Autoridades do BCE se alinham em torno de apoio a corte nos juros nos próximos meses

Publicado em 08/03/2024 10:22 e atualizado em 08/03/2024 11:24

FRANKFURT (Reuters) - Autoridades do Banco Central Europeu se alinharam nesta sexta-feira em apoio a um corte na taxa de juros nos próximos meses, à medida que a inflação na zona do euro continua caindo mais rapidamente do que o previsto.

Os presidentes dos bancos centrais de Alemanha, França, Finlândia e Lituânia falaram sobre as chances de o BCE reduzir os custos de empréstimos de sua máximas recordes, confirmando uma sugestão dada pela presidente do BCE, Christine Lagarde, na quinta-feira.

Eles apenas divergiram ligeiramente sobre o momento de uma primeira mudança no patamar dos juros.

"A probabilidade de vermos um corte nos juros antes das férias de verão (no Hemisfério Norte) está aumentando", disse o presidente do banco central alemão, Joachim Nagel, ao podcast Table Today.

Suas palavras têm um peso especial, porque Nagel -- como é historicamente o caso de um presidente do Bundesbank -- tem estado entre os membros mais "hawkish" do BCE, que insistem contra uma redução precipitada dos juros.

O BCE tem três reuniões antes de seu recesso de verão, em 11 de abril, 6 de junho e 18 de julho.

O presidente do banco central francês, Francois Villeroy de Galhau, disse que um corte nos juros deve ocorrer na primavera (no Hemisfério Norte), o que ele acrescentou ser "de abril a 21 de junho".

Olli Rehn, da Finlândia, também disse que a discussão sobre a redução dos juros será retomada "nas próximas reuniões de abril e junho".

Seu colega lituano foi mais explícito, dizendo que uma redução em junho é "muito provável" e poderia ser a primeira de uma série de cortes no valor de 25 pontos-base cada.

"Na minha avaliação, junho é o mês em que realmente é muito provável uma redução da taxa", disse Gediminas Simkus a repórteres em Vilnius.

A probabilidade de uma mudança em abril é "baixa", acrescentou ele.

Após a série de comentários, os mercados financeiros da zona do euro precificavam totalmente um corte em junho, seguido por mais três até dezembro, levando a taxa de 4% que o BCE paga sobre os depósitos bancários para 3%.

O BCE reduziu suas projeções para o crescimento e a inflação na quinta-feira e Lagarde disse que o banco central terá "muitas" das informações necessárias para decidir sobre um corte nos juros em junho.

(Por Francesco Canepa)

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Ibovespa fecha com alta discreta apoiado por Itaú e Bradesco em dia com vencimento de opções
Dólar fecha estável após leilões do BC, mas sobe 2,18% na semana
Congresso aprova Orçamento de 2026 com R$61 bi de emendas e superávit de R$34,5 bi
Brasil espera que acordo Mercosul-UE seja assinado o mais rápido possível, diz Alckmin
PF conclui que Bolsonaro precisa de cirurgia de hérnia
Taxas dos DIs caem na contramão dos Treasuries em dia de ajustes