Haddad diz que novo arcabouço fiscal será crível, consistente e viável de ser cumprido

Publicado em 21/12/2022 18:38

BRASÍLIA (Reuters) - O futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira que o novo arcabouço fiscal a ser enviado ao Congresso Nacional em 2023 para substituir o teto de gastos terá como critérios a estabilidade das contas públicas e a viabilidade de ser cumprido.

Haddad disse ainda que pretende antecipar o envio dessa nova regra fiscal ao Congresso para o primeiro semestre de 2023, de forma a diminuir a pressão sobre os parlamentares para aprovar o mecanismo, que entrará em vigor em 2024.

"Desconstitucionalizamos o teto para aprovar um novo arcabouço fiscal -- que eu pretendo mandar para o Congresso ainda no primeiro semestre do ano que vem, para dar tempo de o Congresso ter pelo menos seis meses para se debruçar sobre o tema. Se eu puder mandar antes, melhor", disse Haddad em entrevista coletiva.

Segundo o futuro ministro, uma vez aprovado, o novo arcabouço irá organizar as finanças públicas.

"Quero chegar em uma fórmula que seja boa, submeter ao presidente da República, e encaminhar uma coisa robusta. O que é uma coisa robusta? Uma coisa que estabilize as contas públicas e que seja confiável, que seja crível que vai ser cumprida".

Ao comentar a aprovação em segundo turno da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição pela Câmara nesta quarta, Haddad minimizou a redução de dois anos para um ano do prazo para a ampliação do teto de gastos em 145 bilhões de reais.

Segundo ele, com o envio do novo arcabouço fiscal em 2023 não será um problema a duração da PEC ser de apenas um ano.

O próximo ministro da Fazenda considerou ainda que a votação da proposta serviu como um "piloto" para aferir a possível base aliada do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva no Congresso Nacional.

(Reportagem de Maria Carolina Marcello)

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Wall Street cai conforme nervosismo sobre financiamento de IA pressiona ações de tecnologia
Ibovespa fecha em queda com nova correção tendo juros e eleição no radar
Dólar sobe pela quarta sessão e supera R$5,50 sob influência do cenário eleitoral
Índice STOXX 600 fecha estável com persistência de preocupações sobre valuations de tecnologia
STF forma maioria contra marco temporal para demarcação de terras indígenas
Brasil tem fluxo cambial positivo de US$3,108 bi em dezembro até dia 12, diz BC