Empresas chinesas estão otimistas apesar do surto da COVID-19, diz pesquisa

Publicado em 28/02/2020 17:39 e atualizado em 28/02/2020 21:50
China diz ter tratado 245 pacientes da COVID-19 com plasma de pacientes convalescentes, e com resultados positivos; mas na Inglaterra especialistas duvidam da cura

Hangzhou, 1º mar (Xinhua) -- Apesar dos impactos econômicos do surto do novo coronavírus, as micro, pequenas e médias empresas de toda a China se mantêm otimistas sobre as perspectivas de negócios, de acordo com uma pesquisa do Alibaba.

Mais de 66% dos 23.715 comerciantes do Taobao e Tmall, principais plataformas de comércio eletrônico do Alibaba, expressaram otimismo sobre a atividade futura em 2020, apesar dos retrocessos de curto prazo, como a queda em pedidos e clientes, os atrasos nas entregas e o fluxo restringido de dinheiro causados pelo surto epidêmico, indica o estudo.

A pesquisa online foi conduzida de 5 a 7 de fevereiro pelo Instituto de Pesquisa Ali e pelo Centro de Estudos e Pesquisa das Finanças de Casas da China da Universidade de Finanças e Economia do Sudoeste.

O estudo sobre perspectivas de negócios e recuperação econômica deu luz ao espírito empresarial perdurável do setor das empresas pequenas, que foi o mais afetado pela epidemia, assinalou a Academia Luohan, operada também pelo Alibaba, em um relatório.

Mais de 90% dos entrevistados disseram que sofrerão perdas pelo surto, mas quase 90% indicaram que não cortarão empregos em 2020, mesmo sob uma maior pressão financeira.

De acordo com o documento, a interrupção dos canais de logística e distribuição foi a maior causa de atrasos para a retomada de operações comerciais e produção. Outra pressão proveio de custos de aluguel e mão de obra, interesses de créditos, reservas de material e custos de prevenção ao vírus.

A Academia Luohan analisa que é crucial aliviar a carga de custos das micro, pequenas e médias empresas oferecendo redução de cotas e opções de financiamento acessíveis, além de infraestrutura tecnológica para evitar os obstáculos causados pelo vírus.

Os pesquisadores destacaram que a recuperação econômica está estreitamente relacionada com a volta dos trabalhadores, incluindo 170 milhões de operários migrantes, a seus empregos logo depois das férias do Ano Novo Lunar chinês prolongadas por razões de saúde.

A Academia Luohan avalia que o retorno rápido e seguro dos trabalhadores a seus postos deve ser uma prioridade. Ao mesmo tempo, a manutenção atual do ambiente de trabalho saudável é chave para garantir a recuperação sólida e sustentável das empresas e da economia.

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Um trabalhador desinfeta uma oficina na Haoshou Garments, na cidade de Jinjiang, Província de Fujian, sudeste da China, em 20 de fevereiro de 2020. (Xinhua/Jiang Kehong)

China adota estratégias diferentes no controle da epidemia; Hubei continua fechada, demais provìncias voltam ao trabalho

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Um trabalhador examina um veículo que passa na neve em um ponto de verificação para prevenção de epidemia no distrito de Xiangfang, na cidade de Harbin, Província de Heilongjiang, nordeste da China, em 29 de fevereiro de 2020. (Xinhua/Wang Jianwei)

Beijing, 1º mar (Xinhua) -- As autoridades locais na China foram exigidas a implementar estratégias diferenciadas de prevenção e controle, ao mesmo tempo em que avançam no desenvolvimento econômico e social, em meio ao surto do novo coronavírus, de acordo com uma circular emitida na sexta-feira por uma força-tarefa conjunta do Conselho de Estado.

A Província de Hubei e sua capital Wuhan, epicentro do surto de vírus, continuarão a tomar medidas vigorosas para evitar a exportação de casos e sua disseminação dentro das regiões. Os canais de saída da cidade e da província devem continuar sendo estritamente controlados, de acordo com o documento.

O trabalho de prevenção e controle de epidemia em Beijing deve ser realizado com esforços para evitar casos importados e sua disseminação pela cidade, aponta o texto, enfatizando a importância de um mecanismo conjunto de prevenção e controle da região de Beijing-Tianjin-Hebei para cortar a fonte de infecção e garantir o retorno ordenado das pessoas a Beijing.

Devem ser tomadas medidas específicas para conter resolutamente a tendência crescente da epidemia nas províncias vizinhas de Hubei e outras regiões importantes de nível provincial, incluindo Zhejiang, Guangdong e Heilongjiang, disse a circular, observando que os casos importados espalhados nessas regiões e surtos regionais devem ser impedidos.

Para outras regiões do país, as medidas preventivas devem ser destacadas no nível distrital para evitar uma recuperação da situação epidêmica. As regiões com menor risco devem retomar o trabalho e a produção o mais rápido possível, com medidas de proteção, afirma a circular.

China anuncia recuperação de doentes com plasma de pacientes convalescentes

Beijing, 28 fev (Xinhua) -- A China ofereceu terapia com plasma a 245 pacientes infectados pela COVID-19 até esta sexta-feira e 91 casos mostraram uma melhora nos indicadores e sintomas clínicos, anunciou Guo Yanhong, funcionária da Comissão Nacional de Saúde.

