Terminal de minério de ferro da Vale no Rio é liberado após interdição

Publicado em 22/04/2021 14:35

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O Terminal da Ilha Guaíba (TIG), da Vale, foi desinterditado pelo órgão ambiental do Estado do Rio de Janeiro Inea nesta quinta-feira, após suas atividades de embarque terem sido suspensas mais cedo pela prefeitura local, informou à Reuters o instituto estadual.

Ao interditar o terminal mais cedo, a prefeitura de Mangaratiba havia apontado problemas com licenças de operação, enquanto a Vale disse que o terminal teria autorização para operar e que adotaria todas medidas para garantir o restabelecimento das atividades na unidade.

O terminal, que teve uma média diária de embarque de cerca de 60 mil toneladas no primeiro trimestre, segundo dados da Vale, também foi multado em mais de 1 milhão de reais pelas autoridades municipais, sob alegação de descumprimento da legislação ambiental, o que a mineradora nega.

Em comunicado à imprensa, a prefeitura de Mangaratiba afirmou que as medidas foram tomadas pela Secretaria de Meio Ambiente porque o terminal estaria operando há anos sem licença ambiental.

"A última licença obtida pela Vale foi a Licença de Operação INEA LO nº IN001318, emitida em 01 de fevereiro de 2010 e com validade até 28 de dezembro de 2011", alegaram as autoridades.

Procurada, a Vale não comentou de imediato a desinterdição.

Mais cedo, a mineradora havia afirmado que "as licenças para operação do Terminal da Ilha da Guaíba estão válidas". Também havia informado que o TIG continuava "operando com suas atividades de descarga e manuseio", recebendo minério por via ferroviária, ainda que os embarques estivessem suspensos.

O prefeito de Mangaratiba, Alan Costa, disse em nota mais cedo que a Vale tem utilizado uma carta do órgão ambiental estadual emitida em 2019 para operar.

A prefeitura acrescentou que o terminal já sofreu diversas interdições e multas desde 2019, embora parte das punições tenha sido suspensa em ação judicial.

OUTRAS INTERDIÇÕES

Os analistas da XP Yuri Pereira e Thales Carmo pontuaram em nota a clientes que o Terminal de Ilha Guaíba foi responsável pela exportação de 23,7 milhões de toneladas de minério de ferro em 2020 e estimaram que a continuidade da paralisação poderia atrasar embarques de 70 mil toneladas por dia.

A interdição foi a terceira notícia em uma semana envolvendo supostas irregularidades ambientais em terminais de exportação de minério no Estado do Rio de Janeiro.

Na sexta-feira passada, a CSN foi multada em 4 milhões de reais e teve operações em terminais de Itaguaí (RJ) interditadas por supostas irregularidades ambientais por autoridades locais. Em seguida, o Inea determinou a desinterdição, apontando que a empresa tinha as licenças e atuava conforme às regras.

Já na última terça-feira, o Porto Sudeste --controlado pelas gigantes internacionais Mubadala e Trafigura--, também em Itaguaí, recebeu uma multa de quase 3 milhões de reais, por suposto descumprimento de normas ambientais. Nesse caso, não houve interdição e a empresa também negou irregularidades.

(Por Rodrigo Viga Gair, Marta Nogueira e Luciano Costa)

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Wall St salta com dados de empregos nos EUA reforçando hipótese de cortes nos juros
Dólar cai ao menor valor em quase um mês com dados fracos de emprego nos EUA
Ibovespa fecha em alta com melhora em perspectivas sobre juros nos EUA
Taxas futuras de juros têm nova queda firme no Brasil após dados de emprego nos EUA
Brasil e Japão assinam acordos em agricultura e segurança cibernética