Twitter suspende conta de Donald Trump permanentemente; suspenso também no Facebook e Instagran

Publicado em 09/01/2021 07:46

WASHINGTON (Reuters) - O Twitter informou nesta sexta-feira que suspendeu permanentemente a conta do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, devido ao risco de mais incitamento à violência.

"Após uma análise detalhada dos tuítes recentes da conta @realDonaldTrump e do contexto em torno deles, suspendemos permanentemente a conta devido ao risco de mais incitação à violência", disse a empresa.

O Twitter havia bloqueado temporariamente a conta de Trump na quarta-feira após um cerco ao Capitólio por manifestantes pró-Trump, e advertiu que violações adicionais pela conta do presidente resultariam em uma suspensão permanente.

(no Poder360):

As publicações resultaram no bloqueio de 3 postagens e da suspensão temporária da conta. O perfil de Trump também foi suspenso no Facebook e Instagram na 5ª feira (7.jan).

Com a suspensão definitiva do Twitter, não é mais possível visualizar nenhum conteúdo que Trump já tenha compartilhado na rede social.

“Após uma análise detalhada dos tweets recentes da conta @realDonaldTrump e do contexto em torno deles, suspendemos permanentemente a conta devido ao risco de mais incitação à violência”, informou o Twitter.

O perfil @Potus, contudo, continua no ar. É a conta oficial da Presidência. A maioria das postagens é de republicações de conteúdos da Casa Branca.

TRUMP E AS REDES SOCIAIS

A suspensão em diferentes plataformas na última 5ª feira não foi o 1º problema de Donald Trump com as redes sociais. Diversas de suas publicações já foram assinaladas como enganosas –como as envolvendo suposta fraude nas eleições em que foi derrotado.

O republicano, como outros líderes de extrema-direita, passou a defender a Parler, rede social supostamente “sem censura ”.  Nesta 6ª feira (8.jan), a Apple ameaçou banir o aplicativo dos seus aparelhos. Mencionou acusações da rede ter sido usada para coordenar a invasão ao Capitólio.

Em nota publicada pelo The Washington Post, big tech afirma: “Recebemos inúmeras reclamações sobre conteúdo questionável em seu serviço Parler, acusações de que o aplicativo Parler foi usado para planejar, coordenar e facilitar as atividades ilegais em Washington DC em 6 de janeiro”.

A Apple cobrou detalhes sobre o que a Parler fará “para melhorar a moderação e a filtragem de conteúdo do seu serviço” para inibir mensagens “questionáveis”.

Futuro político de Trump fica em risco após ataque ao Capitólio, dizem assessores

WASHINGTON (Reuters) - O violento ataque ao Capitólio dos Estados Unidos por apoiadores do presidente Donald Trump e sua longa recusa em aceitar os resultados das eleições de 2020 colocam em risco o futuro político do presidente e prejudicam as perspectivas de seus principais aliados e familiares, disseram autoridades atuais e antigas do governo.

O presidente republicano acenou com a possibilidade de concorrer à Presidência em 2024, e agentes políticos previam que ele exercesse influência sobre o Partido Republicano nos próximos anos.

Mas seu comportamento na quarta-feira --incitando apoiadores a marcharem até o Capitólio para encorajar parlamentares a derrubar a vitória do democrata Joe Biden na eleição de 3 de novembro e, em seguida, não pedir rapidamente que parassem após a violência-- frustrou pessoas que trabalham e trabalharam com Trump e, segundo eles, mudou a equação sobre sua relevância pós-Presidência.

"Foi um abandono do dever como comandante-em-chefe e acredito que ele está mortalmente ferido na carreira política daqui para frente", disse na quinta-feira um ex-funcionário da Casa Branca que trabalhou para Trump. "Ele tem sangue em suas mãos desde ontem."

Apoiadores de Trump invadiram o Capitólio, empurraram a polícia e vagaram pelo prédio, forçando os legisladores e o vice-presidente Mike Pence a deixarem o prédio. Uma mulher morreu após ser baleada pela polícia; três outras pessoas morreram de emergências médicas e um policial morreu em decorrência dos ferimentos sofridos após confronto com os invasores.

