Ministério da Saúde confirma 3 casos suspeitos de coronavírus no Brasil

Publicado em 28/01/2020 15:32
Estudante de 22 anos está em observação em hospital de Belo Horizonte; outros dois casos em Porto Alegre e Curitiba

(Reuters) - O Ministério da Saúde informou nesta terça-feira que o Brasil tem três casos suspeitos de infecção pelo nova coronavírus, localizados em Belo Horizonte, Porto Alegre e Curitiba.

"Os pacientes se enquadraram na atual definição de caso suspeito para NCOV-2019 (o novo coronavirus), estabelecido pela OMS (Organização Mundial de Saúde), ou seja, apresentou febre e pelo menos um sinal ou sintoma respiratório e viajou para área de transmissão local nos últimos 14 dias", disse o ministério em nota.

"A Organização Mundial da Saúde (OMS) aumentou o nível de alerta para alto em relação ao risco global do novo coronavírus, por isso, o Ministério da Saúde orienta que viagens para a China devem ser realizadas em casos de extrema necessidade. Com quase três mil casos confirmados, segundo o último boletim da OMS, todo o território chinês passa a ser considerado área de transmissão ativa da doença", acrescenta a nota.

Mais cedo, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, informou o primeiro caso suspeito no país, o de uma paciente que esteve na cidade chinesa de Wuhan, o epicentro do surto do vírus.

"Nós temos hoje um caso suspeito de uma paciente que viajou para a cidade de Wuhan até 24 de janeiro. É um caso importado, ou seja, um pessoa que veio desse local", disse o ministro em entrevista coletiva em Brasília, transmitida pela televisão.

"Ela apresentou sintomas compatíveis com o protocolo da suspeita, o estado geral dessa paciente é bom, ela se encontra estável, não tem nenhuma complicação, não há evidência ainda de que o vírus esteja, de qualquer maneira, circulando. É um caso importado, ela está em isolamento e os 14 contatos mais próximos estão sendo acompanhados", acrescentou.

Segundo Mandetta, mais de 7 mil rumores de coronavírus foram analisados pelo ministério, dos quais 127 exigiram a verificação se estavam dentro de um padrão, resultando em 1 caso suspeito.

O ministério não deu detalhes sobre os pacientes de Porto Alegre e Curitiba e tampouco informou sobre o estado de saúde de ambos.

De volta ao Brasil, após viagem à Índia, o presidente Jair Bolsonaro disse a jornalistas nesta terça que iria procurar o ministro da Saúde para se inteirar da situação no país.

"A OMS está dando grau máximo à possibilidade desse vírus se espalhar pelo mundo. Isso já aconteceu em outros momentos, como o H1N1, então temos que ficar preocupados", disse Bolsonaro. "Vou agora de manhã atrás do Mandetta tomar pé do que está acontecendo no momento."

Passageiros usam máscaras para evitar o surto de um novo coronavírus na Estação Ferroviária de Alta Velocidade West Kowloon de Hong Kong na China Tyrone - Siu/Reuters/direitos reservados

Aeroportos

Desde o fim de semana, os aeroportos brasileiros divulgam alerta da Anvisa sobre o coronavírus. A mensagem reforça procedimentos de higiene e diz que os passageiros que apresentarem sintomas relacionados ao vírus devem procurar um agente de saúde. O ministro disse que o governo também trabalha com a elaboração de material impresso em diferentes idiomas para orientar as pessoas que chegam no país sobre o que fazer para evitar contrair o vírus.

Hoje à tarde, integrantes da Anvisa se reúnem com representantes de companhias aéreas no Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão, para dar orientações sobre o coronavírus.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), até ontem (27), foram confirmados 2.798 casos do novo coronavírus, batizado 2019-nCoV, em todo o mundo. A maior parte na China (2.761), incluindo a região administrativa de Hong Kong (8 casos confirmados), Macau (5) e Taipei (4).

