas inferior ao aumento de 6,2% no segundo trimestre e de 6,4% no primeiro, mostraram os dados do DNE.

Em 2019, o produto interno bruto (PIB) totalizou 99,09 trilhões de yuans (US$ 14,38 trilhões), com o setor de serviços representando mais da metade.

A produção industrial de valor agregado, um importante indicador econômico, se expandiu 5,7% em termos anuais em 2019, desacelerando do crescimento de 6,2% em 2018.

O investimento em ativos fixos aumentou 5,4% na base anual em 2019, estável com o nível registrado nos primeiros três trimestres.

As vendas no varejo de bens de consumo, um importante indicador de crescimento do consumo, subiram 8% anualmente em 2019.

População da China ultrapassa 1,4 bilhão

Beijing, 17 jan (Xinhua) -- A população na parte continental da China ultrapassou 1,4 bilhão no fim de 2019, mostraram nesta sexta-feira os dados oficiais.

No fim de 2019, ela atingiu 1,40005 bilhão, aumentando 4,67 milhões em relação ao ano anterior, indicaram os dados do Departamento Nacional de Estatísticas (DNE).

A cifra não incluiu as regiões administrativas especiais de Hong Kong e Macau nem Taiwan nem os chineses que vivem no exterior, segundo o DNE.

A população em idade ativa continuou se reduzindo.

Composta por pessoas de 16 a 59 anos, a população em idade ativa diminuiu 890 mil ante o ano anterior, para 896,4 milhões, respondendo por 64% do total.

A população em idade ativa vem caindo desde 2013, quando o DNE começou a divulgar a medida para substituir a contagem anterior, que cobria a faixa de 15 a 59 anos.

O número de pessoas de 60 anos ou mais subiu 4,39 milhões, para 18,1% da população.

Um total de 14,65 milhões de bebês nasceu em 2019, a terceira queda anual seguida, desta vez de 580 mil.

Em 2016, o país começou a permitir aos casais casados ter dois filhos, terminando a política do filho único, adotada por décadas, para lidar com as preocupações crescentes com a população em envelhecimento.

Renda disponível dos residentes da China aumenta 5,8% em 2019

Beijing, 17 jan (Xinhua) -- A renda disponível per capita da China ficou em 30.733 yuans (US$ 4.461,95) em 2019, alta anual de 5,8% em termos reais, de acordo com dados divulgados nesta sexta-feira pelo Departamento Nacional de Estatísticas (DNE).

Segundo a pasta, a renda disponível per capita urbana atingiu 42.359 yuans, e a rural, 16.021 yuans, subindo 5% e 6,2%, respectivamente, em termos reais, depois de deduzir os fatores do preço.

Em 2019, o crescimento real da renda disponível per capita nas áreas rurais foi mais rápido que nas urbanas, indicando diminuição na diferença nas rendas rural e urbana.

O gasto per capita do consumidor chinês aumentou 5,5% anualmente em termos reais, chegando a 21.559 yuans em 2019.

A economia chinesa cresceu 6,1% em termos anuais no ano passado, ficando dentro da meta anual entre 6% e 6,5% estabelecida pelo governo.

A meta do país é dobrar a renda per capita dos residentes urbanos e rurais até 2020 em relação aos níveis de 2010.

Bolsas de Nova York fecham em alta com foco em indicadores da China

São Paulo - As bolsas de Nova York fecharam em alta nesta sexta-feira, 17, com otimismo em torno de uma melhora na economia chinesa, após a divulgação de resultados de produção industrial, vendas no varejo e do Produto Interno Bruto (PIB) do país asiático. Os índices Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq renovaram recordes de fechamento apesar dos ganhos terem sido contidos por ações do setor de energia, que apresentaram queda, e pela notícia de que a gigante aérea Boeing enfrenta um novo problema para a retomada de produção do modelo 737 Max, envolvido em acidentes.
 

O índice Dow Jones subiu 0,17%, a 29.348,10 pontos, com elevação semanal de 1,73%. O S&P 500 avançou 0,39%, a 3.329,62 pontos, e avançou 1,87% na comparação semanal. Já o Nasdaq ganhou 0,34%, a 9.388,94 pontos, subindo 2,15% na semana. Hoje, as ações da Boeing tiveram desvalorização de 2,36%, após fontes da Dow Jones Newswires informarem que a empresa enfrenta dificuldades para retomar a produção do modelo 737 Max, por conta de um erro de software.

As bolsas de Nova York perderam força no início da tarde desta sexta-feira (horário de Brasília), pressionadas pelos recuos de ações empresas de energia, que encerraram o dia em queda de 0,66%, na contramão dos demais setores.

Mas os dados da China sustentaram o apetite por risco, de olho em indicadores econômicos do país. A produção industrial e as vendas no varejo surpreenderam as expectativas, enquanto investidores viram com bons olhos os números do PIB do quatro trimestre de 2019. Embora o resultado, na comparação anual, tenha sido o pior em quase três décadas, não houve alterações na comparação trimestral.

De acordo com a LPL Financial, o resultado do PIB da China representa "uma melhora em relação aos cinco trimestres seguidos de declínio, em meio às tensões comerciais", aponta a instituição em relatório enviado a clientes. "Continuamos a ver sinais de estabilização nos dados globais, um desenvolvimento encorajador, considerando as dificuldades que muitas economias estrangeiras enfrentaram em 2019", completa a LPL.

Fonte: Xinhua (estatal chinesa)/AE

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