Bolsonaro defende agricultura em discurso ao G20; "conservação ambiental deve combinar com prosperidade"

Publicado em 22/11/2020 17:26
Trabalharemos para repelir ataques injustificados no tema ambiental, diz Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro defendeu a agricultura nacional em seu discurso hoje (22), no segundo dia de debates da cúpula do G20. Ele disse que a conservação ambiental deve ser combinada com prosperidade econômica e social.

Bolsonaro afirmou que o Brasil se tornou um dos maiores exportadores de produtos agrícolas do mundo, o que seria resultado de inovações e de ganhos de produtividade decorrentes das melhorias do processo produtivo no setor.

“Hoje, nosso país exporta volume imenso de produtos agrícolas e da pecuária, sustentáveis e de qualidade. Alimentamos quase 1,5 bilhão de pessoas de pessoas e garantimos a segurança alimentar de diversos países.”

O presidente disse ainda que o desenvolvimento sustentável passa pelas ações com 4 Rs: reduzir, reutilizar, reciclar e remover. “Entendemos que esforço deve ser concentrado no primeiro “R”, que é a redução das emissões de carbono. No cenário mundial, somos responsáveis por menos de 3% da emissão de carbono, mesmo sendo uma das 10 maiores economias do mundo”, acrescentou.

O presidente destacou que tem aberto a economia brasileira a agentes estrangeiros com o objetivo de integrar o país aos fluxos mundiais de comércio e investimentos. Ele citou como exemplo o esforço para o fechamento do acordo entre a União Europeia e o Mercosul, além de acordos com países como Estados Unidos, Coreia do Sul e Canadá.

"Trabalharemos para repelir ataques injustificados no tema ambiental", diz Bolsonaro

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste domingo, em discurso proferido na cúpula do G20, que o governo trabalhará para repelir ataques ligados ao tema ambiental vindo de nações menos competitivas e sustentáveis, ao mesmo tempo em que frisou que o país seguirá protegendo a Amazônia e o Pantanal.

Em fala por videoconferência, Bolsonaro indicou a necessidade de expor a "realidade dos fatos" após reconhecer que os acordos comerciais --que estão na agenda do governo para abertura econômica-- são cada vez mais influenciados pela questão ambiental.

O presidente ressaltou que o país alimenta "quase um bilhão e meio de pessoas", garantindo a segurança alimentar de diversos países com a exportação de produtos agrícolas e pecuários "sustentáveis e de qualidade".

"Ressalto que essa verdadeira revolução agrícola no Brasil foi realizada utilizando apenas 8% de nossas terras. Por isso, mais de 60% de nosso território ainda se encontra preservado com vegetação nativa", disse.

"Tenho orgulho de apresentar esses números e reafirmar que trabalharemos sempre para manter esse elevado nível de preservação, bem como para repelir ataques injustificados proferidos por nações menos competitivas e menos sustentáveis", acrescentou.

O posicionamento do presidente vem num ano em que o Brasil tem sido duramente criticado internacionalmente pelo desmatamento e por queimadas na Amazônia, e pela forma como lidou com o fogo se alastrando pelo Pantanal.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, chegou a reconhecer o questionamento de investidores estrangeiros sobre a governança do país na área ambiental, pontuando que qualquer tipo de percepção que não estivesse em conformidade afetava o fluxo de investimentos.

Por sua vez, o ministro da Economia, Paulo Guedes, tem reiterado publicamente que há "oportunismo protecionista" de alguns países ao criticarem o Brasil.

Neste domingo, Bolsonaro afirmou que o país é responsável por menos de 3% da emissão de carbono, mesmo sendo uma das dez maiores economias do mundo, e que possui a matriz energética mais limpa dentre os integrantes do G20.

"O que apresento aqui são fatos, e não narrativas. São dados concretos e não frases demagógicas que rebaixam o debate público e, no limite, ferem a própria causa que fingem apoiar", afirmou.

"Vamos continuar protegendo nossa Amazônia, nosso Pantanal e todos os nossos biomas", completou.

Em reunião do G20, ministro Paulo Guedes diz que recuperação do Brasil surpreende

A recuperação da economia brasileira desde o impacto inicial da pandemia do novo coronavírus surpreende e tem superado as expectativas internacionais, disse hoje (20) o ministro da Economia, Paulo Guedes. Ele participou da reunião dos ministros de Finanças do G20 – grupo que reúne as 20 maiores economias do planeta.

Em discurso, Guedes ressaltou as medidas de emergência aplicadas pelo governo para enfrentar a crise econômica provocada pela pandemia. Segundo ele, ações como o auxílio emergencial para as populações mais vulneráveis e o programa de suspensão de contratos de trabalho e de redução de jornada contribuíram com a preservação de milhões de vagas de emprego e com a retomada da produção.

O ministro reiterou o compromisso com a defesa das reformas estruturais após o fim da pandemia. Para Guedes, a retomada dessa agenda viabiliza a recuperação econômica sustentada com a participação plena do setor privado. Em linha com os demais países, o ministro defendeu a promoção de uma agenda que amplie os investimentos em economia digital e em infraestrutura sustentável.

Reunião de cúpula

Amanhã (21) e domingo (22), Guedes acompanhará o presidente Jair Bolsonaro na Reunião de Cúpula do G20, sob a presidência da Arábia Saudita.

Os chefes de Estado e de Governo assinarão uma declaração de líderes com diversas ações do grupo. Entre as principais iniciativas, estão o Plano de Ação do G20 para apoiar a economia internacional durante a pandemia de covid-19, a suspensão do serviço da dívida externa de países mais pobres, o apoio à tecnologia no setor de infraestrutura e a tributação da economia digital.

Segundo o Ministério da Economia, as medidas ajudarão economias em desenvolvimento em situação financeira mais vulnerável por causa da pandemia. A participação de Guedes nos dois dias de encontro será fechada à imprensa.

No próximo ano, a Itália assumirá a presidência do G20, sob o lema “Pessoas, Planeta e Prosperidade”.

Fonte: Agencia Brasil/Reuters

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