Europa deve ser seletiva com bloqueios de Covid, diz BCE

Publicado em 30/10/2020 11:40

Os governos europeus devem ser seletivos ao interromper a atividade econômica para combater a pandemia de coronavírus e precisar continuar gastando para apoiar empresas e famílias, autoridades reconhecidas pelo Banco Central Europeu nesta sexta-feira.

Com as infecções por coronavírus testando os limites do sistema de saúde, as maiores nações da zona do euro impuseram medidas de bloqueio esta semana, desferindo um golpe para o setor de serviços, que ainda não se recuperou da recessão profunda de alguns meses atrás.

"Devemos tentar derrotar o vírus sem fechar totalmente a economia, porque as consequências em termos de perda da atividade econômica serão muito, muito intensas", disse o vice-presidente do BCE, Luis de Guindos.

O BCE deixou claro na quinta-feira que aumentou o estímulo econômico em dezembro, conforme os bloqueios aumentaram a perspectiva de uma recessão de duplo mergulho, mas as autoridades do banco também transferiram a parte do fardo para os governos, argumentando que o papel da política monetária é limitado.

"Temos que levar em conta a necessidade de provavelmente uma quantidade maior de entrada fiscal nessas circunstâncias, uma vez que não é papel da política monetária ser cirúrgica e ampliar o crédito a empresas individuais", disse Yves Mersch, membro do conselho do BCE. "Essa é uma tarefa fiscal e encorajamos o lado fiscal a expandir sua intervenção."

Embora a maioria dos governos tenha posto em prática garantias públicas para manter empresas à vista, os níveis de dívida aumentaram e alguns governos estão discutindo a possibilidade de tornarem mais seletivos no uso do dinheiro dos contribuições.

Essa cautela pode forçar os bancos a limitar-se ao empréstimo, gerando uma crise de crédito, mesmo com a liquidez do setor em um nível de recorde.

"É muito importante que as medidas de estímulo fiscal sejam eliminadas gradativamente com a recuperação econômica", disse de Guindos. "Não queremos uma situação de rápida redução do estímulo porque isso poderia provocar uma queda ainda mais intensa."

Fonte: Reuters

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