Preços ao produtor da China sobem em janeiro e interrompem 6 meses de quedas

Publicado em 10/02/2020 09:05

PEQUIM (Reuters) - Os preços nos portões das fábricas da China interromperam seis meses de queda na comparação anual em janeiro, embora os fechamentos prolongados de empresas devido ao surto de coronavírus signifiquem que o ímpeto positivo não deve persistir.

O vírus matou mais de 900 pessoas na China e também ampliou as pressões de preços com a inflação ao consumidor atingindo máxima de mais de oito anos uma vez que as restrições do governo ao movimento levaram os moradores a estocar produtos essenciais.

O índice de preços ao produtor subiu 0,1% em janeiro na comparação com o ano anterior, de acordo com dados divulgados pela Agência Nacional de Estatísticas nesta segunda-feira, em linha com as expectativas em pesquisa da Reuters e revertendo a queda de 0,5% em dezembro.

Analistas atribuíram a alta à melhora da atividade no setor industrial no final do ano passado, impulsionado por uma trégua comercial com os Estados Unidos e estímulo do governo, que finalmente parece ter ganhado tração.

Entretanto, esses ganhos não devem se sustentar em meio aos impactos econômicos do coronavírus.

A epidemia infectou mais de 40 mil pessoas no país, forçando Pequim a ampliar feriado em bases industriais e impor vários controles em grandes cidades.

Isso levou alguns economistas a reduzirem drasticamente suas estimativas de crescimento do PIB para o primeiro trimestre e o ano todo. Pequim avalia reduzir sua meta de crescimento para 2020 de em torno de 6% e preparar estímulos fiscais e monetários para conter os efeitos do surto, disseram fontes à Reuters.

O índice de preços ao consumidor da China subiu 5,4% em relação ao ano anterior em janeiro, superando a expectativa de avanço de 4,9% em pesquisa da Reuters e a alta de 4,5% em dezembro. Também foi a aceleração mais rápida desde outubro de 2011.

Em nota, a agência de estatísticas atribuiu a aceleração nos preços ao consumidor ao feriado do Ano Novo Lunar, surto de coronavírus e base mais baixa do ano passado.

(Reportagem de Se Young Lee e Stella Qiu)

Fonte: Reuters

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