Ambiente para reforma tributária é o melhor em décadas e aprovação pode vir este ano, diz Appy
Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) -O secretário extraordinário da reforma tributária do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, afirmou nesta sexta-feira que está otimista com a possibilidade de a reforma tributária ser aprovada ainda este ano no Congresso porque avalia que o ambiente em torno da pauta é o melhor em mais de 30 anos.
Em evento na Fundação Getulio Vargas (FGV), no Rio, Appy disse que a área técnica do governo está dando insumos e subsídios ao Congresso para que seja aprovada a melhor reforma possível, e que o governo não subestima o desafio político de garantir a aprovação.
"Mas, por outro lado, estamos no ambiente político mais favorável desde a Constituinte por conta da percepção da sociedade e das empresa de que o sistema atual não é mais viável", disse o secretário a jornalistas.
Segundo Appy, a expectativa é de que a primeira etapa da reforma, focada na criação de um imposto sobre consumo, seja apreciada na Câmara em maio, seguindo depois para o Senado, onde o prazo de votação ainda está indefinido.
"Nosso apoio é técnico para a construção de um projeto que seja o melhor do ponto de vista técnico e que seja viável politicamente", disse o secretário. "Do ponto de vista do Executivo, quanto mais rápido melhor (aprovar), mas temos que respeitar o tempo político. Acho até que seja viável antes do fim do ano."
Appy disse que as PECs 45 e 110, que tramitam na Câmara e no Senado, respectivamente, são uma boa base para a discussão da reforma tributária a ser conduzida pelo Congresso.
Em apresentação no evento, que reuniu alguns governadores, Appy disse que a ideia é implantar um IVA (imposto sobre valor agregado) com cobrança no destino e eliminando a cumulatividade. Também será criado um imposto seletivo para produtos como fumo e bebidas alcoólicas.
A segunda etapa da reforma visará mudanças na tributação na renda e sobre folha de pagamentos, disse Appy.
(Por Rodrigo Viga Gaier; edição de Luana Maria Benedito, Eduardo Simões e Isabel Versiani)