BC do Japão mantém forte estímulo e adota cautela por crise na Ucrânia

Publicado em 18/03/2022 07:52

O banco central do Japão manteve seu forte estímulo nesta sexta-feira e alertou para riscos elevados à frágil recuperação devido à crise na Ucrânia, reforçando as expectativas de que continuará sendo uma exceção na mudança global para uma política monetária mais apertada.

O aumento dos preços dos combustíveis e das commodities devido à guerra na Ucrânia pode elevar a inflação ao consumidor para a meta do Banco do Japão de 2% nos próximos meses, disse o presidente Haruhiko Kuroda.

Mas isso terá vida curta e não levará o banco central a retirar o estímulo, acrescentou ele, destacando a determinação do banco em manter o forte suporte monetário para uma economia que ainda precisa se recuperar totalmente da pandemia de Covid-19.

"Existe uma chance de o Japão ver a inflação em torno de 2% a partir de abril. Mas a maior parte disso deve-se ao aumento dos preços das commodities, então não há motivos para apertar a política monetária. Fazer isso seria inapropriado", disse ele em entrevista à imprensa.

O tom inclinado a estímulos monetários do Banco do Japão contrasta fortemente com o do Federal Reserve e do Banco da Inglaterra, que elevaram os juros esta semana para conter a inflação.

Como esperado, o banco central japonês deixou inalterada sua meta para os juros de curto prazo em -0,1% e a dos rendimentos dos títulos de 10 anos em torno de 0% ao final de sua reunião de política monetária nesta sexta-feira.

País pobre em recursos que depende quase inteiramente das importações de combustíveis e gás, o Japão é particularmente vulnerável ao impacto econômico da inflação global de commodities.

"A economia do Japão está acelerando como tendência", disse o Banco do Japão em comunicado, oferecendo uma visão mais sombria do que em janeiro, quando disse que a economia estava mostrado "sinais mais claros de aceleração".

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Trump ameaça processar Powell, do Fed, e anunciará seu substituto em janeiro
Índices de Wall Street fecham em baixa com queda de ações de tecnologia antes do Ano Novo
Ibovespa fecha em queda com ajustes em pregão de liquidez reduzida
Bolsonaro ficará internado até 1º de janeiro se não houver novas intercorrências, diz médico
Trump diz que EUA atacarão novamente se Irã estiver reconstruindo programa nuclear
Dólar à vista fecha em alta com exterior em sessão de menor liquidez nos mercados