Projeção de queda do PIB de 2020 passa de 5,77% para 5,66% no Focus do BC

Publicado em 03/08/2020 09:32

Os economistas do mercado financeiro alteraram suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2020. Conforme o Relatório de Mercado Focus, a expectativa para a economia este ano passou de retração 5,77% para queda de 5,66%. Há quatro semanas, a estimativa era de baixa de 6,50%.

Para 2021, o mercado financeiro manteve a previsão do Produto Interno Bruto (PIB), de alta de 3,50%. Quatro semanas atrás, estava no mesmo patamar.

No Focus desta segunda-feira, 3, a projeção para a produção industrial de 2020 passou de baixa de 7,86% para queda de 7,92%. Há um mês, estava em baixa de 8,10%.

No caso de 2021, a estimativa de crescimento da produção industrial seguiu em 4,00%, igual a quatro semanas antes.

A pesquisa Focus mostrou ainda que a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2020 passou de 67,40% para 67,50%.

Há um mês, estava em 67,10%. Para 2021, a expectativa foi de 69,78% para 69,83%, ante 68,06% de um mês atrás.

Estimativa do IPCA para 2020 passa de 1,67% para 1,63% no Focus do BC

Os economistas do mercado financeiro alteraram a previsão para o IPCA - o índice oficial de preços - em 2020. O Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira, 3, pelo Banco Central, mostra que a mediana para o IPCA neste ano foi de alta de 1,67% para 1,63%. Há um mês, estava em 1,63%.

A projeção para o índice em 2021 seguiu em 3,00%. Quatro semanas atrás, estava no mesmo patamar.

O relatório Focus trouxe ainda a projeção para o IPCA em 2022, que seguiu em 3,50%. No caso de 2023, a expectativa permaneceu em 3,25%. Há quatro semanas, essas projeções eram de 3,50% e 3,42%, nesta ordem.

A projeção dos economistas para a inflação já está bem abaixo do centro da meta de 2020, de 4,00%, sendo que a margem de tolerância é de 1,5 ponto porcentual (índice de 2,50% a 5,50%).

No caso de 2021, a meta é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%).

A meta de 2022 é de 3,50%, com margem de 1,5 ponto (de 2,00% a 5,00%), enquanto o parâmetro para 2023 é inflação de 3,25%, com margem de 1,5 ponto (de 1,75% a 4,75%).

Top 5

Entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do IPCA no médio prazo, denominadas Top 5, a mediana das projeções para 2020 seguiu em 1,51%. Para 2021, a estimativa do Top 5 permaneceu em 2,78%. Quatro semanas atrás, as expectativas eram de 1,51% e 2,80%, respectivamente.

No caso de 2022, a mediana do IPCA no Top 5 seguiu em 3,50%, igual a um mês atrás.

A projeção para 2023 no Top 5 seguiu em 3,25%, ante 3,38% de quatro semanas antes.

Confiança empresarial sobe 7,1 pontos em julho ante junho, diz FGV

O Índice de Confiança Empresarial (ICE) subiu 7,1 pontos em julho ante junho, para 87,5 pontos, informou nesta segunda-feira, 3, a Fundação Getulio Vargas (FGV). Em três meses consecutivos de altas, o índice recuperou 79% das perdas registradas nos meses de março e abril, decorrentes da pandemia do novo coronavírus, embora a confiança ainda se mantenha em nível historicamente baixo.

"O avanço da confiança empresarial em julho mostra que a economia continua em trajetória ascendente no início do segundo trimestre após o baque do trimestre anterior. A boa notícia é a consolidação de tendência de melhora da percepção dos empresários com relação à situação atual dos negócios, com Indústria e Comércio atingindo níveis de satisfação mais próximos à normalidade. Mas há que se analisar esta tendência com alguma cautela uma vez que a incerteza continua elevada e mesmo os indicadores de expectativas, que saíram na frente, retratam hoje um sentimento que parece ser mais bem descrito como o de uma neutralidade sujeita a revisões. Ainda é cedo para se pensar em uma retomada consistente de investimentos, por exemplo", avaliou Aloisio Campelo Júnior, superintendente de Estatísticas Públicas do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.

