Crédito no Brasil acelera em agosto e inadimplência renova mínima histórica (3,3%)

Publicado em 28/09/2020 11:12

BRASÍLIA (Reuters) - O estoque total de crédito no Brasil subiu 1,9% em agosto sobre julho, a 3,737 trilhões de reais, acelerando o ritmo de crescimento em meio às medidas do governo para enfrentamento à crise do coronavírus, ao mesmo tempo em que a inadimplência renovou sua mínima histórica no segmento de recursos livres.

Os dados foram divulgados nesta segunda-feira pelo Banco Central. Com o avanço de agosto, o saldo de financiamentos no país passou a responder por 51,9% do Produto Interno Bruto (PIB), maior patamar desde maio de 2016 (51,97%).

Nos oito primeiros meses do ano, a expansão do crédito foi de 7,4% e, em doze meses, de 12,1%.

Para 2020, o BC revisou para cima sua projeção de crescimento do crédito a 11,5%, de 7,6% antes, principalmente pela demanda acentuada de crédito das empresas em meio à pandemia de coronavírus, atendida tanto pela expansão do crédito livre como pelo crédito direcionado.

Em agosto, o crédito às pessoas jurídicas teve uma alta mais forte, de 2,4% sobre julho, ao passo que o crédito às famílias cresceu 1,5% na mesma base de comparação. Em doze meses, esses avanços foram de 16,7% e 8,8%, respectivamente.

A inadimplência em recursos livres, em que as taxas são definidas livremente pelas instituições financeiras, renovou sua mínima da série histórica iniciada em março de 2011 a 3,3%, ante 3,5% em julho.

O movimento tem ocorrido em meio à forte recomposição de renda proporcionada pelo programa de auxílio emergencial, que de abril a agosto concedeu benefício de 600 reais a informais e vulneráveis. Para o período de setembro a dezembro, o valor mensal será de 300 reais. No total, a perspectiva do governo é gastar 321,8 bilhões de reais com a iniciativa.

O BC também apontou, já no mês passado, que há dois fatores contribuindo para a diminuição da inadimplência: renegociações e repactuações dos financiamentos e a possibilidade de postergação de parcelas, instituída por bancos.

Quanto ao custo dos financiamentos no país, os juros médios caíram a 26,7% ao ano em agosto, contra 27,3% no mês anterior, também no segmento de recursos livres.

O spread, que mede a diferença entre a taxa de captação dos bancos e a cobrada a seus clientes, foi a 22,3 pontos percentuais no segmento, ante 23,0 pontos em julho.

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Confederação de municípios estima prejuízos acima de R$ 4,6 bi no RS
Enchentes afetam abastecimento de combustíveis no RS; refinaria da Petrobras "sem acesso"
BC suspende medidas executivas contra devedores do Rio Grande do Sul por 90 dias
Brasil diz que fechou acordo com Paraguai sobre tarifa de Itaipu
Ações europeias fecham em picos recordes com impulso do setor financeiro