Biden começa a planejar governo: "trabalho começa imediatamente"

Publicado em 08/11/2020 19:28

WILMINGTON/WASHINGTON (Reuters) - Um dia depois de conquistar a Presidência dos Estados Unidos, o democrata Joe Biden e seus assessores estavam trabalhando no domingo sobre como lidar com a crise do coronavírus, ao mesmo tempo em que reforçaram a intenção de contornar as enormes divisões políticas no país.

O republicano Donald Trump, primeiro presidente em exercício dos EUA a perder uma disputa à reeleição em 28 anos, não deu nenhuma indicação de admitir a derrota, enquanto sua equipe eleitoral avançava com disputas jurídicas contra o resultado.

Em demonstração da difícil batalha que Biden enfrentará depois de assumir o cargo em 20 de janeiro no trabalho com parlamentares do partido de Trump, os principais republicanos no Congresso ainda não haviam reconhecido o ex-vice-presidente como vencedor.

Em discurso no seu Estado natal, Delaware, na noite de sábado, Biden enviou uma mensagem de unidade e conciliação, declarando que é "hora de curar" o país e de alcançar norte-americanos que votaram em Trump e republicanos no Congresso.

"O trabalho começa imediatamente", disse a vice-gerente de campanha de Biden, Kate Bedingfield, neste domingo, ao programa "Meet the Press", da NBC.

Biden deixou claro no sábado que combater a pandemia é uma prioridade. Bedingfield disse que Biden planeja lançar uma força-tarefa contra o coronavírus na segunda-feira para traçar o caminho a seguir, liderada pelo ex-cirurgião-geral Vivek Murthy e pelo ex-comissário da Food and Drug Administration David Kessler.

Ao abordar a pandemia, Biden prometeu melhorar o acesso aos testes e, ao contrário de Trump, acatar os conselhos de cientistas e importantes autoridades da saúde pública.

Cerca de 10 milhões de norte-americanos que perderam o emprego durante o confinamento permanecem inativos, e os programas de ajuda federal expiraram.

Biden e seus assessores também seguirão em frente com o trabalho de escolha das autoridades que farão parte do governo.

"Ele vai... começar o trabalho de transição para valer esta semana", afirmou Bedingfield. "Ele fará anúncios ao povo americano sobre como vai cumprir essas promessas de campanha."

Bedingfield acrescentou que Biden vai "realizar um mandato para unir o país --para unificar, baixar a temperatura, deixar de lado a dura retórica da campanha e realizar o árduo trabalho de governar".

China provavelmente não encontrará um Biden dócil

Por David Brunnstrom e Humeyra Pamuk

WASHINGTON (Reuters) - Em sua malsucedida campanha de reeleição, Donald Trump alertou repetidamente que uma vitória de Joe Biden seria um triunfo para a China, que "governaria a América".

Apesar da retórica, há poucos indícios de que Pequim encontrará em Biden uma alternativa fraca a Trump, que mudou drasticamente a narrativa para enfrentar a segunda maior economia do mundo em seu último ano no poder.

Mesmo antes de Trump assumir o cargo, as últimas administrações democratas do presidente Barack Obama e do então vice-presidente Biden endureceram significativamente sua atitude em relação à China.

Depois dos esforços iniciais para negociar com Pequim, o governo Trump foi além, pressionando duramente contra as tentativas da China de estender sua influência global, recebendo alguns elogios dos assessores de Biden, apesar de uma campanha eleitoral muito acirrada.

Biden não apresentou uma estratégia detalhada para a China, mas tudo indica que ele continuará com uma abordagem dura para Pequim.

Diplomatas, analistas e ex-funcionários que aconselharam a campanha de Biden, no entanto, esperam um tom mais comedido após as ameaças de Trump e uma ênfase na "competição estratégica" ao invés do confronto direto.

Dito isso, Biden às vezes foi mais longe do que o presidente em seus ataques à China.

Ele se referiu ao líder chinês Xi Jinping como um "valentão" e prometeu liderar uma campanha internacional para "pressionar, isolar e punir a China".

Sua campanha também chamou as ações de Pequim contra os muçulmanos em Xinjiang de "genocídio", um passo além da política atual, com implicações importantes se essa designação for formalizada.

"Os Estados Unidos precisam ser duros com a China", disse Biden em um artigo publicado em março, enquanto a pandemia do coronavírus, que começou na cidade chinesa de Wuhan, espalhava-se.

"A maneira mais eficaz de enfrentar esse desafio é construir uma frente unida de aliados e parceiros dos EUA para enfrentar o comportamento abusivo da China e as violações dos direitos humanos."

Na mesma frase, Biden também escreveu sobre buscar cooperar com Pequim em questões para "as quais nossos interesses convergem", como mudanças climáticas e segurança da saúde pública global.

Fonte: Reuters

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