O Índice de Confiança Empresarial reúne os dados das sondagens da Indústria, Serviços, Comércio e Construção. O cálculo leva em conta os pesos proporcionais à participação na economia dos setores investigados, com base em informações extraídas das pesquisas estruturais anuais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo a FGV, o objetivo é que o ICE permita uma avaliação mais consistente sobre o ritmo da atividade econômica.

Em julho, a melhora da confiança foi igualmente motivada por avanços nas expectativas e nas avaliações sobre a situação atual, a primeira vez desde o início da pandemia. O Índice de Expectativas (IE-E) subiu 7,4 pontos, para 89,8 pontos. O Índice de Situação Atual (ISA-E) aumentou 7,1 pontos, para 79,7 pontos

O componente de Demanda Prevista para os próximos três meses avançou 7,8 pontos, enquanto o de Emprego Previsto em três meses aumentou 8,9 pontos. O item de Situação dos Negócios num horizonte de seis meses teve elevação de 6,1 pontos.

Em julho, houve melhora na confiança nos quatro grandes setores e em 90% dos 49 subsetores pesquisados.

"Uma das características marcantes da crise econômica de 2020 em todo o mundo é a forma poucas vezes vista com que o Setor de Serviços vem sendo impactado, em decorrência das medidas de isolamento social e do medo da população com a pandemia de covid-19. A crise não afeta de forma homogênea todo o setor, mas atinge de forma dramática segmentos importantes para o emprego como o de serviços prestados às famílias. No Brasil, a queda mediana de PIB do Setor de Serviços nas nove recessões anteriores a esta havia sido de apenas 1,4%, contra 10,4% da Indústria de Transformação. Se excluirmos o Comércio deste grande setor, responsável por cerca de 2/3 o PIB nacional, a queda mediana dos Serviços nas recessões anteriores chega a se anular", completou Aloisio Campelo Jr.

A coleta do Índice de Confiança Empresarial reuniu informações de 4.702 empresas dos quatro setores entre os dias 1º e 27 de julho.

IPC-S acelera a 0,49% em julho ante alta de 0,36% em junho, diz FGV

O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) variou positivamente em 0,49%, informou nesta segunda-feira, 3, a Fundação Getulio Vargas (FGV). O indicador de julho mostra aceleração sobre o dado do mês anterior, (0,36%), mas é inferior ao da terceira quadrissemana de julho, quando houve alta de 0,53%.

Em 2020, o IPC-S acumula alta de 1,04% e, nos últimos 12 meses, a alta é de 2,40%.

O indicador veio acima do intervalo das estimativas colhidas (entre 0,44% e 0,48%) pelo Projeções Broadcast. A mediana era de 0,45%.

Categorias

Das oito categorias que compõem o índice, quatro decresceram em relação ao indicador divulgado semana passada. São elas Vestuário (de -0,24% para -0,45%), Educação, Leitura e Recreação (de 0,10 para -0,60%), Transportes (de 1,51% para 1,22%) e Comunicação (de 0,61% para 0,54%).

As quatro categorias que apresentaram aceleração foram Habitação (de 0,53% para 0,79%), Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,39% para 0,58%), Alimentação (de 0,11% para 0,13%) e Despesas Diversas (de 0,21% para 0,22%).

Influências individuais

Relatório da FGV destaca o movimento de desaceleração no item passagem aérea, que foi de 11,46% para 2,74%. Também merecem destaque pelo decréscimo os itens gasolina (de 4,59% para 3,67%), roupas (de -0,34% para -0,59%) e combo de telefonia, internet e TV por assinatura (de 1,22% para 1,10%).

Os destaques entre os itens que mostraram aceleração em seus preços são tarifa de eletricidade residencial (de 1,33% para 2,32%), artigos de higiene e cuidado pessoal (de -0,21% para 0,55%), carnes suínas (de 1,09% para 1,93%) e conselho e associação de classe (de 0,52% para 0,75%).

Fonte: Estadão Conteúdo

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