Barclays passa a ver Selic de 6,5% ainda neste ano com inflação mais alta

Publicado em 25/05/2021 13:42

SÃO PAULO (Reuters) - O banco Barclays revisou para cima sua estimativa para a Selic nesta terça-feira, passando a ver a taxa de juros no nível neutro de 6,50% já no fim deste ano, em meio a pressões de preços que levaram a instituição a aumentar também seu prognóstico para a inflação.

Antes, o Barclays esperava que a Selic fechasse 2021 em 5,50% e alcançasse 6,50% apenas no segundo trimestre de 2022. O Barclays projeta nova alta de 0,75 ponto percentual do juro tanto na reunião de junho quanto na de agosto, antes de três elevações de 0,50 ponto nos encontros restantes no ano.

"Os efeitos adicionais de segunda ordem nos preços não comercializáveis podem se materializar assim que a economia reabrir, conforme o processo de vacinação ganhar terreno nos próximos meses", disse em nota o economista-chefe para Brasil do Barclays, Roberto Secemski.

"Além disso, novas notícias sobre a possível renovação do auxílio emergencial depois de julho podem criar pressão fiscal adicional para que o BCB aja."

As pressões inflacionárias vão levar o IPCA para 5,4% em 2021, ante estimativa anterior de 5,2%, ainda mais acima da meta de ​3,75%.

Citando dado do IPCA-15 de maio, que veio abaixo do esperado, o Barclays diz que a média dos núcleos do IPCA acompanhados pelo BC subiu para 4,14% na comparação anual, ante 3,69% na leitura anterior e quase o dobro da taxa vista um ano atrás (2,23%).

A taxa anual do índice baterá um pico de 8,2% em "junho/julho", enquanto o núcleo, na medida anual, alcançará uma máxima de 5,0% em torno de agosto.

Para 2022, a expectativa de inflação foi mantida em 3,7%, mesmo com a Selic mais alta ao fim de 2021.

(Por José de Castro)

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Wall St salta com dados de empregos nos EUA reforçando hipótese de cortes nos juros
Dólar cai ao menor valor em quase um mês com dados fracos de emprego nos EUA
Ibovespa fecha em alta com melhora em perspectivas sobre juros nos EUA
Taxas futuras de juros têm nova queda firme no Brasil após dados de emprego nos EUA
Brasil e Japão assinam acordos em agricultura e segurança cibernética