"Não há recuperação do que aconteceu. Foi uma sedição. Não vejo como haver futuro", disse outra ex-autoridade do governo, referindo-se a Trump e seus principais assessores. "Acho que os membros do gabinete que ficaram e que não estão se manifestando agora, ou mesmo renunciando silenciosamente, terão uma mancha para sempre."

O antigo funcionário do governo destacou o secretário de Estado Mike Pompeo, um acólito de Trump que pode ter ambições presidenciais, por não fazer mais para condenar o que aconteceu. Pompeo publicou um tuíte no qual chamou a violência de "inaceitável". O Departamento de Estado não quis comentar mais.

A secretária de Transportes dos EUA, Elaine Chao, anunciou na quinta-feira que renunciaria, assim como a secretária de Educação, Betsy DeVos, que citou o impacto da retórica de Trump em estimular o tumulto no Capitólio. Outros funcionários de nível inferior do governo também anunciaram suas saídas, a cerca de duas semanas do fim do governo Trump.

O mais perto que o presidente chegou de uma concessão foi em uma declaração em vídeo na noite de quinta-feira, na qual ele prometeu trabalhar para uma transferência tranquila de poder para o novo governo e chamou a violência no Capitólio de um "ataque hediondo".

Mas o discurso veio tarde e após a intervenção de sua filha, Ivanka, de acordo com uma atual autoridade da Casa Branca, que observou que o golpe político dos eventos da semana se estenderia a seus familiares, como a nora Lara Trump, uma potencial candidata ao Senado dos Estados Unidos pela Carolina do Norte.

Os ex-funcionários que falaram à Reuters para esta reportagem apoiaram amplamente o presidente, mesmo depois de deixarem seus cargos.

Trump diz que mudará foco para transição tranquila de poder após invasão ao Capitólio

WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quinta-feira que vai voltar sua atenção para uma transição de poder tranquila e ordeira, depois que o Congresso certificou a vitória do democrata Joe Biden nas eleições presidenciais após uma invasão ao Capitólio dos EUA por apoiadores de Trump.

"Agora, o Congresso certificou os resultados. Uma nova administração tomará posse em 20 de janeiro. Meu foco agora se volta para garantir uma transição de poder tranquila, ordeira e contínua. Este momento exige cura e reconciliação", disse Trump em declaração em vídeo postado no Twitter.

Simpatizantes de Trump condenam violência, mas não estão dispostos a culpá-lo

LAMESA, Texas/HOMER, Geórgia (Reuters) - Eddie Emerson jogou sua linha de pescar em um lago no oeste do Texas em busca de trutas e de uma resposta para a pergunta sobre como ele se sentia em relação à invasão do Capitólio dos EUA por apoiadores de Trump.

Apoiador do presidente Donald Trump, Emerson disse não gostar da violência que viu na TV na quarta-feira: pessoas derrubando barricadas, entrando em confronto com a polícia e invadindo o prédio em Washington que abriga o Senado e a Câmara dos Deputados.

Mas repetindo um sentimento sustentado por muitos simpatizantes de Trump, Emerson expressou frustração com o que chamou de hipocrisia daqueles que condenaram os distúrbios, mas fizeram vista grossa para a violência nos protestos do movimento Black Lives Matter no verão passado.

"E quanto a Portland?" ele perguntou, apontando para os meses de protesto e confusão na maior cidade do Oregon. “Quando é a esquerda por trás da violência, é só eles expressando sua voz, sua criatividade."

Em duas dezenas de entrevistas com apoiadores de Trump em partes profundamente conservadoras do Texas e da Geórgia, eles condenaram a violência de quarta-feira, mas ao mesmo tempo não responsabilizaram o presidente.

Em vez disso, eles disseram que entenderam a raiva por trás do ato, expressando sua própria irritação com o que acreditam ter sido uma eleição fraudulenta vencida pelo democrata Joe Biden.

Eles culparam os manifestantes de esquerda pela violência --sem apresentar qualquer evidência-- e expressaram pouca esperança de que o país profundamente dividido se unificará em breve.

E ninguém se mostrou disposto a abandonar Trump, que tem insistido que venceu a eleição de 3 de novembro, fazendo alegações infundadas de fraude eleitoral que foram rejeitadas pelos tribunais.

 

Fonte: Reuters/Poder360

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