Fora do território Chinês foram confirmados 37 casos. Destes, 36 apresentaram histórico de viagem à China, dos quais 34, estiveram na cidade de Wuhan ou algum vínculo com um caso já confirmado. Desse total, os Estados Unidos e a Tailândia registraram cinco casos cada; quatro casos foram registrados no Japão, Cingapura, Austrália, Malásia e a Coreia do Sul. A França registrou três casos, o Vietnam dois, e o Canadá e Nepal um caso cada.

Nesta terça, representantes do Ministério da Saúde vão participar de uma reunião com a Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o tema. Na próxima semana, Mandetta disse que vai se reunir com os secretários estaduais de Saúde e os secretários de Saúde das capitais também para detalhar as ações tomadas pelo governo.

Coronavírus: número de mortes chega a 132 na China; 5,9 mil já foram infectadas

O número de mortos pelo novo coronavírus na China chegou a 132, segundo informe divulgado na noite desta terça-feira, 28, pelo governo chinês. De acordo com o boletim, 5.974 já foram infectadas, a maioria na província de Hubei, onde fica Wuhan, epicentro do surto.

Em apenas um dia, o número de óbitos confirmados cresceu 24%, passando de 106 na segunda-feira para 132 nesta terça. O número de infectados, por sua vez, saltou 32% - no último balanço, eram 4.515 registros da infecção.

Além da China, 14 países já registraram casos de pneumonia pelo novo coronavírus. Em três deles (Alemanha, Japão e Vietnã), foram notificados registros em pessoas que não estiveram na China, o que indica transmissão local também fora do país asiático.

No Brasil, o Ministério da Saúde confirmou nesta terça-feira que investiga os primeiros três casos suspeitos da doença - em Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre. Os três pacientes estiveram na China recentemente e têm sintomas da doença, como febre, tosse e dificuldade para respirar.

Eles estão isolados aguardando o resultados dos exames que confirmarão ou não a infecção. Pessoas que tiveram contato com os pacientes também estão sendo monitoradas. As conclusões dos testes devem ser divulgadas até o fim da semana.

Diante dos casos suspeitos, o Ministério da Saúde elevou de 1 para 2 o nível de alerta no País (a escala vai até 3). Agora, o Brasil classifica a situação como perigo iminente de entrada do vírus no País. O nível 3 será declarado caso alguma infecção suspeita seja confirmada. Caso isso ocorra, o governo poderá declarar emergência em saúde pública.

Hong Kong desenvolve vacina para Coronavírus, mas testes levam tempo; mercado busca recuperação

Foto: AFP

O site chinês de notícias South China Morning Post informou, nesta terça-feira (28), que pesquisadores de Hong Kong já desenvolveram uma vacina contra o coronavírus, porém, ainda precisam de um pouco mais de tempo para testá-la. A informação parte do professor Yuen Kwok-yung, especialista em doenças infecciosas. 

"Já produzimos a vacina, mas levará muito tempo para testar em animais", disse Yuen, completando com a afirmação de que os testes em humanos antes de que a vacina seja usada também ainda demora, pelo menos, mais um ano. 

Ainda de acordo com a publicação local, o professor disse que sua equipe já vinha trabalhando na vacina e já havia isolado o vírus anteriormente antes mesmo de ter sido confirmado o primeiro caso. 

Para testar a vacina, ela precisaria ser injetada em um animal para verificar se produz uma boa resposta imune, segundo explicou Yuen, e na sequência, o animal vacinado seria então exposto ao vírus para ver se está protegido.

Foto: National Microbiology Data Centre

Nesta terça-feira, o presidente Xi Jinping se comprometeu, mais uma vez, com extrema transparência de seu governo com a crise e disse que o coronavírus é um "demônio" que tem ameaçado a saúde global. "Essa epidemia é um demônio e não podemos deixá-lo crescer", disse. 

Por: Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Wall St salta com dados de empregos nos EUA reforçando hipótese de cortes nos juros
Dólar cai ao menor valor em quase um mês com dados fracos de emprego nos EUA
Ibovespa fecha em alta com melhora em perspectivas sobre juros nos EUA
Taxas futuras de juros têm nova queda firme no Brasil após dados de emprego nos EUA
Brasil e Japão assinam acordos em agricultura e segurança cibernética