Aumento da inflação na zona do euro intensifica dilema de política monetária do BCE

Publicado em 31/03/2022 10:24

Por Balazs Koranyi

FRANKFURT (Reuters) - A inflação continuou a subir nas maiores economias da Europa neste mês, ao mesmo tempo em que o crescimento foi atingido, deixando as famílias mais pobres conforme pagam a conta pelos custos de energia crescentes após a invasão da Ucrânia pela Rússia.

O aumento dos preços atingiu máximas de várias décadas na Itália, França, Alemanha e Espanha em março, intensificando um dilema de política monetária para o Banco Central Europeu, que precisa combater a alta dos preços mas também deve evitar sufocar o crescimento já em declínio.

A inflação na Itália atingiu 7%, enquanto os preços na França subiram 5,1%, impulsionados pela elevação do combustível e do gás natural, que normalmente afetam mais as famílias mais pobres do que outras.

Os dados, juntamente com as leituras altíssimas da Alemanha e da Espanha no dia anterior, sugerem que a inflação da zona do euro a ser divulgada na sexta-feira ficará bem acima de 7%, superando as expectativas e bem acima da meta de 2% do BCE.

Embora a maior parte do aumento se deva aos preços da energia, o mercado de trabalho da Europa também é o mais apertado em décadas, sugerindo que as pressões subjacentes sobre os preços também estão começando a aumentar e que os salários seguirão mais cedo ou mais tarde.

O desemprego na zona do euro caiu para um recorde de baixa de 6,8% em fevereiro, mostraram dados separados nesta quinta-feira, e uma nova queda é projetada pelo BCE.

"Dado que o aumento da inflação é quase exclusivamente impulsionado pelo lado da oferta, quanto maior a inflação, mais fraco será o crescimento econômico", disseram analistas do ABN Amro em nota aos clientes.

"De fato, o crescimento econômico provavelmente decepcionará as projeções do BCE", acrescentaram. "O BCE provavelmente equilibrará essas forças apertando modestamente a política monetária."

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Ibovespa fecha em alta e retorna aos 160 mil pontos com política e inflação no radar
Brasil vive pior crise institucional desde a democratização e 2026 ainda não deve trazer mudança profunda
Dólar tem baixa firme ante o real com cancelamento de entrevista de Bolsonaro
Taxas dos DIs fecham com baixas leves em reação positiva após Bolsonaro cancelar entrevista
STF autoriza cirurgia de Bolsonaro no dia 25 de dezembro
Ações europeias fecham em nova máxima recorde com impulso de Novo Nordisk a setor de saúde