Mourão diz que governo poderia ter orientado melhor sobre isolamento, mas aponta "paixonite" política

Publicado em 04/12/2020 19:09 e atualizado em 04/12/2020 21:39

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BRASÍLIA (Reuters) - O vice-presidente Hamilton Mourão admitiu nesta sexta-feira que o governo poderia ter dado diretrizes mais claras sobre o isolamento e as medidas sanitárias por conta da pandemia de Covid-19, mas criticou o que considera uma "paixonite política" em torno do tema.

Para o vice-presidente, o governo poderia ter feito orientações formais a Estados e municípios.

"Foi uma falha nossa. Nós poderíamos ter feito uma diretriz. Fizemos isso de forma informal, uma disseminação de melhores práticas, mas poderia ter abordado outros aspectos, como tipos de isolamento", disse, destacando as medidas tomadas pelo governo para combater os efeitos econômicos da crise do coronavírus.

"Dentro deste mundo que estamos vivendo, do tribalismo excessivo, houve uma paixonite política em cima disso. Desde os aspectos mais simples: é isolamento total, é vertical, é hidroxicloroquina, não é hidroxicloroquina, é vacina da China, não é vacina da China. Algo totalmente desproporcional, ineficaz e prejudicial às necessidades que o país tinha de como combater a pandemia", reconheceu.

O vice-presidente negou que teria restrições a ser imunizado com qualquer uma das vacinas em estudo no Brasil, desde que certificada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

"Eu tomo qualquer vacina desde que seja certificada pela Anvisa", garantiu.

A vacina Coronavac tem sido alvo de críticas do presidente Jair Bolsonaro. O desenvolvimento do imunizante é tocado pela chinesa Sinovac, em parceria no Brasil com o Instituto Butantan, vinculado ao governo do Estado de São Paulo. O presidente trava uma guerra política com o governador paulista, João Doria (PSDB).

Em outubro, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, chegou a anunciar, acompanhado de governadores, a compra da potencial vacina da Sinovac contra a Covid-19. Mas a decisão foi desautorizada por Bolsonaro no dia seguinte.

Mourão prevê que Bolsonaro cumprimentará Biden após definição de Colégio Eleitoral dos EUA

BRASÍLIA (Reuters) - O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta sexta-feira que "no momento certo" o presidente Jair Bolsonaro vai cumprimentar o presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, quando for efetivada a vitória do democrata na disputa pela Casa Branca, o que, a seu juízo, ocorrerá daqui a 10 dias.

"Tacitamente isso já ocorreu. No momento em que o presidente julgar necessário ele vai estabelecer as ligações, que eu acredito que, por via da nossa embaixada em Washington, já estão sendo feitas. No momento certo ele irá cumprimentar o presidente Biden, assim que for efetivada a vitória, o que na minha visão ocorrerá em 14 de dezembro, quando o Colégio Eleitoral americano se reunir e carimbar a vitória do Biden", disse.

Até o momento, mais de um mês depois da eleição nos Estados Unidos, o governo brasileiro não reconheceu oficialmente a vitória de Biden no pleito.

Na semana passada, Mourão se referiu ao democrata como "futuro presidente" e previu que será possível estabelecer um diálogo "sem maiores problemas" com o norte-americano.

Na ocasião, em entrevista na sede do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), onde foram divulgados os dados anuais de desmatamento, Mourão foi mais uma vez questionado sobre as declarações de Biden sobre a Amazônia e a ameaça de sanções ao Brasil pelo aumento do desmatamento.

O vice-presidente reconheceu que esse possivelmente será um dos primeiros temas a ser levantado pelo novo governo norte-americano, mas disse acreditar que isso se dará em fóruns internacionais existentes.

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Fonte:
Reuters

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