Contração de serviços do Brasil se intensifica em abril com produção em mínima de 9 meses, mostra PMI

Publicado em 05/05/2021 10:18 e atualizado em 05/05/2021 11:00

Por Camila Moreira

SÃO PAULO (Reuters) - A intensificação da pandemia de Covid-19 no Brasil levou o setor de serviços a se aprofundar mais em território de contração em abril, com a produção em mínima de nove meses, de acordo com a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês).

O PMI de serviços do Brasil caiu para 42,9 em abril, de 44,1 em março, indicando a maior contração da produção desde julho de 2020, ainda que menos pronunciada do que as perdas vistas no início da pandemia.

As empresas que citaram redução mencionaram, segundo a pesquisa realizada pelo IHS Markit, fechamento de negócios, restrições e aumento nos números de casos de coronavírus, levando o índice ainda mais abaixo da marca de 50, que separa crescimento de contração.

Com a indústria perto de uma estabilização, a contração de serviços levou o PMI Composto sobre a atividade no setor privado a 44,5 em abril, de 45,1 no mês anterior, quarta redução seguida e a contração mais forte desde junho de 2020.

"O declínio mais rápido da atividade no setor de serviços em abril reflete amplamente restrições mais duras para conter o recente surto nos casos de Covid-19. A confiança também piorou em todos os segmentos, com as empresas cada vez mais preocupados com a escalada da pandemia e por quanto tempo terão que enfrentar controles mais duros", destacou a diretora associada do IHS Markit, Pollyanna De Lima.

A demanda por serviços continuou a piorar em abril, com o quarto mês seguido de queda nos novos negócios e no ritmo mais forte desde meados de 2020.

Assim como na produção, as vendas caíram em todos os cinco subsetores monitorados --em ambos os casos o cenário foi pior em empresas de Serviços ao Consumidor.

A demanda internacional também deteriorou, com os entrevistados citando menos turismo e restrições mais rigorosas contra a Covid-19.

Como resultado de todo esse cenário, as empresas continuaram a cortar vagas no início do segundo trimestre, pelo quinto mês seguido e no ritmo mais forte nesse período.

Foram relatados ainda preços mais altos de alimentos, combustíveis e equipamento de proteção individual, levando os custos de insumos em abril a subir com uma taxa de câmbio desfavorável.

A taxa de inflação foi uma das mais fortes desde o início da coleta de dados, em março de 2007, e as empresas optaram por repassar aos clientes parte desse aumento. A taxa de inflação dos preços de venda ficou acima da média de longo prazo.

A disseminação do coronavírus, que chegou a levar o Brasil ao posto de epicentro da pandemia mundial, também conteve o otimismo das empresas em abril, com o nível de sentimento positivo chegando a uma mínima de dez meses.

(Edição de José de Castro)

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

STF suspende prazos processuais em todas as ações ligadas ao RS
Wall St salta com dados de empregos nos EUA reforçando hipótese de cortes nos juros
Dólar cai ao menor valor em quase um mês com dados fracos de emprego nos EUA
Ibovespa fecha em alta com melhora em perspectivas sobre juros nos EUA
Taxas futuras de juros têm nova queda firme no Brasil após dados de emprego nos EUA