Davos 2023: recessão global deve ocorrer em 2023, mostra pesquisa do Fórum Econômico Mundial

Publicado em 16/01/2023 09:41

Por Mark John

DAVOS, Suíça (Reuters) - Dois terços de economistas-chefe dos setores público e privado entrevistados pelo Fórum Econômico Mundial esperam uma recessão global em 2023, disse a organização de Davos nesta segunda-feira, enquanto líderes empresariais e governamentais se reúnem para mais uma edição da reunião anual.

Cerca de 18% consideram uma recessão mundial "extremamente provável", mais do que o dobro da pesquisa anterior realizada em setembro de 2022. Apenas um terço dos entrevistados a considera improvável este ano.

“A atual inflação alta, baixo crescimento, dívida elevada e ambiente de alta fragmentação reduzem os incentivos para os investimentos necessários para voltar ao crescimento e elevar os padrões de vida dos mais vulneráveis do mundo”, disse Saadia Zahidi, diretora executiva do Fórum Econômico Mundial, em comunicado que acompanha os resultados da pesquisa. 

A pesquisa da organização foi baseada em 22 respostas de um grupo de economistas sêniores de agências internacionais, incluindo o Fundo Monetário Internacional, bancos de investimento, empresas multinacionais e grupos de resseguros.

A pesquisa foi divulgada depois que o Banco Mundial reduziu na semana passada suas previsões de crescimento para 2023 a níveis próximos de recessão em muitos países, à medida que o impacto dos aumentos das taxas de juros se intensifica, a guerra da Rússia na Ucrânia continua e os principais motores econômicos do mundo falham.

Sobre a inflação, a pesquisa do fórum observou grandes variações regionais: a proporção dos que esperam inflação alta em 2023 variou de apenas 5% para a China a 57% para a Europa, onde o impacto do aumento dos preços de energia no ano passado se espalhou para a economia em geral.

A maioria dos economistas vê mais aperto na política monetária na Europa e nos Estados Unidos (59% e 55%, respectivamente), com autoridades presas entre os riscos de apertar demais ou de menos.

(Reportagem de Mark John)

Fonte: Reuters

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