Manifestação do dia 15 de março a favor de Bolsonaro é inoportuna, afirma João Doria

Publicado em 23/02/2020 16:41 e atualizado em 23/02/2020 20:43

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB-SP), classificou de "inoportuna" a convocação de uma manifestação em defesa do presidente Jair Bolsonaro e contra supostas chantagens do Congresso no dia 15 de março. A mobilização de apoiadores do presidente ocorre após o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, criticar o Congresso, acusando-o de chantagem.

Doria, que é apontado como um dos possíveis candidatos à Presidência da República em 2022, disse ver com "muita preocupação" a convocação, afirmando ainda que o País não pode viver uma escalada de autoritarismo e que tem de haver respeito pelos três poderes que governam o Brasil.

"Não vivemos uma escalada de autoritarismo, vivemos numa democracia e o regime democrático prevê respeito pelos poderes, e nós (governadores) representamos o Poder Executivo. Ele (Bolsonaro) tem que representar o que uma República, uma democracia espera de um presidente da República", afirmou Doria ao lado de ex-assessores da campanha eleitoral de Bolsonaro, o empresário Paulo Marinho e Gustavo Bebiano, filiado ao PSDB para fortalecer o partido no Rio de Janeiro.

Doria ressaltou que um presidente da República não pode governar apenas para quem pensa como ele ou é leal a ele, ou os "que o seguem nas redes sociais". Segundo o governador, "contrariar isso é afrontar a democracia, o Poder Judiciário, o Poder Legislativo e o Poder Executivo".

Bolsonaro: “Respeitamos o Legislativo, mas quem executa o orçamento somos nós” (em O Antagonista)

Jair Bolsonaro afirmou na noite deste sábado, no Guarujá, que vai “lutar” pela manutenção do veto ao projeto que define o controle do Orçamento da União em 2020.

“Estamos lutando em Brasília pela manutenção de um veto de R$ 30 bilhões. Se o vetor for derrubado, quem vai fazer a destinação é o Poder Legislativo. Respeitamos o Poder Legislativo, mas quem executa o orçamento somos nós”, afirmou.

Em dezembro, parlamentares aprovaram proposta obrigando o governo a executar R$ 30 bilhões em emendas do relator do Orçamento, Domingos Neto.

Bolsonaro vetou o trecho e agora quer ir ao STF caso o Congresso derrube esse veto.

Doria diz que Brasil deve se reposicionar sobre política ambiental

O Brasil precisa se reposicionar em relação à política ambiental pregada pelo atual governo, sob o risco de ficar cada vez mais fora da mira dos investidores internacionais, afirmou neste domingo o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), após almoço com o governador do Rio, Wilson Witzel (PSC).

Segundo ele, que esteve no último Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, o ministro da Economia, Paulo Guedes, "foi muito emparedado por falta de uma política ambiental adequada, e se o Brasil não tiver um reposicionamento na questão ambiental, os investimentos ficarão cada vez mais distantes, mais difíceis"

Doria disse que vê com preocupação o fraco desempenho da economia brasileira e que se não fosse o desempenho da economia de São Paulo, capitaneada pelo ex-ministro Henrique Meirelles, o resultado seria ainda pior.

"Sem o crescimento de São Paulo a economia teria crescido 0,38% e não o 0,89% divulgado pelo Banco Central", afirmou em relação ao Produto Interno Bruto (PIB).

Fonte: Estadão Conteúdo

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Importação de diesel pelo Brasil no ano salta com menor oferta e consumo aquecido, diz StoneX
Reunião do Copom de janeiro deve ter duas das nove diretorias vagas, dizem fontes
Vice-primeiro-ministro da China faz videochamada com secretário do Tesouro e representante comercial dos EUA
Gastos dos consumidores dos EUA desaceleram em setembro
Wall Street avança com dados de inflação aumentando apostas em corte de juros pelo Fed
Argentina busca retorno ao mercado global e anuncia leilão de título em dólares