Wall Street avança com mais recente programa de resgate do Fed

Publicado em 09/04/2020 21:12

NOVA YORK (Reuters) - Wall Street encerrou a semana de negociações em alta nesta quinta-feira, quando o Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) lançou seu mais recente programa projetado para impulsionar governos e empresas locais atingidos por medidas para conter o surto do coronavírus.

O índice de referência S&P 500 registrou seu melhor ganho semanal desde 1974, em uma semana abreviada pelo feriado, reforçado por sinais iniciais de que o surto do coronavírus estava atingindo um pico, além de estímulos globais agressivos.

Sob o pacote de 2,3 trilhões de dólares do Fed, a autoridade monetária disse que trabalhará com bancos para oferecer empréstimos de quatro anos a empresas de até 10 mil funcionários e comprar, de forma direta, títulos de Estados e municípios e cidades mais populosas.

"A compra de títulos especulativos, minha nossa, bastante inesperado, então é uma abertura muito forte, e todos os nomes atingidos, incluindo energia, decolaram", disse Tim Ghriskey, estrategista-chefe de investimentos do Inverness Counsel em Nova York.

O segmento financeiro avançou 5,19%, representando o maior impulso para o S&P 500, com os bancos valorizando acentuadamente diante do suporte do Fed. O J.P. Morgan subiu 8,97%, conduzindo os ganhos do Dow Jones. As ações do iBoxx High Yield Corporate Bond Fund avançaram 6,55%.

Isso ajudou a amenizar o impacto de outro relatório difícil sobre o mercado de trabalho, com pedidos semanais de auxílio-desemprego superando a marca de 6 milhões pela segunda semana consecutiva.

"Todo mundo espera resultados muito ruins e dados econômicos muito ruins. Tudo será focado em quando a recuperação acontecerá e em quais partes da economia voltarão mais rapidamente", disse Ghriskey.

Os setores defensivos e de serviços públicos aumentaram mais de 4%.

O Dow Jones Industrial Average avançou 1,22%, para 23.719,37 pontos, o S&P 500 ganhou 1,45%, para 2.789,82 pontos e o Nasdaq Composite valorizou 0,77%, para 8.153,58 pontos.

Na semana, o Dow avançou 12,7%, o S&P cresceu 12,1% e o Nasdaq valorizou 10,6%.

Estado de Nova York tem pico de mortes por coronavírus, mas hospitalizações diminuem

NOVA YORK (Reuters) - Os norte-americanos devem insistir no distanciamento social agora que os esforços estão dando sinais de desacelerar a disseminação do coronavírus, disseram autoridades médicas e estaduais dos Estados Unidos nesta quinta-feira, quando Nova York registrou outro pico de mortes, mas as hospitalizações diminuíram.

Como sinal de que a curva da doença está se achatando no Estado, o epicentro do surto nos EUA, o governador Andrew Cuomo disse que as novas hospitalizações atingiram uma nova baixa de 200, mas ao mesmo tempo se viu uma alta recorde de 799 mortes na quarta-feira, elevando o total a 7.067.

"Estamos achatando a curva por causa do temos feito e estamos achatando a curva até agora", disse Cuomo, referindo-se à forma de um gráfico que mostrava o número de casos novos. "Não se pode relaxar. O achatamento da curva na noite passada aconteceu por causa do que fizemos ontem."

Várias autoridades louvaram o sucesso aparente dos esforços de mitigação tal como refletidos nas projeções de mortes, que foram reduzidas de 100 mil para 60 mil -- mas Anthony Fauci, o maior especialista em doenças infecciosas do país, disse que é importante que as pessoas continuem em casa.

"Temos que continuar a redobrar nossos esforços de mitigação da isolamento físico para poder manter esses números baixos e, com sorte, reduzi-los ainda mais do que vocês ouviram recentemente", disse Fauci, diretor do Instituto Nacional de Doenças Infecciosas e Alergia dos EUA, ao programa "This Morning" do canal CBS.

As ordens de permanência em casa, que fecharam ambientes de trabalho não essenciais de 42 Estados, estão desacelerando drasticamente a economia antes vibrante e deixando milhões de pessoas sem emprego.

Fonte: Reuters

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