Presidente da Argentina e manifestantes criticam dívida com FMI enquanto economia deteriora

Publicado em 19/05/2023 07:56

Por Horacio Soria e Claudia Martini

BUENOS AIRES (Reuters) - O presidente argentino, Alberto Fernández, e manifestantes em Buenos Aires se opuseram ao Fundo Monetário Internacional (FMI) nesta quinta-feira, em meio a tensões crescentes com o credor, à medida que o país enfrenta uma inflação de quase 109% e reservas cambiais em declínio.

O produtor de grãos da América do Sul, que possui uma relação tensa com o FMI, concordou com um programa de 57 bilhões de dólares com o órgão em 2018, sob a liderança conservadora do ex-presidente Mauricio Macri, para evitar uma crise econômica. A iniciativa não obteve sucesso e foi substituída por um novo acordo de 44 bilhões de dólares no ano passado.

As tensões aumentaram, no entanto, à medida que uma seca severa afetou as exportações de grãos, principal fonte de dólares da Argentina, levando os dois lados de volta à mesa de negociações para reformular o acordo. Buenos Aires deseja pagamentos mais rápidos e metas econômicas mais flexíveis.

"Mais do que uma dívida, é um crime", escreveu o presidente Fernández em um tuíte nesta quinta-feira, citando um novo relatório de auditoria do governo concluindo que o acordo original carecia de estudo de impacto necessário e não havia passado pelos canais legislativos adequados.

O FMI preferiu não comentar as novas críticas ao acordo.

Nas ruas de Buenos Aires nesta quinta-feira, milhares de argentinos marcharam em protesto contra as duras condições econômicas e o FMI, que muitos culpam pelas medidas de austeridade que agravaram a pior crise econômica da Argentina em duas décadas.

(Reportagem de Horacio Soria e Claudia Martini; Reportagem adicional de Rodrigo Campos)

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Economia da zona do euro e emprego crescem 0,3% no primeiro trimestre
BC da China mantém taxa de juros de instrumento de empréstimo de médio prazo
Ações da China fecham em baixa após tarifas dos EUA
Governo Federal abrirá seleção extra do Novo PAC para o Rio Grande do Sul
Bancos multilaterais destinam mais de R$ 15 bilhões em apoio ao Rio Grande do Sul