Restrições de energia na China já afetam produção de defensivos, alerta empresa agroquímica

Publicado em 24/09/2021 11:42
"Parques químicos estão simplesmente sendo fechados, desligados. A situação é descrita como crítica pelos fornecedores chineses", destacou em relatório a CCAB

As restrições de energia em províncias da China, decretadas pelo governo, já começam a afetar a produção de defensivos, segundo aponta um relatório da empresa agroquímica CCAB, ligada ao Grupo InVivo, no qual o Notícias Agrícolas teve acesso.

"Os preços do fósforo amarelo dobraram entre 1º e 15 de setembro e causaram falta de matéria prima para produtos importantes como Glifosato, Acefato, Malathion", destaca um trecho do comunicado. "Grandes aumentos de preços e cancelamento de embarques são esperados".

De acordo com informações da agência de notícias Reuters, pelo menos 15 empresas chinesas listadas produtoras de alumínio e produtos químicos a tintas e móveis, tiveram que interromper a produção nos últimos dias em decorrência dos cortes.

"O governo chinês com base no consumo de cada província as classificou em zonas vermelha, amarela e verde", explica a empresa.

De acordo com a CCAB, a província de YunNan, maior produtora de fósforo amarelo na China, recebeu redução de 90% na disponibilidade de energia. Assim como diversos outras províncias importantes do país.

"Os impactos para o agro brasileiro são devidos a algumas fábricas de importantes produtos e matérias-primas estarem em províncias classificadas em vermelho como YunNan e Jiangsu por exemplo. Parques  químicos estão simplesmente sendo fechados, desligados", disse a CCAB.

YunNan, maior produtora de fósforo amarelo na China, recebeu redução de 90% na disponibilidade de energia - Foto: Reuters

"Já com elevados custos, o glifosato pode subir ainda bem mais. Analistas já dizem que o produto que hoje apresenta aumento de 233% quando comparado ao preço do ano passado, pode chegar nas próximas semanas a um novo pico, atingindo novo aumento de até 70% sobre condições atuais", alerta outro trecho do documento.

Empresas do país já começam a rever suas metas anuais de produção diante do cenário, além de preocupações anteriores relacionadas com a logística em meio impactos da Covid-19.

A escassez de energia afeta a produção de importantes insumos chineses desde junho, segundo a Reuters, porém, se intensificou nas últimas semanas com o início de novas medidas ambiciosas para controlar as emissões.

"As autoridades provinciais intensificaram a fiscalização das restrições às emissões depois que apenas 10 das 30 regiões conseguiram atingir suas metas de energia na primeira metade do ano, enquanto nove províncias e regiões aumentaram seu consumo de energia anualmente", reportou a Reuters.

A Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, principal planejadora econômica de Pequim, disse nesta sexta-feira (24) que estava trabalhando para resolver a escassez de energia que afeta a produção.

Veja o comunicado na íntegra emitido pela CCAB:

 

 

Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

STF suspende prazos processuais em todas as ações ligadas ao RS
Wall St salta com dados de empregos nos EUA reforçando hipótese de cortes nos juros
Dólar cai ao menor valor em quase um mês com dados fracos de emprego nos EUA
Ibovespa fecha em alta com melhora em perspectivas sobre juros nos EUA
Taxas futuras de juros têm nova queda firme no Brasil após dados de emprego nos EUA