BNDES anuncia novo programa de crédito rural com oferta inicial de R$ 1,5 bi

Publicado em 07/02/2020 18:36

SÃO PAULO (Reuters) - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou nesta sexta-feira o lançamento do programa Crédito Rural, que terá inicialmente 1,5 bilhão de reais para projetos de investimento e aquisição isolada de máquinas e equipamentos.

O prazo dessas operações pode chegar a 15 anos para projetos de investimento e a 10 anos para aquisição de bens de capital, com a participação do BNDES em até 100% dos itens financiáveis.

No caso de financiamento a máquinas e equipamentos, a taxa final será próxima a 9% ao ano (0,72% ao mês), enquanto para projetos será em torno 10% ao ano (0,78% ao mês), disse o BNDES em nota.

Os recursos serão oferecidos em parceria com mais de 30 instituições financeiras.

No corrente ano agrícola (2019/2020), o orçamento disponibilizado pelo BNDES alcança 23 bilhões de reais. Até o momento, o banco já aprovou 12,6 bilhões de reais no atual ano agrícola.

Guedes anuncia a reforma administrativa e gera polêmica ao comparar funcionalismo a "parasita"

  • Ministro da Economia, Paulo Guedes, faz caminhada perto do Palácio do Alvorada 05/02/2020 REUTERS/Adriano Machado

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta sexta-feira que o governo vai encaminhar a reforma administrativa para a Câmara na próxima semana.

Em evento na Fundação Getúlio Vargas, o ministro frisou a importância de ajustar regras dos salários do funcionalismo, ressaltando que parte da categoria virou "parasita".

"O funcionalismo teve aumento de 50 por cento acima da inflação, tem estabilidade de emprego, tem aposentadoria generosa, tem tudo“, disse Guedes. “O hospedeiro está morrendo, o cara virou um parasita, o dinheiro não chega no povo e ele quer aumento automático. A população não quer isso”, acrescentou.

As declarações do ministro foram feitas durante a defesa da aprovação de reformas estruturais, como a do pacto federativo. A proposta enviada ao Congresso prevê a criação de um mecanismo de emergência fiscal que permite ao governante suspender por até dois anos aumentos para os servidores público, em caso de dificuldades fiscais.

Segundo o ministro, o Congresso está "abraçado" à agenda de reformas do governo, cenário que disse considerar bem diferente do visto no início do governo Jair Bolsonaro.

O ministro afirmou, ainda, que tem recebido apoio do presidente Bolsonaro "em tudo" na pauta econômica.

POLÊMICA

As falas do ministro desencadearam manifestações contrárias de entidades que representam categorias do funcionalismo, inclusive dentro do próprio Ministério da Economia.

No fim da tarde, a pasta divulgou nota afirmando que a fala do ministro foi tirada de contexto pela imprensa e que o ministro apontou a necessidade de mudanças nas regras do funcionalismo em meio ao quadro de penúria enfrentado por Estados, sendo que parte deles já estão gastando mais com pessoal do que o limite prudencial estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

"Nessa situação extrema, não sobram recursos para gastos essenciais em áreas fundamentais como saúde, educação e saneamento", disse a nota.

"O ministro argumentou que o país não pode mais continuar com políticas antigas de reajustes sistemáticos. Isso faz com que os recursos dos pagadores de impostos sejam usados para manter a máquina pública em vez de servir à população: o principal motivo da existência do serviço público", completou.

A Unafisco, que representa auditores fiscais da Receita Federal, emitiu nota de repúdio, afirmando que a comparação feita por Guedes de funcionários públicos com parasitas era rasa e generalizada.

"Se partilhássemos da descompostura do ministro, poderíamos compará-lo a um serviçal do mercado, que promove a falência do Estado em detrimento do povo brasileiro. Falta não só elegância ao ministro Guedes, como patriotismo", disse a entidade.

"O assédio institucional que vem sendo praticado pelo senhor Paulo Guedes em relação aos servidores públicos já ultrapassa os limites legais e merece reação à altura", acrescentou a Unafisco.

Fonte: Reuters

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