Juros dos empréstimos recuam em fevereiro, diz BC

Publicado em 29/03/2021 15:27
Taxa méda caiu 6 pontos percentuais em 12 meses e chegou a 28,1%

A taxa média de juros cobrados de famílias e empresas em fevereiro ficou em 28,1% ao ano, segundo as Estatísticas Monetárias e de Crédito, divulgadas hoje (29) pelo Banco Central. O percentual representa recuo de 0,4 ponto percentual na comparação com janeiro; e de 6 pontos percentuais no acumulado de 12 meses.

Esses dados são do crédito livre, em que os bancos têm autonomia para emprestar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros cobradas dos clientes. Já o crédito direcionado tem regras definidas pelo governo, destinados, basicamente, aos setores habitacional, rural, de infraestrutura e ao microcrédito.

De acordo com o documento, a taxa média de juros para pessoas físicas no crédito livre está em 40,1% ao ano, o que representa uma alta de 0,6 ponto percentual em relação a janeiro. Em 12 meses, o resultado representa uma queda de 6,8 pontos percentuais.

Segundo o BC, o aumento da taxa cobrada para pessoas físicas reflete principalmente os aumentos dos juros cobrados no cartão parcelado (5,6%) e na composição da dívida (2,7%), que é uma renegociação com modalidades diferentes de crédito.

Para as empresas, especificamente, os juros apresentaram queda, situando-se em 13,8% ao ano, o que representa redução de 3,2 pontos percentuais em 12 meses. Segundo o BC, o crédito livre a pessoas jurídicas alcançou R$ 1,1 trilhão, o que representa acréscimo de 1,2% no mês, “com destaque para as modalidades de desconto de duplicatas e recebíveis, antecipação de faturas de cartão, aquisição de veículos, ACC [Adiantamento sobre Contrato de Câmbio] e financiamento a exportações”.

Estoque de crédito

O saldo total das operações de crédito do sistema financeiro alcançou R$ 4,046 trilhões em fevereiro, aumento que corresponde a 0,7% no mês. No caso das carteiras de pessoas jurídicas, o saldo ficou em R$ 1,8 trilhão (variação de 0,6%). Já o de pessoas físicas ficou em R$ 2,3 trilhões (0,8%). Em 12 meses, o crescimento registrado totalizou 16,1%, motivado principalmente pela expansão de 22,9% no crédito a empresas.

O crédito livre para pessoas físicas ficou em R$ 1,2 trilhão (crescimento de 0,7% no mês e 10,3% em 12 meses). Segundo o BC, esse crescimento registrado no mês se deve principalmente ao aumento observado nas modalidades de crédito pessoal (consignado e não consignado). Já o crescimento registrado no prazo de 12 meses, o destaque ficou para as modalidades aquisição de veículos e composição de dívidas.

O crédito livre para as empresas apresentou saldo de R$ 1,091 trilhão, em fevereiro, com crescimento de 1,2% no mês e 22,5%, em 12 meses.

No crédito direcionado, o saldo de pessoas jurídicas recuou 0,2% no mês, atingindo R$ 700 bilhões, mantendo crescimento significativo em 12 meses, 23,5%.

O chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha explica que “os recursos destinados a pessoas jurídicas tiveram redução de saldo [de 0,2%] devido às operações feitas com o BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social], que teve redução de 0,8%”, disse referindo-se aos créditos direcionados a empresas. “O saldo de outros créditos direcionados, que inclui créditos criados durante a pandemia, está estável”, acrescentou.

Inadimplência

A inadimplência, situação em que há atrasos superiores a 90 dias, apresentou uma média de 2,3% para empresas (1,4%) e famílias (3%).

De acordo com o BC, nas operações com recursos livres, a inadimplência permaneceu em 2,9%, sendo que as empresas registraram 1,6% e as pessoas físicas, 4,1%.

Já as operações com recursos direcionados, o indicador ficou em 1,3%, “com evolução de 0,2 ponto percentual, também distribuída nos segmentos de empresas (0,4 ponto percentual) e de famílias (0,2 ponto percentual)”. No caso das empresas, a taxa de inadimplência das operações com recursos direcionados chegou a 1% das pessoas físicas, 1,6%.

Fonte: Agência Brasil

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Ibovespa avança com blue chips em começo de semana com bateria de balanços
Wall Street abre em alta com expectativas de cortes na taxa de juros
Dólar tem alta frente ao real após queda recente em meio a expectativa por Copom
Ibovespa hesita na abertura de semana com decisão do BC e bateria de balanços no Brasil
Confiança dos investidores da zona do euro aumenta em maio pelo 7º mês consecutivo