Com queda do dólar, Bolsonaro diz que combustível vai "baixar de novo"

Publicado em 08/05/2021 08:53 e atualizado em 09/05/2021 15:41

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BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro afirmou a apoiadores nesta sexta-feira que o preço dos combustíveis no país vai "baixar de novo", após a recente queda do dólar.

Questionado por uma simpatizante para não esquecer de acompanhar a questão dos combustíveis, Bolsonaro respondeu: "O dólar caiu de novo, pode deixar que nos próximos dias (o preço do combustível) vai baixar de novo", disse ele na entrada do Palácio da Alvorada, em transmissão pelas redes sociais.

Nesta sexta, o dólar voltou a cair, fechando numa mínima em quase quatro meses e contabilizando a maior queda semanal desde dezembro, com reação a ingressos de recursos e a um contínuo movimento de desmonte de posições compradas na moeda norte-americana por perspectiva de mais alta de juros no Brasil e de permanência de estímulos globais.

O dólar à vista caiu 0,97%, a 5,2276 reais na venda, menor valor desde 14 de janeiro (5,212 reais). [LUN2M701L]

Em fevereiro, Bolsonaro decidiu retirar Roberto Castello Branco do cargo de presidente-executivo da Petrobras em meio a divergências sobre a política de preços de combustíveis adotadas pela estatal, e colocou em seu lugar o general da reserva Joaquim Silva a Luna, que ocupava a diretoria-geral brasileira de Itaipu.

À época, a decisão gerou forte reação do mercado financeiro, com expressiva queda das ações da Petrobras na B3. O presidente, contudo, negou interesse em interferir na política de preços da estatal petrolífera.

Diesel sobe 5% nos postos do Brasil na 1ª semana após fim de isenção de tributos

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SÃO PAULO (Reuters) - O preço médio do diesel nos postos de combustíveis do Brasil registrou forte alta na última semana, a primeira desde o fim de uma isenção de impostos federais sobre o produto, mostrou pesquisa publicada nesta sexta-feira pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

De acordo com o levantamento da reguladora, o valor do combustível mais usado do país disparou 5% em relação à semana anterior, atingindo média de 4,405 reais por litro, patamar sem precedentes na pesquisa da agência, que remete pelo menos até o final de fevereiro.

O movimento ocorre após o fim do prazo pelo qual vigorou um decreto editado no início de março pelo presidente Jair Bolsonaro, que zerou por dois meses as alíquotas do PIS/Cofins incidentes sobre o óleo diesel, visando conter as sucessivas altas dos preços do produto.

Antes, Bolsonaro havia demitido o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, em meio a divergências sobre a política de preços da estatal, que leva em conta fatores como cotação internacional do petróleo e a taxa de câmbio.

Além do diesel, a pesquisa semanal da ANP também apontou para aumentos nos preços da gasolina e do etanol.

O valor médio da gasolina comum atingiu 5,515 reais por litro, alta de 0,9% na comparação semanal, enquanto o biocombustível --seu concorrente nas bombas-- subiu 2,1% no período, a 3,99 reais/litro.

A Petrobras, agora comandada pelo general Joaquim Silva e Luna, não promoveu reajustes nos preços dos combustíveis em suas refinarias nesta semana, após ter anunciado um corte de 2% nos valores de diesel e gasolina na semana passada.

Os preços nos postos, porém, não acompanham necessariamente e de imediato os valores nas refinarias, e dependem de uma série de fatores, incluindo impostos, mistura de biocombustíveis e margens de distribuição.

Colheita da safra de soja 2020/21 no Brasil atinge 96,7% da área

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RIO DE JANEIRO (Reuters) - A colheita da soja 2020/21 no Brasil atingiu 96,7% da área total esperada até esta sexta-feira, com trabalhos atrasados ante os 98,7% no mesmo período do ciclo anterior, disse a SAFRAS & Mercado.

A área atingida ficou ainda abaixo da média histórica de 98,1%. Na semana anterior o índice estava em 95,1%.

Segundo a consultoria, os trabalhos seguem apenas no Rio Grande do Sul, em Estados do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) e Santa Catarina.

Dólar emenda 6 semanas de queda e vai à mínima desde janeiro com exterior e BC

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SÃO PAULO (Reuters) - O dólar voltou a cair nesta sexta-feira, fechando numa mínima em quase quatro meses e contabilizando a maior queda semanal desde dezembro, com reação a ingressos de recursos e a um contínuo movimento de desmonte de posições compradas na moeda norte-americana por perspectiva de mais alta de juros no Brasil e de permanência de estímulos globais.

A cotação chegou a operar em alta logo no começo do pregão, indo a uma máxima de 5,2963 reais (+0,33%), mas às 9h30 despencou e seguiu em queda até bater uma mínima de 5,2047 reais (-1,40%) por volta de 12h.

A queda drástica ocorreu logo após os Estados Unidos reportarem geração muito menor de vagas de emprego em abril, o que alimentou expectativas de que o banco central norte-americano (Fed) manterá bilhões de dólares em estímulos por ainda mais tempo, sem subir a taxa de juros.

À tarde, o presidente dos EUA, Joe Biden, e a secretária do Tesouro, Janet Yellen, destacaram a necessidade de mais auxílios para auxiliar na retomada econômica, endossando no mercado expectativa de mais oferta de dinheiro barato.

O resultado foi o tombo do índice do dólar a mínimas em dois meses e o rali de um índice de moedas emergentes a uma máxima histórica, puxado pelo iuan chinês. Os movimentos ocorreram em linha com a baixa nos rendimentos dos Treasuries, que, contudo, se recuperaram no fim do pregão.

A liquidação do dólar lá fora se estendeu para o Brasil. A moeda à vista caiu 0,97%, a 5,2276 reais na venda, menor valor desde 14 de janeiro (5,212 reais).

Veja gráfico do índice do dólar (roxo), do rendimento do Treasury de dez anos (laranja) e da taxa de câmbio dólar/real (verde):

Na semana --marcada pela sinalização do Banco Central de uma política monetária mais austera--, a moeda caiu 3,75%, mais forte baixa desde a semana encerrada em 4 de dezembro passado (-3,77%).

"O arbitrador vai trazer dinheiro para a renda fixa no momento em que o BC começar a subir mais consistentemente os juros. Haverá fluxo para título de dívida, emissão de empresas... Isso ainda não é uma verdade hoje, mas confirmada a sinalização poderá ser", disse Carlos Eduardo Tavares, diretor executivo de câmbio do banco BS2.

"Com juro real de 2% você tem a aceleração do desmonte de posições compradas em dólar. A pressão para baixo (no dólar) deve continuar ainda um pouco", acrescentou.

O dólar já cai por seis semanas consecutivas, mais longa série do tipo desde as mesmas seis semanas de queda findas em 26 de outubro de 2018.

Na atual sequência de baixas, a cotação acumula recuo de 8,94%.

Para Caio Megale, economista-chefe da XP, os fundamentos da taxa de câmbio indicam que o real poderá continuar em apreciação nos próximos meses. A XP está em processo de revisão de cenários e, por ora, vê o dólar encerrando o ano em 5,30 reais, mas não descarta chances de a moeda bater 5 reais até lá.

"O viés do dólar no curto prazo é de baixa. (...) As pessoas se preocupam com a CPI da Covid. Sem nada catastrófico, a CPI da Covid tende a tirar foco do Ministério da Economia, alivia o ambiente econômico, tira foco do fiscal", avaliou Megale.

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Fonte:
Reuters

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