China aprova nova vacina de COVID-19 para testes clínicos, diz Xinhua
Beijing, 11 abr (Xinhua) -- Uma nova vacina contra COVID-19 desenvolvida pela Sinopharm da China foi recentemente aprovada para testes clínicos.
A nova vacina recombinante contra COVID-19, desenvolvida pelo National Vaccine & Serum Institute, um centro de P&D da subsidiária de biociências da Sinopharm, o China National Biotec Group (CNBG), obteve aprovação da Administração Nacional de Produtos Médicos na sexta-feira, disse a CNBG em sua conta oficial da Weibo no sábado.
A vacina é baseada nas características estruturais do domínio receptor de ligação (RBD) na proteína do pico do vírus (S-protein). Ela usa a engenharia genética para cultivar cópias inofensivas da S-protein do vírus para induzir anticorpos neutralizantes.
A empresa disse que a tecnologia de vacinas recombinantes é madura e adequada para produção em larga escala. A produção não requer instalações com altos níveis de biossegurança, uma vez que o processo não envolve vírus vivos.
A vacina recombinante é a terceira vacina contra COVID-19 da empresa. Em dezembro passado, uma vacina inativada desenvolvida pelo Beijing Biological Products Institute Co., Ltd. sob a CNBG tornou-se a primeira vacina chinesa de COVID-19 a ter autorização condicional de comercialização.
Em fevereiro, outra vacina inativada do Instituto Wuhan de Produtos Biológicos, uma afiliada da CNBG, foi autorizada a entrar no mercado de forma condicional.
Mais de 161,12 milhões de doses de vacinas contra COVID-19 haviam sido administradas em toda a China até sexta-feira, disse a Comissão Nacional de Saúde no sábado.
China já produz 5 milhões de doses contra COVID-19 por dia
A produção diária de vacinas chinesas contra COVID-19 atingiu 5 milhões de doses, disse um alto funcionário.
A produção diária aumentou de 1,5 milhão de doses em 1º de fevereiro para cerca de 5 milhões, com um total de mais de 100 milhões de doses fornecidas em todo o país, disse o ministro da Indústria e Informatização, Xiao Yaqing.
Ele disse que a qualidade e a segurança das vacinas contra COVID-19 devem estar sempre em primeiro lugar e ser colocadas na linha de frente da produção e do fornecimento.
PCC é "espinha dorsal" da nação chinesa, afirma ex-presidente brasileiro FHC
Rio de Janeiro, 9 abr (Xinhua) -- O ex-presidente brasileiro Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) afirmou nesta quinta-feira (8) que o Partido Comunista Chinês (PCC) é a "espinha dorsal" da formação da identidade chinesa. Ele também congratulou o PCC por ter realizado tantos êxitos durante seus 100 anos de existência.
"Acho que o PCC foi a espinha dorsal que permitiu a formação de uma noção de 'Nós'. Quando você cria uma situação em que você tenha inimigos dentro do país, aí fica muito difícil, você tem que unir o país. E a China conseguiu isso, conseguiu se unir ao redor de seus objetivos e quanto eu saiba não fez guerra", observou o ex-presidente brasileiro em entrevista exclusiva à Xinhua.
Cardoso também relembrou suas visitas à China durante e depois de seu período como mandatário brasileiro. Compartilhando suas impressões do país asiático, o ex-presidente elogiou a experiência chinesa no combate à fome e à pobreza.
"A China conseguiu o que parecia muito difícil. Em primeiro lugar, conseguiu acreditar nela própria. Eu acho que o PCC teve a capacidade de tocar, não só no coração, mas no interesse das pessoas. Deu emprego para muita gente", observou Cardoso.
O ex-presidente ressaltou o valor e universalidade da luta contra a pobreza. "Lutar pela vida" é uma obrigação de todo país, independente da forma de governo, afirmou Cardoso.
"(Seja em um) regime capitalista, regime socialista, temos que diminuir a pobreza. Eu acho que nesse caso a China pode ajudar bastante porque hoje dispõe de mais recursos", explicou o ex-presidente.
A China já é o principal parceiro comercial do Brasil desde 2009. Tratando das relações sino-brasileiras, Cardoso garantiu que existe uma simpatia entre Brasil e China que precisa ser mantida e cultivada.
O ex-presidente acredita que o Brasil, independente do governante, preservará uma boa relação com a China por conta do sólido vínculo econômico estabelecido entre os dois países, o que não deve significar uma piora de relacionamento com outras nações.
"Eu sou favorável que o Brasil se dê com todos os países de sua região e do mundo. (Para) ter uma relação positiva com a China, não precisa ter (uma relação) negativa com os Estados Unidos. Precisamos ter uma visão mais global sobre essas coisas", sublinhou.
Sobre a crise da pandemia de COVID-19, Cardoso fez críticas ao comportamento do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, que minimizou o vírus que está causando tantas mortes no país. O ex-presidente também denunciou os boatos inverídicos que tentam associar o novo coronavírus à China e elogiou o comprometimento chinês no combate à pandemia.
"Começam uma história contra a China que não é verdade. A China tem tido uma ação responsável, como eu posso ver", comentou Cardoso.
Por fim, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso saudou os recentes esforços de estabelecimento de intercâmbios científicos e culturais entre os dois países. Para o ex-presidente, entender o outro é parte fundamental na manutenção da paz e prosperidade entre as nações.
"É positivo que haja troca de informações, trocas culturais, programas de colaboração. Quanto mais você for capaz de entender o outro, melhor", concluiu.