Bolsas na Europa caem com recessão no Japão e reunião improdutiva do G20

Publicado em 17/11/2008 11:39

As Bolsas européias operam em baixa nesta segunda-feira, depois que o governo do Japão informou que o país entrou em recessão e com a reunião sem resultados concretos do G20 (grupo que reúne os países mais ricos e os principais emergentes) neste fim de semana. Os temores de que a economia global esteja a caminho de uma recessão prolongada afetou os negócios nos principais mercados europeus.

Às 8h08 (em Brasília), a Bolsa de Londres estava em baixa de 1,26% no índice FTSE 100, indo para 4.179,64 pontos; a Bolsa de Paris caía 1,21% no índice CAC 40, indo para 3.251,55 pontos; a Bolsa de Frankfurt tinha baixa de 1,32% no índice DAX, operando com 4.648,24 pontos; a Bolsa de Amsterdã tinha baixa de 1,53% no índice AEX General, que estava com 248,61 pontos; a Bolsa de Zurique estava em baixa de 1,35%, com 5.755,70 pontos no índice Swiss Market; e a Bolsa de Milão tinha baixa de 1,27% no índice MIBTel, que ia para 15.964 pontos.

O governo do japão informou que a economia do país teve uma contração de 0,1% no terceiro trimestre; no segundo trimestre, o PIB já havia sofrido uma contração de 0,9%, segundo dados oficiais revisados. Com isso, o país entrou em recessão (definida como dois trimestres seguidos de contração na economia).

O consumo, que representa 55% da economia japonesa, subiu 0,3% no terceiro trimestre deste ano em relação aos três meses anteriores, e a despesa de capital das empresas caiu 1,7%.

Os EUA caminham para uma recessão: o país teve uma contração econômica de 0,3% no terceiro trimestre, e as previsões para o trimestre em curso são de uma retração ao menos da mesma intensidade. O indicador econômico mais recente acentuou as expectativas negativas: as vendas no varejo nos EUA tiveram queda recorde no mês de outubro. O recuo foi de 2,8%, maior desde que o indicador começou a ser apurado em 1992.

Na semana passada, a Eurostat (a agência européia de estatísticas) informou que a zona do euro entrou em recessão: o PIB (Produto Interno Bruto) da região teve uma contração de 0,2% no terceiro trimestre do ano, na comparação com o segundo trimestre --quando também houve contração de 0,2% na comparação com o período imediatamente anterior.

Na Itália, o PIB também teve contração, de 0,9% no terceiro trimestre, na comparação com o mesmo período do ano anterior. Como a economia italiana já havia sofrido contração de 0,4% no trimestre anterior, o país caiu em recessão. O governo da Alemanha também apresentou uma retração de 0,5% na economia no terceiro trimestre; no segundo trimestre do ano, a economia alemã já havia retrocedido 0,4%. Irlanda e França também já se encontram em recessão. O Banco da Inglaterra (BC britânico), por sua vez, estima que a economia britânica deverá cair 0,5% no terceiro trimestre, com uma nova contração no quarto --jogando o país em recessão.

Na Ásia e região, a Bolsa de Tóquio (Japão) fechou em alta, mesmo com as notícias de recessão no país; o índice Nikkei 225 subiu 0,7%; na Austrália, a Bolsa fechou em queda era de 2,32%; na Coréia do Sul, recuava 0,91%; na China, o mercado avançava 1,42%.

G20

Neste fim de semana, líderes políticos mundiais que participaram da Cúpula do G20, em Washington (EUA), se comprometeram a realizar uma reforma dos mercados financeiros por maior transparência e regulação, e que promova uma maior integridade no sistema. Além disso, o documento final do encontro mostra que existe consenso entre os países quanto a necessidade de reformar instituições financeiras internacionais.

No documento, os líderes do grupo --cujos países representam 85% da economia mundial-- se comprometem a aplicar medidas fiscais para estimular as economias nacionais, e lista seis áreas que devem ser priorizadas antes de 31 de março de 2009.

O documento do G20 apontou que os líderes que participaram da reunião concordaram em aumentar a representação dos países em desenvolvimento no FMI (Fundo Monetário Internacional) e no Banco Mundial.

As medidas, no entanto, foram vistas como insuficientes para fazer frente à crise global. "No meio de uma crise emergencial, ver um comunicado que diz vamos cooperar uns com os outros é praticamente insignificante", disse à agência de notícias France Presse o estrategista-chefe do Sumitomo Mitsui Banking, Daisuke Uno.

Fonte: Folha Online

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