Manifestações em 16 capitais pedem voto com comprovante impresso; muitos nas ruas de verde e amarelo
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro voltou a contestar neste domingo a confiabilidade do atual sistema de votação no país, defender a adoção do comprovante impresso para as urnas eletrônica e condicionar a realização das eleições de 2022.
As declarações do presidente foram feitas durante manifestações em capitais brasileiras como Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo em defesa de alterações da forma de votação. Bolsonaro não compareceu pessoalmente às manifestações, mas participou por celular fanado aos apoiadores.
Sem se referir nominalmente ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, contrário à mudança, Bolsonaro avisou que não haverá pleito se não houver eleições limpas e disse que é "mentiroso" quem diz que o atual sistema é seguro e auditável.
"Vocês estão aí, além de clamar pela garantia da nossa liberdade, buscando uma maneira que tenhamos eleições limpas e democráticas no ano que vem. Sem eleições limpas e democráticas, não haverá eleição", disse ele, no vídeo reproduzido da manifestação em frente ao Congresso Nacional, em Brasília.
"Quem fala que ela (urna eletrônica) é auditada e segura, é mentiroso, não tem amor à democracia", disse. "Não vou entrar em provocações baratas, quero uma forma limpa de eleições", reforçou.
No discurso da Paulista, Bolsonaro citou que "uma pessoa" quer fazer sua vontade, mas destacou que a "vontade do povo tem que prevalecer".
A comissão especial da Câmara dos Deputados que analisa uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que altera o sistema de votação deve votar a matéria nesta semana.