Guo revelou no mesmo dia em uma entrevista coletiva que até 544 doses de plasma de pacientes convalescentes da COVID-19 foram coletadas em todo o país para o tratamento.

A terapia com plasma demonstrou ser segura e efetiva, acrescentou.

A China estabeleceu equipes de especialistas de níveis provincial e nacional para analisar e melhorar o uso da terapia com plasma, disse Guo, acrescentando que a comissão está trabalhando com outras autoridades para motivar mais pacientes convalescentes a doarem plasma.

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Um paciente curado de coronavírus prepara para doar plasma no distrito de Wanzhou, Município de Chongqing, sudoeste da China, em 21 de fevereiro de 2020. (Foto por He Hongze/Xinhua)

Coronavírus reaparece em pacientes que receberam alta e provoca questões sobre contenção

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XANGAI/LONDRES (Reuters) - Um número crescente de pacientes com coronavírus na China e em outros lugares está apresentando resultados positivos após a recuperação, às vezes semanas depois de receberem alta do hospital, o que poderia dificultar a erradicação da epidemia.

Na quarta-feira, o governo da província japonesa de Osaka disse que uma mulher que trabalha como guia de ônibus de turismo havia testado positivo para o coronavírus pela segunda vez. O fato ocorreu após relatos na China de que pacientes que receberam alta em todo o país estavam testando positivo após deixarem o hospital.

Um representante da Comissão Nacional de Saúde da China afirmou nesta sexta-feira que esses pacientes não foram considerados infecciosos.

Especialistas dizem que há várias maneiras pelas quais os pacientes que recebem alta podem adoecer novamente com o vírus. Os pacientes convalescentes podem não acumular anticorpos suficientes para desenvolver imunidade ao SARS-CoV-2 e estão sendo infectados novamente. O vírus também pode ser "bifásico", o que significa que permanece adormecido antes de provocar novos sintomas.

Mas alguns dos primeiros casos de "reinfecção" na China foram atribuídos a discrepâncias nos exames.

Em 21 de fevereiro, um paciente que recebeu alta na cidade de Chengdu, no sudoeste da China, foi readmitido 10 dias após a alta quando um teste de acompanhamento deu positivo.

Lei Xuezhong, vice-diretor do centro de doenças infecciosas do West China Hospital, disse ao jornal People's Daily que os hospitais estavam realizando exames com amostras de nariz e garganta ao decidir se os pacientes deveriam receber alta, mas novos testes estavam apontando o vírus no trato respiratório inferior.

Paul Hunter, professor de medicina da Universidade de East Anglia, no Reino Unido, que acompanha de perto o surto, disse à Reuters que, embora a paciente em Osaka possa ter tido uma recaída, também é possível que o vírus ainda estivesse sendo liberado desde a infecção inicial e ela não foi testada corretamente antes de receber alta.

A mulher teve um resultado positivo no final de janeiro e recebeu alta do hospital em 1º de fevereiro, levando alguns especialistas a especularem que era bifásico, como o antraz.

Um estudo do Journal of American Medical Association de quatro profissionais da área médica infectados tratados em Wuhan, o epicentro da epidemia, informou que é provável que alguns pacientes recuperados continuem sendo portadores mesmo após cumprir os critérios de alta.

Na China, por exemplo, os pacientes precisam ter resultados negativos, não apresentar sintomas e não apresentar anormalidades nos raios X antes de receberem alta.

Allen Cheng, professor de doenças infecciosas na Universidade Monash, em Melbourne, disse que não está claro se os pacientes foram reinfetados ou se permaneceram "persistentemente positivos" após o desaparecimento dos sintomas. Mas ele afirmou que os detalhes do caso no Japão sugerem que a paciente foi reinfetada.

Song Tie, vice-diretor do centro de controle de doenças da província de Guangdong, no sul da China, disse na quarta-feira que 14% dos pacientes que receberam alta na província tiveram teste positivo novamente e voltaram aos hospitais para observação.

Segundo ele, um bom sinal é que nenhum desses pacientes parece ter infectado mais alguém.

Nenhuma infecção causada por pacientes convalescentes da COVID-19 é registrada na China, responde a China

Beijing, 28 fev (Xinhua) -- Não foi detectada nenhuma infecção causada por pacientes convalescentes da COVID-19 até agora, disse nesta sexta-feira Guo Yanhong, funcionária da Comissão Nacional de Saúde da China.

Guo disse em uma coletiva de imprensa em Beijing que algumas regiões provinciais relataram resultados positivos em testes de ácido nucleico de alguns pacientes recuperados, que anteriormente tiveram alta dos hospitais, em visitas subsequentes exigidas pela comissão.

Nenhuma infecção causada por este grupo de pessoas foi descoberta, disse Guo, acrescentando que alguns deles tiveram mais tarde testes negativos para a COVID-19.

A comissão prestou grande atenção aos assuntos relacionados organizando especialistas para conduzirem pesquisa e reforçará o monitoramento contínuo dos pacientes convalescentes, segundo Guo.

Ela acrescentou que ainda é necessário maior entendimento da patogênese da COVID-19, da imagem geral da doença e das características do curso da epidemia.

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Fonte:
Xinhua (estatal chinesa)/Reuters

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