Líder chinês promete não construir novos projetos energéticos com carvão no exterior

Publicado em 22/09/2021 08:35

Por Valerie Volcovici e Michelle Nichols

NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - O presidente da China, Xi Jinping, disse nesta terça-feira que o país não vai construir novos projetos energéticos com carvão no exterior, utilizando seu pronunciamento na Assembleia-Geral da ONU para ampliar as promessas chinesas para lidar com as mudanças climáticas. 

Xi não ofereceu detalhes, mas dependendo da forma que a política for implementada, a medida pode limitar de maneira significativa o financiamento a usinas de carvão em países em desenvolvimento.

A China tem sofrido pressão diplomática pesada para encerrar seus financiamentos a projetos com carvão fora de seu território, já que isso pode facilitar que o mundo esteja a caminho de atingir os objetivos do Acordo de Paris para o clima, que pretende reduzir emissões de carbono no mundo. 

O anúncio de Xi seguiu medidas semelhantes da Coreia do Sul e do Japão mais cedo neste ano, e o secretário-geral da ONU, António Guterres, e o enviado especial dos EUA para o clima, John Kerry, haviam pedido que a China siga seus vizinhos asiáticos. 

"A China irá aumentar seu apoio para que países em desenvolvimento tenham energia verde e de baixo carbono, e não irá mais construir novas plantas abastecidas por carvão no exterior", disse Xi em seu pronunciamento pré-gravado em vídeo para a reunião anual da ONU, no qual ressaltou as intenções pacíficas da China nas relações internacionais. 

Xi falou após o presidente norte-americano, Joe Biden, fazer seu primeiro pronunciamento na ONU. Biden mapeou uma nova era de competição vigorosa sem uma nova Guerra Fria, apesar da ascensão da China. 

Em um discurso calmo e comedido, Xi não fez menção direta à rivalidade muitas vezes amarga com os Estados Unidos, onde o governo Biden fez das políticas de mitigação das mudanças climáticas uma prioridade e buscou cooperar com a China.

Xi também repetiu promessas do ano passado de que a China iria atingir um pico de emissões de dióxido de carbono antes de 2030, e a neutralidade carbônica antes de 2060. 

(Reportagem de Valerie Volcovici, David Brunnstrom, Michael Martina e Arshad Mohammed, em Washington, e Michelle Nichols, na ONU)

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Wall St salta com dados de empregos nos EUA reforçando hipótese de cortes nos juros
Dólar cai ao menor valor em quase um mês com dados fracos de emprego nos EUA
Ibovespa fecha em alta com melhora em perspectivas sobre juros nos EUA
Taxas futuras de juros têm nova queda firme no Brasil após dados de emprego nos EUA
Brasil e Japão assinam acordos em agricultura e segurança cibernética