EUA chamam ação militar da China sobre Taiwan de injustificada; Pequim impõe sanção a Pelosi

Publicado em 05/08/2022 09:54

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Por Yimou Lee e Sarah Wu

TAIPÉ (Reuters) - O disparo de mísseis da China durante exercícios militares em torno de Taiwan foi uma escalada injustificada, disse o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, enquanto Pequim disse que imporá sanções à presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, Nancy Pelosi, por visitar a ilha.

As relações diplomáticas pioraram ainda mais nesta sexta-feira, quando o Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que vai cancelar os diálogos entre os líderes militares dos EUA e da China e suspender as negociações bilaterais sobre clima e segurança marítima.

Blinken disse que Washington deixou repetidamente claro para Pequim que não busca uma crise, em meio a uma turbulência diplomática sobre a visita de Pelosi nesta semana à ilha autônoma que Pequim considera parte de seu território soberano.

"Não há justificativa para essa resposta militar extrema, desproporcional e escalada", disse Blinken, falando em entrevista coletiva durante o Fórum Regional da Asean no Camboja. Ele acrescentou: "agora, eles levaram os atos perigosos a um novo nível".

A China lançou seus maiores exercícios militares de todos os tempos nos mares e céus ao redor de Taiwan na quinta-feira, um dia depois que Pelosi enfureceu Pequim ao fazer uma viagem solidária à ilha, na visita de mais alto nível dos EUA a Taiwan em 25 anos. Os exercícios com tiro real estão programados para continuar até o meio-dia de domingo.

Nesta sexta-feira, os militares da China realizaram exercícios aéreos e marítimos ao norte, sudoeste e leste de Taiwan "para testar as capacidades conjuntas de combate das tropas", disse o Comando do Teatro Oriental do Exército de Libertação Popular em um comunicado oficial no Weibo.

Blinken enfatizou que os Estados Unidos não tomariam medidas para provocar uma crise, mas continuariam apoiando os aliados regionais e conduzindo o trânsito aéreo e marítimo padrão pelo Estreito de Taiwan.

"Vamos voar, navegar e operar onde a lei internacional permitir", declarou ele.

A Casa Branca convocou o embaixador chinês Qin Gang na quinta-feira para condenar as ações crescentes contra Taiwan.

Representantes do Departamento de Estado não responderam imediatamente a um pedido de comentário sobre a interrupção das negociações da China ou o relato de que Washington havia convocado o embaixador de Pequim.

O Ministério das Relações Exteriores da China anunciou na sexta-feira que vai impor sanções a Pelosi e sua família em resposta às ações "provocativas" da presidente da Câmara dos EUA.

"Apesar das sérias preocupações e firme oposição da China, Pelosi insistiu em visitar Taiwan, interferindo seriamente nos assuntos internos da China, minando a soberania e a integridade territorial da China, atropelando a política de 'uma só China' e ameaçando a paz e a estabilidade do Estreito de Taiwan", disse um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores em comunicado.

O Ministério das Relações Exteriores afirmou que também estava suspendendo a cooperação na prevenção de crime transfronteiriço e antidrogas, e a cooperação na repatriação de imigrantes ilegais.

Falando no Japão, Pelosi disse que sua viagem à Ásia nunca teve a intenção de mudar o status quo regional.

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Fonte:
Reuters

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