Petróleo fecha em alta com novas tensões sobre programa nuclear do Irã

Publicado em 01/08/2008 18:28

O preço do petróleo fechou em alta nesta sexta-feira, depois de ter alcançado o patamar de US$ 128, mais uma vez afetado pelas tensões causadas pelo programa nuclear do Irã.

O barril da commodity para entrega em setembro, negociado na Nymex (Bolsa Mercantil de Nova York, na sigla em inglês), encerrou o dia cotado a US$ 125,10, alta de 0,82%. Durante o dia, o preço mínimo do barril ficou em US$ 122,10 e o máximo, em US$ 128,60.

O vice-primeiro-ministro e ministro de Transporte israelense, Shaul Mofaz, disse, segundo a imprensa local, que o programa nuclear iraniano está perto de um "grande avanço" e que Israel precisa estar "preparado para todas as alternativas".

O comentário de Mofaz "deixou todos animados para comprar petróleo de novo", devido às preocupações quanto a um ataque militar contra o Irã, que poderia levar o oriente Médio a mergulhar em uma nova crise, disse à agência de notícias Associated Press (AP) o analista Phil Flynn, da Alaron Trading em Chicago.

O petróleo também se beneficiou da baixa nas Bolsas em Wall Street devido ao desânimo dos investidores quanto à economia, depois da divulgação dos dados econômicos de hoje. O Departamento do Trabalho informou que a economia americana fechou 51 mil postos de trabalho em julho, além da taxa de desemprego ter subido para 5,7%, maior desde 2004. O ISM (Instituto de Gestão de Oferta, na sigla em inglês) informou que o índice de atividade das manufaturas em julho ficou em 50 pontos --limite que separa a expansão da contração no setor.

O Departamento do Comércio informou que a atividade do setor de construção em junho teve declínio. Os indicadores mostraram que a economia americana ainda está debilitada. Ontem, o departamento informou que a economia dos EUA cresceu 1,9% no trimestre passado (abaixo dos 2% previstos pelos analistas) e revisou para baixo as leituras de crescimento dos três trimestres anteriores.

"Os preços do petróleo devem passar por um período de correção nos próximos seis meses, voltando à faixa de US$ 100 a US$ 110", disse à AP o gestor de mercados de commodities Tetsu Emori, da Astmax Futures em Tóquio.

Irã

A pressão exercida pela preocupação sobre o Irã deve prosseguir nos próximos dias. Ontem, EUA e Israel analisaram medidas diplomáticas e sanções econômicas que deverão aplicar ao Irã para evitar que o país desenvolva armas nucleares. "Os Estados Unidos e Israel compartilham uma profunda preocupação com o programa nuclear iraniano, e as duas delegações falaram dos passos a serem dados para fortalecer os esforços diplomáticos e medidas financeiras para evitar que o Irã desenvolva a capacidade de criar armas nucleares", informou ontem o Departamento de Estado, em um comunicado.

Um comitê do Senado americano anunciou há duas semanas que estuda ampliar as sanções econômicas ao Irã em um esforço para aumentar as pressões para que o país abandone seu programa nuclear e seu suposto apoio a grupos rebeldes islâmicos no Oriente Médio.

O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, declarou na semana passada que o Irã possui de 5 mil a 6 mil centrífugas destinadas às atividades de enriquecimento de urânio. O país ampliou seu programa nuclear apesar das pressões internacionais. "Hoje, eles [os ocidentais] aceitaram que o número de 5 mil a 6 mil centrífugas existentes não está aumentando e que não há problema de elas funcionarem", disse. Para ele, a resistência do Irã "obrigou os EUA a mudarem de posição e a participar das discussões".

Amanhã expira o prazo para que o governo iraniano responda à oferta para que não prossiga com a expansão de seu programa nuclear, mas diplomatas europeus já declararam que podem esperar mais alguns dias pela resposta. As grandes potências pediram no último dia 19 ao Irã que desse uma resposta à oferta de interromper os avanços em seu programa nuclear, a fim de evitar mais sanções da ONU (Organização das Nações Unidas).

O chefe de política externa da União Européia, Javier Solana, não está contando os minutos para declarar que o Irã perdeu o prazo se não der sua resposta sábado, segundo fontes diplomáticas ouvidas pela agência de notícias Reuters. Segundo a fonte, se não for amanhã, pode ser em algum momento na próxima semana, desde que haja uma resposta clara e breve.

 

Fonte: Folha Online

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Fonte:
Folha Online

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