Após críticas, equipe assina nova norma sobre a cloroquina

Publicado em 22/05/2020 11:04 e atualizado em 26/11/2021 11:35


Cobrado pela falta de assinatura no documento que mudou a orientação do Ministério da Saúde sobre a cloroquina, o ministro interino, general Eduardo Pazuello, ordenou e, cerca de 12 horas após a divulgação, todos os secretários da pasta subscreveram o papel. As assinaturas foram feitas entre 20h37 e 23h36 da noite de quarta-feira, após o jornal O Estado de S. Paulo mostrar que a orientação da pasta não tinha o poder de um protocolo de atendimento, como defende o presidente Jair Bolsonaro.

O documento havia sido divulgado por volta de 9h30, como orientação. Depois, virou uma "nota informativa" na versão assinada, que será enviada para gestores do SUS.

Contrariando recomendações de entidades científicas e médicas, a pasta orientou uso de medicamento à base de cloroquina ou hidroxicloroquina, associadas ao antibiótico azitromicina, desde o primeiro dia de sintomas. Por não ser um protocolo, o papel não dita regras de atendimento no SUS. É apenas uma orientação, mas marca uma guinada no discurso do ministério e tem força política.

O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) divulgou nota contrária à recomendação. A entidade questiona: "Por que estamos debatendo a cloroquina e não a logística de distanciamento social? Por que estamos debatendo a cloroquina ao invés de pensar um plano integrado de ampliação da capacidade de resposta do Ministério da Saúde para ajudar os Estados em emergência?"

O Ministério da Saúde tem sete secretarias, sendo que três estão com substitutos no comando. Responsável pela Secretaria de Ciência e Tecnologia (SCTIE), área que avalia incorporação de medicamentos ao SUS, o médico Antônio de Carvalho não subscreve o documento.

Ele pediu exoneração e aguarda a publicação de sua saída no Diário Oficial da União (DOU).

Críticas

Nesta semana, três entidades nacionais aprovaram um documento com diretrizes para o enfrentamento da pandemia no qual recomendam que as drogas não sejam usadas como tratamento de rotina.

As entidades são a Associação de Medicina Intensiva Brasileira, Sociedade Brasileira de Infectologia e Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: Estadão Conteúdo

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