Patriarca russo pede trégua durante Natal ortodoxo na Ucrânia

Publicado em 05/01/2023 08:13

MOSCOU (Reuters) - O Patriarca Kirill de Moscou, o chefe da Igreja Ortodoxa Russa, pediu nesta quinta-feira para que ambos os lados da guerra na Ucrânia observem uma trégua durante o Natal da Igreja Ortodoxa.

Os cristãos ortodoxos, incluindo os que vivem na Rússia e na Ucrânia, celebram o Natal de 6 a 7 de janeiro.

"Eu, Kirill, Patriarca de Moscou e de Toda a Rússia, faço um apelo a todas as partes envolvidas no conflito interreligioso para que cessem o fogo e estabeleçam uma trégua de Natal das 12h do dia 6 até as 24h do dia 7 de janeiro, para que os ortodoxos possam assistir aos cultos na véspera de Natal e no dia de Natal", disse ele.

A Igreja Ortodoxa Russa é de longe a maior das igrejas da comunhão ortodoxa oriental, que se dividiu do cristianismo ocidental no Grande Cisma de 1054. Hoje ela tem cerca de 100 milhões de fiéis dentro da Rússia e mais fora.

Mas a invasão de 24 de fevereiro da Ucrânia dividiu as duas maiores congregações eslavas, e acrescentou a uma disputa crescente dentro do cristianismo ortodoxo eslavo que remonta há mais de mil anos às próprias raízes da Rússia e da Ucrânia.

A Igreja Ortodoxa Russa na Rússia tem apoiado o que o Kremlin chama de sua "operação militar especial" na Ucrânia.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, diz que está defendendo os falantes de russo no leste da Ucrânia e rotula a guerra como um conflito em que o Ocidente "absolutista" liderado pelos Estados Unidos busca destruir a Rússia e sua cultura.

Kiev e seus aliados ocidentais observam que muitos falantes de russo fugiram da invasão russa, que dizem ser uma apropriação de terra ao estilo imperial que deu o maior impulso ao nacionalismo ucraniano em um século.

Como muitos ucranianos procuraram abandonar o domínio russo após o colapso da União Soviética em 1991, a Igreja Ortodoxa de Kiev, da Ucrânia, recebeu a autonomia de Constantinopla, que supervisiona a maioria das igrejas ortodoxas modernas, causando discórdia com Moscou, que a considera uma usurpadora.

Depois que o cristianismo chegou às terras eslavas nos Séculos 9 e 10, Kiev teve seu próprio Metropolitanato, mas foi subordinada à Igreja da Rússia em 1685, sob o comando do czar Pedro, o Grande.

(Reportagem da Reuters)

Fonte: Reuters

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