Possivelmente chegaremos a R$1 tri em medidas nas próximas semanas ou meses, diz Guedes

Publicado em 03/04/2020 17:33

Por Marcela Ayres

BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta sexta-feira que os programas para combate ao coronavírus devem chegar a 1 trilhão de reais nas próximas semanas ou meses, pontuando que o déficit primário já está em 6% do Produto Interno Bruto (PIB).

"(Programas) já passaram dos 800 bilhões, possivelmente chegarão a quase 1 trilhão de reais ao longo das próximas semanas ou meses, por isso é que nós precisamos não só dessa blindagem jurídica, mas dessa blindagem legislativa", afirmou ele, em coletiva de imprensa no Palácio do Planalto.

O ministro não especificou quais iniciativas entram na conta dos 800 bilhões de reais.

Na véspera, a equipe econômica divulgou que as medidas que têm impacto nas contas públicas somam 224,6 bilhões de reais até agora e que a expectativa de déficit primário é de 419,2 bilhões de reais neste ano, equivalente a 5,55% do PIB.

De lá para cá, o governo não anunciou nenhum programa novo.

Questionado sobre os números, o Ministério da Economia não se manifestou imediatamente.

Em pronunciamento, Guedes fez um apelo pela aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do chamado orçamento de guerra, que dá flexibilidade para o governo descumprir a regra de ouro, que impede o endividamento para pagamento de despesas correntes.

O ministro também disse considerar oportunismo político qualquer crítica de que houve demora na atuação do governo federal.

"Peço que haja espírito de união em torno do lema de que nenhum brasileiro será deixado pra trás. Defesa da saúde e dos empregos está acima de quaisquer diferenças", afirmou ele, completando que, daqui a três a quatro meses o barulho natural de uma democracia pode voltar, mas que agora é hora de não explorar politicamente os problemas.

"Peço cooperação e acho que teremos, pela gravidade da crise, e chamo atenção para tamanho, magnitude dos recursos que estão sendo mobilizados", afirmou.

Guedes disse que esse movimento nunca foi feito antes, tampouco com velocidade tão grande. Também defendeu que nenhum país emergente atuou com essa rapidez e com esse volume de recursos.

(Por Marcela Ayres)

Fonte: Reuters

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