TSE censura Brasil Paralelo; em encontro com coligação de Lula, Moraes ameaça: ‘Na hora que prender, eles param rapidinho’ 

Publicado em 19/10/2022 00:29 e atualizado em 19/10/2022 08:10

O ministro Benedito Gonçalves, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou a suspensão da monetização de canais e veículos de informação como Brasil Paralelo, Foco do Brasil, Folha Política e Dr. News. A decisão estará em vigor até 31 de outubro, depois das eleições. A informação está na Revista Oeste.

As empresas estão proibidas de obter receitas de impulsionamento pago na internet, especialmente de conteúdos que envolvem o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O magistrado também censurou previamente o documentário Quem Mandou Matar Jair Bolsonaro, produzido pela Brasil Paralelo. A multa diária pelo descumprimento da determinação é de R$ 500 mil.

O YouTube deve desmonetizar esses canais e enviar os valores respectivos para uma conta judicial. O descumprimento acarreta multa diária de R$ 20 mil a cada um dos canais. Brasil Paralelo, Foco do Brasil e Folha Política não poderão impulsionar conteúdos político-eleitorais, especialmente sobre os dois candidatos à Presidência no segundo turno. O descumprimento da medida custará R$ 50 mil diários aos alvos.

Essas determinações ainda precisam ser confirmadas pelo plenário da Corte.

Moraes, em encontro com coligação de Lula: ‘Na hora que prender, eles param rapidinho’

Moraes diz estar preocupado com o ‘assédio eleitoral’ | Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF

“Na hora que prender dois ou três, eles param rapidinho”, disse o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, em reunião com a Coligação Brasil da Esperança, liderada pelo ex-presidente e candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O encontro aconteceu na segunda-feira 17.

A reunião com integrantes da coligação de Lula tinha o objetivo de discutir o combate às fake news. Moraes não citou o nome daqueles que supostamente deveriam ser presos.

Na terça-feira 13, ao encerrar a sessão plenária, Moraes lamentou os supostos relatos de assédio eleitoral. “Não é possível que ainda se pretenda coagir o empregado em relação ao seu voto”, disse o ministro, referindo-se à denúncia de Paulinho da Força, presidente do Solidariedade, de que trabalhadores estariam sendo constrangidos a votar no presidente Jair Bolsonaro (PL). “A Justiça Eleitoral tem um canal específico para que todos aqueles que queiram denunciar essa prática ilícita possam fazer com absoluta tranquilidade, garantindo o sigilo, para que possamos coibir essa prática nefasta.”

Unidades da Defensoria Pública e do Ministério Público organizaram um documento para coibir a prática no interior de São Paulo. As entidades alertam para as possíveis consequências de condutas abusivas, com a finalidade de mudar a orientação política dos trabalhadores.

TSE nega direito de resposta a Bolsonaro contra Janones; Defesa do presidente citou mensagens do parlamentar que o qualificaram como ‘assassino’ e ‘fascista’ (Revista Oeste)

Janones obteve uma vitória sobre Bolsonaro no TSE | Foto: Paulo Sergio/Agência Câmara

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negou, nesta terça-feira, 18, um pedido de direito de resposta apresentado pela campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) contra o deputado federal André Janones (Avante-MG).

Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes e Benedito Gonçalves seguiram o entendimento do relator, Paulo de Tarso Sanseverino. Os ministros Carlos Horbach e Sergio Banhos, por sua vez, divergiram. Foram 5 votos a 2.

A equipe jurídica de Bolsonaro alegou que Janones desrespeitou o presidente e fez publicações com “gravíssimas ofensas” à honra e à imagem dele. A defesa lembra as “desprezíveis zombarias” à Justiça Eleitoral, o que “reforça a gravidade dos atos praticados e o reprovável desrespeito do (mal-intencionado) cidadão ao cumprimento das normais eleitorais”.

Entre os ataques citados pela defesa de Bolsonaro, estão publicações em que Janones qualificou o presidente como “assassino” e “fascista”. O parlamentar atribuiu ao chefe do Executivo 400 mil mortes pela covid-19.

Quem é André Janones

Reportagem publicada na Edição 134 da Revista Oeste mostra que a campanha eleitoral do Partido dos Trabalhadores mandou o republicanismo às favas. Para derrubar Bolsonaro e reconduzir Lula ao Palácio do Planalto, os petistas renunciaram à apresentação de propostas e optaram por disseminar fake news sobre o chefe do Executivo. A indústria de mentiras envolve intelectuais, artistas, jornalistas e políticos.

O líder dessa engrenagem é Janones. Ele conquistou relevância nacional em abril deste ano, quando, durante entrevista à GloboNews, disse que Emmanuel Macron era o presidente da Argentina. Macron, na verdade, é o presidente da França. E quem governa os hermanos é Alberto Fernández.

A porteira da desinformação abriu-se em 5 de setembro, quando o deputado defendeu o uso de fake news contra o chefe do Executivo. “Atenção, urgente: partido de Bolsonaro estaria por trás do pedido de suspensão da lei que aprovamos no Congresso, garantindo o piso salarial da enfermagem”, escreveu Janones, no Twitter. “Se for confirmado, é grave. Muito grave.” Em seguida, ele próprio assumiu a falsidade da acusação e explicou que tinha o objetivo de manchar a imagem do presidente da República. “Printem isso e viralizem pelo WhatsApp”, afirmou. “Vou fazer live, também. Façam chegar a todo o Brasil. Olho por olho, dente por dente.”

De lá para cá, Janones acusou o atual presidente de agredir mulheres, de ser adepto do canibalismo, de praticar zoofilia e de participar da maçonaria. Nenhuma dessas alegações corresponde à realidade.

O assinante pode ler uma reportagem completa sobre as fake news da campanha eleitoral petista ao clicar neste link.

Fonte: Revista Oeste // Tempo&Dinheiro

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